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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Falta até de gaze e soro fisiológico pode parar hospital


Vários setores de unidade federal em Bonsucesso são afetados por problemas, colocando em risco a saúde dos seus pacientes


Rio - Pacientes do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) estão em risco com a carência de insumos e medicamentos na unidade: desde itens básicos, como soro fisiológico, gaze, micropore e fraldas, até substâncias utilizadas em anestesia e esterilização. Documentos internos do hospital aos quais O DIA teve acesso revelam que o problema afeta a maioria dos setores da unidade, como centro cirúrgico, UTI neonatal, ginecologia, cardiologia, urologia, ortopedia e CTI, entre outros.




Kellen com a filha, Kyara: transplante adiado por falta de insumos | Foto: Álbum de família
De junho a agosto deste ano, diversos exames deixaram de ser feitos por falta de materiais. Além disso, cirurgias eletivas e de transplantes de fígado (como O DIA mostrou dia 11) foram canceladas por carência de material para realizar anestesias. 

Num dos documentos, do dia 15 passado, médicos que trabalham na unidade apontam a carência de agulhas e fios do tipo vicryl, adequados para realização de cesariana. 

Especialistas consultados por O DIA explicaram que o fio vicryl, usado para fechar o útero após a cirurgia, é absorvido pelo organismo com o tempo. Por estar em falta na unidade, as cesarianas são realizadas com um fio de metal, que fica para sempre na cavidade abdominal do paciente. 
O texto do documento, encaminhado à direção do Hospital de Bonsucesso, é claro quanto às consequências do improviso: “Este procedimento está sendo realizado com fios que não podemos garantir a segurança completa do ato cirúrgico”.
Até a noite de sexta-feira, 4 dias após a direção do HFB receber o relatório, nenhuma providência havia sido tomada em relação aos fios.
Dois tipos de produtos para esterilização também em falta
Em documento do dia 16, a equipe do HFB pede com urgência o fornecimento de dois insumos para esterilizar instrumentos cirúrgicos, a fim de que este serviço não fosse paralisado. O relatório ressalta que o problema já havia sido comunicado anteriormente.
Já em correspondência do dia 8, que lista medicamentos solicitados à farmácia central que estão em falta na unidade, o problema maior é em relação aos produtos necessários para cirurgias e anestesias. O ofício indica a falta de 11 substâncias, o estoque semanal necessário para cada uma, e o estoque existente: zero para todas, com exceção do Fentanil 10 ml — que, naquele dia, tinha prazo de 24 horas para acabar. 

“Se não houver esterilização, o paciente pode morrer com infecção generalizada. Fio inadequado de sutura também pode infeccionar”, afirma a deputada estadual Janira Rocha (PSOL), da Comissão de Saúde da Alerj.
Menina de 1 ano tem doador mas transplante de fígado não acontece 
O DIA começou a investigar a falta de insumos após denúncia da família de Kyara Ferreira, 1 ano. Ela espera por transplante de fígado e tem doador — o pai, Antônio Carlos, 23, pode doar parte de seu órgão. A mãe, Kellen, 22, soube no hospital que a cirurgia, marcada para 10 de agosto, foi cancelada por falta de insumos. Mas o Ministério da Saúde diz que o cancelamento foi por “indicação médica”.

Segundo a família, a primeira cirurgia seria em abril, mas não aconteceu por falta de anestesistas. Como O DIA começou a denunciar em 3 de fevereiro, a falta destes especialistas fez com que o serviço de transplantes de fígado parasse. Em 20 de abril, o ministério anunciou que resolvera o problema com profissionais temporários. 

No fim de março, prometera que, até junho, 8 novos anestesistas estariam na unidade após capacitação no Hospital Sírio Libanês. Mas até hoje o curso nem começou, o que só deve ocorrer em setembro. 

Bruna Pereira, 2 anos, Matheus da Silva, 2, e Andrew Araújo, 1, passaram pelo drama. Os três acabaram sendo operados com equipes temporárias, após denúncias de O DIA. Bruna e Matheus já receberam alta. Andrew não resistiu e morreu.
Ministro não sabe de nada e assessores negam problema
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou desconhecer o problema. “Eu não tenho conhecimento dessa informação de que o transplante (de Kyara) não foi realizado por falta de medicamento. Eu desconheço isso e inclusive quero saber de onde vem essa informação. Não estou sabendo de falta de medicamentos ou gaze. Estou recebendo essa informação agora e é preciso checar”, disse a O DIA, quinta-feira, em Brasília. 

Após o ministro determinar a apuração do caso, a assessoria de Comunicação do núcleo do ministério no Rio de Janeiro mais uma vez negou o problema: “(...) não existe falta sistemática de medicamentos e materiais médicos hospitalares que interfiram na assistência aos usuários”, diz nota, que também afirma que, “no momento, não há nenhum equipamento fora de funcionamento”.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores do Rio, Carlos Eduardo, vai pedir audiência com Padilha, para que o gestor explique o que está ocorrendo no HFB. “Vou pedir audiência para que ele explique essa crise, para entender como a situação chegou a esse ponto”.

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