SEJA SEGUIDOR E FORTALEÇA NOSSO TRABALHO DE INFORMAR

You want to access my blogger and would appreciate any information about any subject can put what I will do my best to answer. Whether you live in: United States, Germany, United Kingdom, Pakistan, Portugal, Angola, Canada, Malaysia, Mozambique, Netherlands, Denmark, Russia, Morocco, United Arab Emirates, Or anywhere else in the world. I'll be here to help you. hugs Angela Alcantara

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

EUA ameaçam suspender ajuda à Faixa de Gaza


O Departamento de Estado norte-americano fez nesta sexta-feira uma ameaça ontem aos líderes do Hamas em Gaza: se a organização que controla o território não interromper as auditorias a que tem submetido as entidades que recebem ajuda dos Estados Unidos, Washington suspenderá o financiamento de US$ 100 milhões que é fundamental para a saúde, a agricultura e o saneamento básico na região.
Esta semana, o Hamas fechou a unidade local da International Medical Corps, que rejeitou passar pela auditoria do movimento islâmico. "Essas auditorias são injustificadas e contribuem para um aumento no assédio contra equipes de ajuda humanitária", criticou um alto funcionário dos EUA, que não se identificou.
O Hamas exige que as entidades sejam cadastradas pelo governo e forneçam seus registros financeiros. Mohammed Awad, ministro do Planejamento de Gaza, afirma que as entidades concordaram em ter suas contas avaliadas por um consultor credenciado pelo Hamas. As informações são da Associated Press. 

Tunísia condena familiares e assessores de Ben Ali


Um tribunal da Tunísia emitiu nesta sexta-feira sentenças de reclusão contra familiares e colaboradores da ex-primeira-dama do país condenados pela tentativa de sair ilegalmente do país com joias e dinheiro não declarados em meio à queda do regime ditatorial de Zine El Abidine Ben Ali. Já o antigo chefe da segurança presidencial, Ali Seriati, acabou absolvido das acusações contra ele apresentadas.
Ao todo, 32 pessoas foram julgadas nesta sexta-feira, três delas à revelia, por crimes relacionados à apressada tentativa de sair da Tunísia em 14 de janeiro, quando Ben Ali fugiu do país com destino à Arábia Saudita em meio a um levante popular.
Irmãs e sobrinhos da odiada família da ex-primeira-dama Leila Trabelsi foram condenados hoje a cumprir sentenças que vão de quatro meses a seis anos de prisão. Além disso, os réus foram condenados a pagar multas que totalizam o equivalente a US$ 144,5 milhões.
Seriati foi absolvido das acusações de cumplicidade, de tentativa de deixar o país com dinheiro não declarado e de falsificação de passaportes, mas aguarda julgamento por um tribunal militar por suspeita de conspirar contra o Estado.
Os familiares e colaboradores do ex-ditador tunisiano foram detidos no aeroporto de Túnis quando estavam prestes a embarcar em um avião particular em 14 de janeiro. As informações são da Associated Press. 

Embaixadora olímpica é presa por distúrbios


Chelsea Ives, uma jovem de 18 anos nomeada uma das embaixadoras para a Olimpíada de Londres de 2012, foi acusada nesta sexta-feira de destruir um carro de polícia durante a onda de violência na capital britânica. Ela também participou de um ataque contra uma loja de telefones celulares. Chelsea foi presa após denúncia da própria mãe, Adrienne, que a reconheceu pela TV.
"Eu não me arrependo. Amo minha filha, mas ela foi criada para saber o que é certo e errado", afirmou Adrienne ao tabloide sensacionalista The Sun. Roger, o pai, disse que ele e a mulher deram uma bronca na jovem. "Houve muito choro. Ela não tentou evitar que telefonássemos para a polícia. Ela sabia que não ia adiantar."
Chelsea, que já apareceu em fotos ao lado do prefeito de Londres, Boris Johnson, e do presidente do comitê organizador, Sebastian Coe, foi escolhida com um grupo de londrinos para representar o orgulho da cidade em receber os visitantes. As informações são da Associated Press. 

Divulgar fotos de presos pela PF é inaceitável, diz Dilma


Jornal do Amapá divulgou imagens das pessoas sem camisa e com as placas com nome e número

A presidenta Dilma Rousseff considerou "inaceitável" a divulgação de fotos dos presos na Operação Voucher, realizada pela Polícia Federal, que resultou na prisão de 35 pessoas acusadas de envolvimento em irregularidades no Ministério do Turismo. A declaração foi dada pelo porta-voz do Planalto, Rodrigo Baena Soares.






O Planalto informou ainda que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, considerou o vazamento das fotos "uma violação do princípio da dignidade do preso". Ao iG, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, disse que a Polícia Federal extrapolou nas medidas tomadas durante a Operação Voucher.
O fato causou ainda mais irritação de aliados políticos que já haviam se considerado "expostos" pela Polícia Federal, com permissão para que fossem feitas imagens dos presos, criando mais problemas à presidenta, que recebeu inúmeras queixas no Planalto.
As reclamações preocupam o governo que já enfrenta graves problemas com a base no Congresso pela demora na liberação de emendas e de nomeações para cargos.
Mais cedo, o ministro da Justiça encaminhou ofício ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Cézar Peluso, pedindo que o Conselho Nacional de Justiça tome providências sobre o vazamento das fotografias dos presos na Operação Voucher. Os detidos aparecem nas imagens sem camisa e segurando placas de identificação.
O Palácio do Planalto informou também que, em resposta ao ofício de Cardozo, Cézar Peluso disse ao ministro da Justiça que vai encaminhar a denúncia ao Ministério Publico, ao governo estadual e à Vara de Execuções de Macapá.

Tremor de 5,5 graus na escala Richter sacode El Salvador


Além da capital, São Salvador, tremor foi sentido em partes do oriente e do ocidente do país

Um tremor de 5,5 graus na escala Richter com epicentro no Oceano Pacífico sacudiu nesta sexta-feira (12) zonas do oriente, centro e ocidente de El Salvador, incluindo a capital, São Salvador, sem que haja notícias de vítimas nem danos, informaram diversas fontes.
O Serviço Nacional de Estudos Territoriais (SNET) disse em um comunicado preliminar que o tremor foi registrado às 18h53 (hora local, 21h53 de Brasília) e teve seu epicentro a 35 quilômetros ao sul da lagoa San Juan del Gozo, departamento oriental de Usulután, a uma profundidade de 45,8 quilômetros.
Além de San Salvador, o tremor foi sentido em partes do oriente e ocidente do país, de acordo com a imprensa local. Até agora, as autoridades não reportaram vítimas nem danos materiais como consequência do terremoto.
Outros dois movimentos de terra foram registrados na noite de quinta-feira, no Pacífico salvadorenho, um de 3,6 graus Richter e o outro de 3,5 graus, também sem vítimas nem danos.

Lula faz campanha para Haddad em feira literária na Grande São Paulo


SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP) - No primeiro evento pré-eleitoral na corrida para ser 
o candidato petista à Prefeitura de São Paulo realizado nesta sexta-feira em
 São Bernardo do Campo, no ABC paulista, berço do PT, 
o ministro da Educação, Fernando Haddad, foi ofuscado pelo ex-presidente
 Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos compareceram 
à feira literária organizada pela prefeitura de São Bernardo do Campo,
 administrada pelo petista Luiz Marinho (ex-ministro de Lula) 
para a leitura de livros infantis para crianças que estudam na rede
 de escolas públicas da cidade.
Ao chegar ao evento, Haddad evitou entrar em polêmica com a sua
 principal adversária na disputa pelo cargo, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), 
que recentemente disse que se Lula quisesse perder
 a eleição em São Paulo iria bancar o nome de Haddad. 
O ministro disse que apesar de estar em campanha pela vaga, não
 tem data para deixar o Ministério da Educação.

Bolsas de NY sobem, mas acumulam queda na semana


NOVA YORK - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em alta, com investidores ignorando dados que mostraram um declínio na confiança dos consumidores norte-americanos e fazendo vista grossa ao aumento menor que o esperado nas vendas no varejo do país. Na semana, no entanto, as bolsas acumularam queda.
O Dow Jones subiu 125,71 pontos, ou 1,13%, para 11.269,02 pontos. O Nasdaq avançou 15,30 pontos, ou 0,61%, para 2.507,98 pontos, enquanto o S&P 500 teve ganho de 6,17 pontos, ou 0,53%, para 1.178,81 pontos. Na semana, o S&P 500 liderou a queda, com declínio de 1,72%, seguido por Dow Jones (-1,53%) e Nasdaq (-0,96%).
Nos últimos pregões o mercado registrou seu período mais volátil desde a crise financeira, no final de 2008, em meio aos receios dos investidores com a possibilidade de uma nova recessão nos EUA e com um potencial alastramento dos problemas de dívida soberana da zona do euro para as grandes economias do bloco monetário.
Ontem, por exemplo, o Dow Jones subiu cerca de 420 pontos, devolvendo boa parte do declínio de 520 pontos registrado um dia antes. A sessão de quinta-feira também marcou a quarta vez consecutiva em que o índice encerrou o pregão com uma variação superior a 400 pontos, algo que nunca havia sido registrado antes.
"Os operadores e os investidores estão num momento de absoluta exaustão", disse o gerente de portfólios Gary Flam, da Bel Air Investment Advisors. "Agora eles estão esperando para ver o que o mercado reservou para a semana que vem."
Dados divulgados mais cedo mostraram que em julho as vendas no varejo dos EUA cresceram 0,5% na comparação com o mês anterior, menos do que o aumento de 0,6% esperado por economistas. Já o índice preliminar de sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan caiu para 54,9 em agosto - o menor nível desde 1980 -, de 63,7 em julho. Analistas esperavam uma leitura de 62,0.
"O mercado está indo razoavelmente bem, levando em conta como esse número foi ruim", disse Paul Zemsky, diretor de alocação de ativos do ING Investment Management, referindo-se ao dado sobre o sentimento do consumidor. "Nós achamos que ainda haverá mais fraqueza conforme o efeito da falta de confiança começar a aparecer nos demais indicadores", acrescentou. As informações são da Dow Jones. 

Juíza foi assassinada com 21 tiros, diz polícia

Foto: Reprodução Facebook
Patrícia Acioli tinha 47 anos e foi morta quando chegava em sua casa, em Niterói

O titular da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Ettore, afirmou na tarde desta sexta-feira (12) que a juíza Patrícia Acioli, assassinada na noite de ontem, levou 21 tiros.
Segundo ele, a maioria dos disparos atingiu a cabeça e o pescoço da magistrada. Os assassinos, de acordo com o delegado, usaram pistolas calibres 40 e 45.
Ettore disse ainda que já foram ouvidas dez pessoas sobre o caso, entre vizinhos e o companheiro da juíza, o PM Marcelo Poubel de Araújo. O conteúdo dos depoimentos não foi divulgado. O delegado não deu mais detalhes sobre a investigação.
"Ainda estamos buscando o mandante da execução", finalizou.
A juíza, que era conhecida por sua linha-dura contra PMs envolvidos em crimes, foi morta quando chegava em casa, no bairro de Piratininga, em Niterói. Horas antes de morrer, ela, que comandava a 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, em São Gonçalo, decretou a prisão preventiva de oito PMs acusados de um homicídio.

Empresário invade motel e flagra mulher com amante no interior do Rio


Ele avisou um amigo PM do fato. Temendo o pior, policial entrou em contato com o Serviço 190 e corporação foi para o local

Um empresário invadiu o quarto de um motel e flagrou a mulher com um amante na tarde da última quinta-feira (11) na divisa entre os municípios de Barra Mansa e Volta Redonda, no Sul Fluminense.
Proprietário de uma joalheria, Laci Mendonça avisou a um amigo, que é policial mililtar, que praticaria o ato após investigar a mulher por cerca de um ano com a ajuda de um detetive particular. Ele também chamou a imprensa local. Temendo o pior, o PM avisou o Serviço 190 da corporação e duas viaturas foram para o local.
Quando os PMs chegaram, o empresário, que estava na companhia de um advogado, um detetive particular, dois filhos do primeiro casamento e dois amigos, já tinha invadido o quarto . Os filhos de Laci filmaram a confusão.
De acordo com a corporação, Laci teria agredido a mulher, identificada como Clarice Copelli e o amante, Arlen de Freitas. O casal foi flagrado sem roupa e reagiu.
Os policiais militares que foram para a ocorrência levaram os três para a delegacia de Barra Mansa (90ª DP). O trio foi encaminhado para fazer exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal). O empresário foi indiciado por lesão corporal e violência doméstica.

Maneira como Operação Voucher foi conduzida é ‘inaceitável’, diz Lula


Ex-presidente critica uso de algemas em ação no Ministério do Turismo, mas diz que quem não quer ser preso deve ‘andar na linha’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira a maneira como a Polícia Federal conduziu a Operação Voucher, deflagrada nesta semana para desmantelar um esquema de desvios no Ministério do Turismo. Lula, que esteve na região do ABC Paulista para visitar uma feira literária, considerou “inaceitável” o tratamento dado aos suspeitos.
“É inaceitável que uma pessoa que tem endereço fixo, RG, CIC, seja presa como se fosse um bandido qualquer e algemada, quase como se estivesse participando de uma exposição pública”, afirmou Lula, que cobrou um pedido de desculpas por parte das autoridades envolvidas na operação. “Na medida em que se coloca a cara de uma pessoa no jornal, presa e algemada, é preciso que tenha uma pessoa com coragem para pedir desculpas. Estamos cansados de ver injustiças acontecerem neste País.”
Apesar das críticas à operação, Lula empenhou-se em preservar a Polícia Federal como instituição. De acordo com ele, o órgão como um todo não pode ser julgado pela má conduta de um ou outro agente.
O ex-presidente também minimizou o impacto da operação na relação da presidenta Dilma Rousseff com a base aliada. “Os partidos já sabiam antes da eleição que ninguém pode ser colocado no governo para se apropriar do dinheiro público”, declarou Lula. “Só tem um jeito de não ser preso no Brasil. É andar na linha.”
Ele afirmou que vem se reunindo frequentemente com partidos da base, nas viagens que tem feito pelo pelo País e disse que as queixas são as mesmas que enfrentava em seu próprio governo. “As pessoas se queixam como se queixavam de mim, como se queixavam do Fernando Henrique Cardoso”, disse Lula. De acordo com ele, é preciso lembrar que Dilma tem só seis meses no Planalto e que, até agora, o “conjunto” do governo ainda não está totalmente montado.

Protesto no Egito reúne centenas em defesa de Estado "civil"


Cerca de 150 pessoas se reuniram nesta sexta-feira na Praça Tahrir do Cairo, epicentro dos protestos no país, para pedir um Estado "civil", algumas horas depois da visita do chefe de Estado de fato, o marechal Tantawi. "Civil, civil!", gritavam os manifestantes, que exibiam uma enorme bandeira egípcia, segundo jornalistas. "Abaixo o poder militar!", gritavam outros.
A polícia, que montou um forte aparato de segurança, recebeu reforços no início da noite. Breves confrontos opuseram manifestantes e policiais quando aqueles começaram a lançar pedras e garrafas de água. Alguns membros das forças de ordem jogaram os objetos de volta. Essa manifestação, que seguiu o "iftar" (comida de ruptura do jejum do Ramadã), ocorreu em resposta a um grande protesto de islamitas nesta mesma praça em 29 de julho. Os manifestantes pedem um Estado "civil" não religioso.
Cerca de 30 grupos convocaram a manifestação desta sexta-feira "por amor ao Egito", mas a maioria decidiu adiá-la para 19 de agosto para "se preparar melhor", segundo a imprensa local.
Poucas horas antes, o marechal Hussein Tantawi, chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) que dirige o país desde a demissão em 11 de fevereiro do presidente Hosni Mubarak, passou as tropas de segurança em revista na praça, segundo a agência oficial Mena.

Valentino Rossi se explica após apoiar manifestantes londrinos

Italiano Valentino Rossi segue na segunda colocação da classificação geral da MotoGP com 98 pontos. Foto: AP
Rossi, que já morou na Inglaterra, declarou apoio aos manifestantes

Nove vezes campeão do mundo de MotoGP, o italiano Valentino Rossi, que está na República Checa para a próxima corrida da temporada, teve que se explicar sobre recentes declarações nas quais se mostrou favorável aos confrontos ingleses. As informações são daAgência Ansa.
"O fato é que é errado usar a violência. O policial que disparou estava errado. Mas, então, se sucederão coisas que fazem pensar que vários se aproveitaram da situação para bagunçar e roubar lojas", declarou Rossi.
Em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa, depois de ser questionado sobre os episódios que tumultuaram Londres durante a semana, o piloto de motovelocidade afirmou: "estou com os manifestantes".
"A polícia deveria ajudar a resolver os problemas ao invés de se meter a bater nas pessoas e matar jovens", declarou.
A polêmica aumentou quando ele falou sobre a razão dos distúrbios: "Se existe essa confusão, talvez o motivo seja o próprio comportamento das forças se segurança".
O maior vencedor da história da MotoGP, Rossi conhece bem a capital inglesa não só por tê-la freqüentado assiduamente nos últimos anos, mas também porque ele já morou na Inglaterra

Após 11/9, mundo revive choque medieval de cristãos e muçulmanos

Imagem mostra o batismo de mouros após a conquista de Granada, na Espanha, pelos cristãos. Foto: Hulton Archive/Getty Images
Imagem mostra o batismo de mouros após a conquista de Granada, na Espanha, pelos cristãos

Vencedor do prêmio Pulitzer por duas vezes, por conta dos dois tomos da magistral biografia de uma das figura mais importantes da luta pelos direitos civis dos negros dos EUA, o sóciologo W. E. B. Du Bois, primeiro afro-americano dutorando em Harvard, o professor da Universidade de Nova York (NYU) David Levering Lewis é um dos principais especialistas na história da formação do mundo islâmico na academia norte-americana. Seu livro 'Islã e a Formação da Europa - 570 a 1215' (Editora Manole) é considerada obra fundamental para se entender o atual choque entre os mundos cristão e muçulmano.
No livro, lançado em 2008, Lewis joga por terra a ideia de que a identidade europeia se deu unicamente pela confluência judaico-cristã, com os muçulmanos apresentados como neo-bárbaros, assassinos de heróis ocidentais. O período medieval da "convivência" ibérica (em que judeus, cristãos e muçulmanos tentaram se acomodar culturalmente) é especialmente interessante para se estabelecer paralelos históricos com uma possível - e fundamental - comunhão entre as três linhas de pensamento religioso no século XXI. Em entrevista exclusiva ao Terra em seu apartamento na parte setentrional de Manhattan, Lewis fala sobre os múltiplos significados dos atentados do 11 de setembro, que completam 10 anos mês que vem, a ignorância americana, o fundamentalismo islâmico e o papel emergente do Brasil no novo tabuleiro político mundial.
Terra - Qual foi sua experiência estando no Marrocos, um país de maioria islâmica, quando do ataque ao World Trade Center, em 2001?
David Levering Lewis - O choque dos marroquinos, da população, foi genuíno. Estávamos na kasbah quando a notícia nos chegou. Fomos levados para uma casa ocupada por um casal da embaixada americana e passamos a ver tudo pela BBC. Eu e minha mulher voltamos para nosso hotel à pé e quando deixávamos a embaixada um local nos abordou e disse: "Senhores, queria que soubessem o quão tristes estamos com o que aconteceu. E nós, marroquinos, fomos os primeiros a reconhecer formalmente os EUA como nação independente". Eu, historiador, não sabia disso. Fiquei impressionado, claro. A reação comum era a mesma: incredulidade e simpatia. Mas, no momento em que deixamos Fez, uma semana depois, já sob o impacto da resposta do governo Bush, começamos a ouvir a narrativa de que os americanos não deveriam se surpreender com os ataques.
Terra - Era como se os EUA estivessem pagando a conta de sua posição pró-Israel nas últimas décadas...
Lewis - Exatamente. E a resposta ao 11 de setembro não era esperada pelas populações daquela parte do mundo, a invasão do Afeganistão e, especialmente, do Iraque. Mas boa parte dos americanos também não conseguiu acreditar no que aconteceu. O chefe da inteligência dos EUA, Richard Clarke, diz que ficou atônito quando, no dia 12 de setembro de 2001, Bush pediu a ele para encontrar alguam ligação entre o ataque e Saddam Hussein. Foi uma reação bizarra de Washington, que jamais poderia ser prevista. Hoje, claro, entendemos melhor a mentalidade de Bush Júnior e das pessoas que o cercavam. Eles estavam esperando uma oportunidade para agir. Conseguiram no 11 de setembro.
Terra - Mas o senhor não é um adepto das teorias de conspiração que circundam o 11 de setembro, não é?
Lewis - Não. Mas acho estranho ninguém se perguntar porque não conseguimos encontrar Osama Bin Laden até este ano. Claro, era uma tarefa difícil. Mas sempre acreditei que mantê-lo vivo e escondido fosse fundamental para a justificativa da ocupação do Afeganistão.
Terra - Por outro lado, boa parte da direita americana diz que a primavera árabe não teria ocorrido sem a ocupação americana do Iraque e a política de disseminação da democracia no mundo islâmico...
Lewis - Que fique bem claro, de uma vez por todas: uma coisa não tem nada a ver com outra. Sim, há alguma relação de causa e efeito aqui, mas vem do fato de que desestabilizamos aquela região de tal maneira, que abriu-se a janela para que protestos contra autocracias outras acontecessem. Mas foi só isso.
Terra - Na introdução de seu livro, o senhor escreveu que o império supremo do século XX, os EUA, estava destinado a uma colisão com o Islã similar ao que o império britânico enfrentou no fim do século XIX. O senhor poderia elaborar mais esta coincidência histórica?
Lewis - Quando terminei minha biografia de W. E. B. Du Bois, tive a oportunidade de escrever um outro livro sobre o tema dos direitos civis dos negros nos EUA. Decidi escrever algo sobre o que considerava ser o tópico mais importante para um historiador americano naquele momento: uma narrativa sobre a relação entre o Islã e o mundo cristão. Mas enfrentei muita resistência, com editores dizendo coisas como: "mas como assim, um livro com todos estes nomes árabes, difíceis de pronunciar?" (risos). Diziam: "porque vamos voltar para os tempos de Rolando e Córdoba" Leve seu livro para a América Profunda, para Ohio!". Logo percebi que precisava escrever um prefácio em que explicava a inevitabilidade de 'O Islã e a Formação da Europa'. E vivi no Sudão em 1982, em meio a uma pesquisa sobre os fundamentalistas que conseguiram deter o avanço britânico na África Oriental por uma década depois de 1885. Aquela resistência militar organizada foi uma grande surpresa para os ingleses. Foi uma tentativa de se criar Medina no Norte do Sudão!
Terra - E hoje o império americano encontra uma força resistente com ideologia similar no mundo islâmico...
Lewis - Sim, embora a população americana, mesmo depois do 11 de setembro siga negando o fato de viver sob um regime imperial. Mas entramos em colisão com o Islã, em todo o planeta, de modo chocante. Há algo curioso: vivi em Jersey City, do outro lado do rio Hudson, na esquina da mesquita comandada pelo xeque egípico Omar Abdul Rahman (o "xeque cego"), que engendrou o primeiro ataque às torres, em 1993. Há décadas estes fundamentalistas se opõem de forma radical à política externa do império americano.
Terra - Mas o quão semelhante estes fundamentalistas do século XXI são dos do século XIX?
Lewis - Em seu núcleo, é o mesmo movimento. Não é mero acaso o homem que derrubou o secularismo no Sudão nos anos 80 seja um descendente direto dos fundamentalistas do século XIX, interessado em impor a sharia. A ideia do "povo do norte" no Sudão é a de reconstuir o califado muçulmano. E a Al-Qaeda não seria o que é sem o período passado por Osama Bin Laden no Sudão, abrigado pelos fundamentalistas contemporâneos. Mas é preciso pensar na variedade, no caráter heterogêneo da manifestação islâmica. É preciso pensar caso a caso.
Terra - Se um muçulmano do século XI tivesse a oportunidade de vir ao nosso tempo, escutar um pronunciamento de Bush, ver um vídeo da Al-Qaeda, o que pensaria do cenário político global?
Lewis - Um dos questionamentos que certamente passariam pela cabeça desta pessoa seria o fato de o mundo ter virado de pernas para o ar, historicamente fazendo pouco sentido para o que se via no século XI, quando nós, muçulmanos, fatímidas, abássidas, estávamos vencendo. O mundo seria nosso. Ciência, tecnologia, comércio, a economia global. Como as coisas estão tão reversas? Mas, há, também, um paralelo possível. Em 1085 Toledo caiu em mãos cristãs e aquele foi o começo do fim da "Convivência", a experiência breve em que os muçulmanos e cristãos viveram em relativa harmonia. Aquele foi o início de um confronto de civilizações. Estamos vivendo algo mais ou menos semelhante agora.
Terra - O senhor acredita que o 11 de setembro, assim como Toledo, seja um marco histórico no sentido de representar o limite da expansão da atual encarnação do fundamentalismo islâmico no mundo ocidental?
Lewis - É, inegavelmente, um dos grandes momentos históricos planetários. Mas, como historiador, não devo fazer profecias. Não estou certo se podemos dizer com certeza algo a não ser o fato de que a resposta dos EUA ao que aconteceu naquele dia fatídico foi um grande erro. Nos enterrou ainda mais no choque com o mundo islâmico. Antes do 11 de setembro muita gente, como historiador Paul Kennedy, anunciou o fim breve da supremacia americana. Mas ninguém acreditou que aconteceria tão rapidamente. Porque sentimos isso. Acabou o mundo unipolar, iniciado com o fim da União Soviética em 1989. Não estávamos preparado para lutar três guerras ao mesmo tempo, mas não fomos derrotados. No entanto, a derrocada econômica a partir do 11 de setembro gerou o momento histórico dos chamados BRICs, Brasil, Rússia, Índia e China, e com Turquia também surgindo, cada um a seu modo, e com ênfase no aspecto econômico, desafiando a hegemonia americana.
Terra - O senhor inclui o Brasil entre os possíveis novos líderes globais...
Lewis - O Brasil é o grande fenômeno do hemisfério ocidental, que parece oferecer ao mundo algo extremamente original, uma resposta nova aos desafios da questão ecológica, com o etanol e as novas maneiras de lidar com a Amazônia. É uma competição saudável aos EUA, que, apesar de seguir como a maior economia do planeta, vem acumulando problemas cada vez mais sérios neste flanco. Nossa decadência está sendo acelerada por uma prática geo-política equivocada, especialmente no Oriente Médio. Hoje não é mais uma presunção de um certo Osama a ideia de que Washington está por trás das políticas anti-islâmicas coordenadas por Israel. Se em setembro os EUA vetarem o reconhecimento pela ONU do estado palestino, por conta do regime de Sharon-Netanyahu, a percepção será a pior possível naquela região e em boa parte do mundo.
Terra - A convivência que existiu, ainda que breve, na Península Ibérica, entre cristãos, muçulmanos e judeus, poderia se repetir nos dias de hoje?
Lewis - Judeus e muçulmanos são sobreviventes. E há uma ponte cultural clara, histórica, entre as duas religiões. Mais relevante, se você é um israelense e prestar atenção ao crescimento populacional daquela região, não há outra alternativa. A tática de destruir as tentativas do Irã de construir uma bomba nuclear na expectativa de que o conflito será retardado é falível. Lutar, perder, e migrar para os EUA, de novo, não quero profetizar, é outra possibilidade, remota hoje. Mas os israelenses se beneficiariam de um acordo, com ajuda dos EUA, da Comunidade Européia e da Arábia Saudita, em que uma nova convivência fosse estabelecida no Oriente Médio. Mas há uma resistência enorme dos fundamentalistas dos dois lados. Netanyahu é hoje um prisioneiro dos fundamentalistas judeus. O mesmo acontece do outro lado da fronteira.