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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Herdeiro de Kadafi aparece do lado de fora de hotel em Trípoli


Saif al-Islam disse a jornalistas que líder líbio continua na capital, onde rebeldes ampliam controle e tentam cercar Kadafi

Reprodução de imagem da TV Al-Arabiya mostra Saif al-Islam, filho de Muamar Kadafi, discursando em um local desconhecido


Um dia depois de rebeldes terem anunciado sua captura, Saif al-Islam, filho do líder líbio, Muamar Kadafi, apareceu do lado de fora do Hotel Rixos, na capital Trípoli.



De acordo com a rede de TV americana CNN, o herdeiro de Kadafi disse que sua suposta prisão era uma armadilha rebelde. Segundo o repórter da CNN Matthew Chance, um veículo Land Cruiser saiu do hotel com Saif dentro. Os jornalistas que estavam de plantão bateram no vidro e ele abriu a porta. De acordo com Saif, seu pai continua em Trípoli, assim como toda a família.
O correspondente da BBC em Trípoli Matthew Price diz que o filho do líder líbio parecia confiante, embora, segundo relatos, os insurgentes tenham tomado o controle da maior parte da capital líbia. "Nós quebramos a espinha dos rebeldes. Era uma armadilha. Nós os fizemos passar por maus bocados, então estamos ganhando", disse.
Não está claro, no entanto, se o filho de Kadafi foi detido e depois libertado ou se ele chegou mesmo a ser preso em algum momento. Segundo o repórter da CNN, o filho de Kadafi teria dito ainda que esteve o tempo todo circulando dentro de Trípoli, com seu comboio blindado.
A prisão de Saif al-Islam havia sido confirmada por Mustafa Abdul Jalil, chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios). Ele também havia confirmado a prisão no domingo de Mohammed, outro filho de Kadafi. Além disso, a TV Al-Arabiya anunciou que o terceiro filho de Kadafi, Saadi, cuja prisão havia sido anunciada no domingo, foi preso na verdade nesta segunda-feira.
Posteriormente, porém, a rede de TV Al-Jazeera informou que forças governistas ajudaram Mohammed, o filho mais velho do ditador árabe que era encarregado das telecomunicações líbias, a escapar da prisão domiciliar em que era mantido. A informação foi confirmada à rede de TV americana CNN pelo diplomata líbio Ali Suleiman Aujali, que renunciou ao cargo de embaixador da Líbia em Washington ao romper com Kadafi no fim de fevereiro.
Citando fontes não identificadas, a Al-Jazeera também informou que dois corpos encontrados poderiam ser de Khamis, outro filho de Kadafi, e de Abdullah al-Senusi, cunhado de Kadafi que também é chefe da inteligência militar do regime. Juntamente com Kadafi e Saif, Senusi tem contra si um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Caçada
Nesta segunda-feira, rebeldes caçavam Muamar Kadafi, de 69 anos, enquanto remanescentes de suas forças leais ainda resistem na capital e líderes mundiais reconhecem os rebeldes líbios como os novos governantes do Estado norte-africano rico em petróleo. À Reuters, um funcionário do Pentágono disse que EUA não acreditam que Kadafi tenha deixado a Líbia.
Dois dias depois da entrada em Trípoli de exércitos irregulares rebeldes, reforçada por um levante de opositores dentro da própria capital, tanques e franco-atiradores do regime parecem deter o controle de apenas pequenas áreas da cidade, incluindo seu quartel-general de Bab al-Aziziya.
Em uma coletiva concedida nesta segunda-feira em Benghazi, epicentro dos protestos e reduto opositor localizado no leste do país, o chefe do Conselho Nacional de Transição confirmou que Bab al-Aziziya e as áreas ao redor do complexo ainda não estão sob controle da oposição em Trípoli.
"Não podemos dizer que os rebeldes detêm o controle completo (da capital)", disse, acrescentando que "o real momento da vitória será quando Kadafi for capturado". De acordo com o representante do CNT no Reino Unido, Mahmoud Nacua, a oposição controla 95% da capital.
Situação em campo
Os civis, que lotaram as ruas na noite de domingo para celebrar o fim do regime de quase 42 anos, ficaram em casa nesta segunda-feira enquanto se ouviam trocas de tiros. A televisão estatal saiu do ar, e os rebeldes disseram que controlam seus transmissores. No exterior, mais embaixadas líbias hastearam a bandeira rebelde.
Jornalistas estrangeiros disseram ter visto forças rebeldes caçando atiradores de prédio em prédio. "Os revolucionários estão posicionados em todos os lugares em Trípoli", disse um rebelde graduado que se identificou como Abdulrahman. Mas as forças pró-governo tentam resistir. "Há disparos em todos os lugares", disse, afirmando que tanques do governo estão em ação perto do porto mediterrâneo de Trípoli e no centro da cidade, perto de Bab al-Aziziya.
Também nesta segunda-feira, forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) interceptaram nesta segunda-feira um míssil Scud lançado, aparentemente, pelas tropas leais ao líder líbio, Muamar Kadafi, na cidade de Sirte. De acordo com a TV Al-Jazeera, um caça-bombardeiro da Otan conseguiu interceptar a trajetória do míssil e o destruiu no ar antes que pudesse atingir o alvo.
Essa é a segunda vez em uma semana que as Forças Armadas ainda leais a Kadafi utilizam esse tipo de arma para se defender dos ataques das forças insurgentes, que mesmo assim já avançaram até a capital. O projétil anterior foi igualmente lançado de Sirte e não destruiu seu alvo, já que caiu em uma região desértica próximo a Brega, cidade sob controle dos rebeldes.
Potências do Ocidente, que fornecem apoio aéreo aos rebeldes desde março, conclamaram o líder líbio a aceitar o fim de seu poder absoluto e acabar com o banho de sangue depois de seis meses de guerra civil. "Muamar Kadafi e seu regime precisam reconhecer que seu governo chegou ao fim", disse o presidente Barack Obama na noite de domingo.
Mas, depois de três áudios desafiadores divulgados entre sábado e domingo, nos quais conclamou seus partidários a se levantar contra os "ratos" rebeldes, nada se ouviu mais de um dos líderes mais longevos do mundo - que por várias vezes prometeu morrer e não se entregar. Várias autoridades disseram desconhecer seu paradeiro. A última aparição pública de Kadafi foi feita durante um jogo de xadrez em 12 de junho.
Abdul Jalil, o chefe do CNT, disse que a era Kadafi "acabou", afirmando esperar que ele seja capturado "vivo". "A era Kadafi acabou", declarou, acrescentando que ele terá um julgamento justo. "Mas não tenho ideia de como se defenderá dos crimes que cometeu contra a população líbia e o mundo."
Ex-ministro da Justiça do regime Kadafi, Abdul Jalil desertou para o lado dos rebeldes em fevereiro, depois de ver a execução de civis, e rapidamente se tornou líder do conselho de transição. Atualmente ele é cotado para desempenhar um papel-chave em um futuro governo do país.
Dois dias depois da entrada em Trípoli de exércitos irregulares rebeldes, reforçada por um levante de opositores dentro da própria capital, tanques e franco-atiradores do regime parecem deter o controle de apenas pequenas áreas da cidade, incluindo seu quartel-general de Bab al-Aziziya.
Em uma coletiva concedida nesta segunda-feira em Benghazi, epicentro dos protestos e reduto opositor localizado no leste do país, o chefe do Conselho Nacional de Transição confirmou que Bab al-Aziziya e as áreas ao redor do complexo ainda não estão sob controle da oposição em Trípoli.
"Não podemos dizer que os rebeldes detêm o controle completo (da capital)", disse, acrescentando que "o real momento da vitória será quando Kadafi for capturado". De acordo com o representante do CNT no Reino Unido, Mahmoud Nacua, a oposição controla 95% da capital.
Situação em campo
Os civis, que lotaram as ruas na noite de domingo para celebrar o fim do regime de quase 42 anos, ficaram em casa nesta segunda-feira enquanto se ouviam trocas de tiros. A televisão estatal saiu do ar, e os rebeldes disseram que controlam seus transmissores. No exterior, mais embaixadas líbias hastearam a bandeira rebelde.
Jornalistas estrangeiros disseram ter visto forças rebeldes caçando atiradores de prédio em prédio. "Os revolucionários estão posicionados em todos os lugares em Trípoli", disse um rebelde graduado que se identificou como Abdulrahman. Mas as forças pró-governo tentam resistir. "Há disparos em todos os lugares", disse, afirmando que tanques do governo estão em ação perto do porto mediterrâneo de Trípoli e no centro da cidade, perto de Bab al-Aziziya.
Também nesta segunda-feira, forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) interceptaram nesta segunda-feira um míssil Scud lançado, aparentemente, pelas tropas leais ao líder líbio, Muamar Kadafi, na cidade de Sirte. De acordo com a TV Al-Jazeera, um caça-bombardeiro da Otan conseguiu interceptar a trajetória do míssil e o destruiu no ar antes que pudesse atingir o alvo.






Essa é a segunda vez em uma semana que as Forças Armadas ainda leais a Kadafi utilizam esse tipo de arma para se defender dos ataques das forças insurgentes, que mesmo assim já avançaram até a capital. O projétil anterior foi igualmente lançado de Sirte e não destruiu seu alvo, já que caiu em uma região desértica próximo a Brega, cidade sob controle dos rebeldes.
Potências do Ocidente, que fornecem apoio aéreo aos rebeldes desde março, conclamaram o líder líbio a aceitar o fim de seu poder absoluto e acabar com o banho de sangue depois de seis meses de guerra civil. "Muamar Kadafi e seu regime precisam reconhecer que seu governo chegou ao fim", disse o presidente Barack Obama na noite de domingo.
Mas, depois de três áudios desafiadores divulgados entre sábado e domingo, nos quais conclamou seus partidários a se levantar contra os "ratos" rebeldes, nada se ouviu mais de um dos líderes mais longevos do mundo - que por várias vezes prometeu morrer e não se entregar. Várias autoridades disseram desconhecer seu paradeiro. A última aparição pública de Kadafi foi feita durante um jogo de xadrez em 12 de junho.
Abdul Jalil, o chefe do CNT, disse que a era Kadafi "acabou", afirmando esperar que ele seja capturado "vivo". "A era Kadafi acabou", declarou, acrescentando que ele terá um julgamento justo. "Mas não tenho ideia de como se defenderá dos crimes que cometeu contra a população líbia e o mundo."
Ex-ministro da Justiça do regime Kadafi, Abdul Jalil desertou para o lado dos rebeldes em fevereiro, depois de ver a execução de civis, e rapidamente se tornou líder do conselho de transição. Atualmente ele é cotado para desempenhar um papel-chave em um futuro governo do país.

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