RIO - O tempo não chegou a abrir. Mas, pelo menos, a prefeitura dissipou as nuvens carregadas que pairavam sobre a 7ª Parada do Orgulho LGBT de Niterói. Durante a semana, a administração municipal ameaçara limitar o número de carros alegóricos a quatro, em vez dos oito pedidos. Na última hora, porém, a autorização foi dada, e o evento arrastou 50 mil pessoas pela Praia de Icaraí, segundo a PM.
Afinados em torno de um único discurso, os representantes de minorias sexuais - apoiados por muitos heterossexuais - levantaram a bandeira do direito à identidade, tema escolhido pelos organizadores. Vice-presidente do Grupo Diversidade Nacional (GDN), uma das ONGs responsáveis pelo evento, a drag queen Eula Rochard disse acreditar que os desfiles do gênero têm cumprido o seu papel:
- Provocamos discussão, envolvemos a sociedade e estamos conseguindo mudar atitudes. Hoje saio de Niterói maquiada para trabalhar numa boate do Rio. Quando comecei, há 30 anos, isso era impensável.
Segundo a Guarda Municipal niteroiense e a PM, nenhum incidente grave foi registrado. O ambiente familiar atriu muitos moradores do bairro.
- Viemos e gostamos. Daremos nosso apoio à causa, sem preconceito. O clima é ótimo - afirmou Sandra Vargas, de 65 anos, acompanhada do marido, Antonio, de 67.
Se para o público tudo foi apenas diversão, os organizadores estiveram sob tensão até o último momento. Apenas algumas poucas horas antes do evento o secretário municipal de Segurança e Controle Urbano, Wolney Trindade, liberou o uso de todos os caminhões. Os guardas municipais ficaram a postos para coibir a venda irregular de mercadorias e de bebidas em garrafas de vidro. Cerca de 1,5 mil garrafas foram apreendidas.
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