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domingo, 10 de junho de 2012



Hollande terá maioria parlamentar absoluta na França, diz boca de urna
Socialistas e verdes devem ter ao menos 6 deputados além do necessário.
Esquerda confirmou favoritismo, segundo as primeiras pesquisas.




O presidente da França, François Hollande, abraça eleitora após votar neste domingo (10) em Tulle, região central do país (Foto: AP)
O presidente da França, François Hollande, abraça eleitora após votar neste domingo (10) em Tulle, região central do país (Foto: AP)
O bloco formado pelo Partido Socialista e pelos Verdes deve conseguir maioria absoluta na Assembleia Nacional da França, segundo pesquisas de boca de urna divulgadas neste domingo (10), após o primeiro turno.
O resultado deve garantir ao recém-eleito presidente François Hollande, socialista, facilidade para aprovar seus projetos.
De acordo com o instituto CSA, citado pela agência Reuters, os socialistas devem conseguir eleger entre 283 e 329 deputados, e os verdes, entre 12 e 18.
O bloco conservador, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, deve ter entre 210 e 263 cadeiras, e a Frente Nacional, de extrema-direita, entre 0 e 3.
Os institutos Ipsos e Sofres/Sopra chegaram a resultado semelhante.
Para garantir a maioria absoluta, são necessárias 289 das 577 cadeiras.
A primeira-secretária do PS, Martine Aubry, celebrou o resultado, considerado melhor que o da eleição anterior em 2007. Se confirmado, o resultado vai deixar a Assembleia Nacional "à esquerda" pela primeira vez em dez anos. A esquerda já controla o Senado desde 2011.

Quarenta e seis milhões de franceses estavam convocados às urnas neste domingo (10) para as eleições legislativas, nas quais a esquerda era favorita, um mês após a posse de Hollande.
Duas horas antes do fim da votação, a participação chegava a 48,31%, segundo o ministério do interior, inferior aos 49,28% de 2007. A previsão é que ela atinja 60%.
A eleição é disputada em dois turnos com voto majoritário, e 6.603 candidatos disputaram as 577 cadeiras nesta primeira etapa.
O segundo turno acontecerá no próximo domingo, 17 de junho.
Mobilização
Para tentar garantir a maioria, a esquerda convocou os eleitores para uma mobilização até o último momento.
Hollande voltou a pedir na última quinta-feira "uma maioria ampla, sólida e coerente".
"Não conseguirei promover uma mudança, como os franceses me pediram, se não dispor de uma maioria na Assembleia Nacional", disse.
Hollande, que conquistou a presidência vencendo Nicolas Sarkozy, abalado pela crise econômica, precisa da maioria para aprovar ajustes de orçamento e eventuais cortes de gastos.
Com ela garantida, ele poderá governar sem precisar dos votos da esquerda radical, contrária a integração europeia.
'Loucura'
"Se a esquerda ganhar, durante cinco anos não poderemos fazer nada para impedir sua loucura", afirmou, por sua vez, o líder da União por um Movimento Popular, Jean-François Copé, antes da votação.
Marine Le Pen, dirigente da ultradireitista Frente Nacional, pediu o voto de seus eleitores na votação presidencial, em que conquistou a terceira posição, para uma mobilização no primeiro turno, ressaltando que a permanência de seus candidatos no segundo "depende da participação".





Apenas 20% do texto final da Rio+20 já foi fechado, informa jornal


O documento-base das discussões da Rio+20 releva conflitos entre países e só apresenta acordo total em 20% do texto. É o que informa o jornal inglês The Guardian, que recebeu uma cópia do último draft (documento base das discussões) fechado pelos negociadores em Nova York no começo de junho, antes do início da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre no Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho.
O diplomata chinês Sha Zukang, presidente da Rio+20, admitiu após a última rodada preparatória nos EUA que pontos cruciais ainda estavam sem solução.
A discussão sem fim sobre a formulação de cláusulas e termos no texto atrapalha a elaboração do projeto que seria para "salvar o planeta" . Ainda não há consenso sobre a definição dos objetivos de desenvolvimento sustentável, uma das metas do encontro, nem do conceito de economia verde, um eixo principal da Rio+20.
Em 13 de junho iniciam as últimas negociações preparatórias antes da Cúpula com os chefes de Estado. Os negociadores têm apenas 3 dias para fechar os 80% restantes do texto.
Segundo a ONG  Third World Network, os países desenvolvidos ainda estariam firmemente contrários às propostas dos países em desenvolvimento, que pedem o fornecimento de "novos e adicionais recursos financeiros". O G77, que inclui os países em desenvolvimento como Brasil e China, chegou a sugerir eliminar o capítulo sobre finanças do texto dada à posição irredutível dos países desenvolvidos.
Tudo fechado antes da cúpula
Sha acredita que é possível lançar um processo no Rio de Janeiro para definir objetivos de desenvolvimento sustentável como uma característica central de um quadro de desenvolvimento pós-2015.  Entre as questões polêmicas estão assegurar que os objetivos integrem as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável, o processo de desenvolvimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as áreas prioritárias para possíveis metas.
Sha acrescentou ainda que o ritmo das negociações precisa ser acelerado, a fim de concluir as negociações até o final da próxima e última reunião do Comitê Preparatório. A ideia na ONU é fechar o texto antes da chegada dos chefes de Estado.
'Nós devemos ser determinados para confrontar as questões mais difíceis agora - 100% delas - em vez de deixar para os líderes", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A assessoria do Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirma que não se posiciona sobre a veracidade de documentos vazados e que o governo não divulga documentos em que as negociações ainda estão em aberto, como é o caso.