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quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Para salvar Petrobras, governo sinaliza que pode aumentar gasolina na bomba


De acordo com o ministro Edison Lobão, o que está dividindo a decisão do governo é a preocupação com a inflação


Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta-feira que não “vê nenhum outro instrumento que não seja o reajuste” do preço da gasolina para salvar a Petrobras, após o prejuízo de R$ 1,3 bilhão da petrolífera no segundo trimestre.
De acordo com Lobão, o que está dividindo a decisão do governo é a preocupação com a inflação. “O reajuste é necessário, há nove anos que não se faz um reajuste na bomba.” O que o governo tem feito é reduzir a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), imposto cobrado na operação de venda da gasolina nas refinarias e distribuidores e que foi zerado.
O aumento é uma avaliação que vem sendo feita entre o Ministério da Fazenda e Minas e Energia, mas é algo que não está decidido”, ressaltou. Um reajuste na gasolina, na opinião do ministro, também seria bom para ajudar um aumento na produção de etanol, o que futuramente compensaria o preço da gasolina maior. "Precisamos ajudar o etanol porque temos a necessidade de produzir cada vez mais e os produtores se queixam dos preços baixos, exatamente em razão do preço da gasolina, que também é baixo", disse.
O ministro disse ainda que o governo gostaria de esperar mais para realizar novo reajuste nos combustíveis, mas que isso pode não ser possível, já que a elevação autorizada em 22 de junho (de 7,83% na gasolina e de 3,94% no diesel) não foi suficiente para cobrir as necessidades da petroleira.
"A orientação para esperar mais um pouco sempre existe, mas a orientação às vezes se choca com a necessidade. O governo gostaria de esperar mais um pouco, mas a necessidade é tão grande que o governo pode ter que ceder", afirmou. 

Três categorias engrossam greve federal com paralisação de 24 horas


Funcionários do Banco Central, Receita Federal e delegados e peritos da Polícia Federal (PF) cruzarão os braços amanhã

A greve parcial dos servidores públicos federais ganha novas adesões com paralisações de 24 horas previstas para esta quarta-feira. Funcionários do Banco Central, Receita Federal e delegados e peritos da Polícia Federal (PF) cruzarão os braços amanhã. Os servidores do Tesouro estão paralisados por 48 horas desde segunda-feira.

A onda de greves, que tem como principal reivindicação o reajuste linear de 22% nos vencimentos básicos, se espalha pela Esplanada dos Ministérios. Há mais de 40 dias estão paralisados mais de 350 mil servidores de 35 órgãos públicos de 26 unidades da federação, segundo sindicatos e confederações de várias categorias.
Até agora apenas os professores de universidades e institutos de ensino técnico federal e os técnicos-administrativos dessas instituições receberam propostas formais de reajuste feitas pelo governo - a oferta inclui aumentos diferenciados entre 25% e 40%.
Uma das primeiras categorias a parar, os funcionários de agências reguladoras aproveitarão a quarta-feira para realizar um ato no porto de Santos. O objetivo é "conscientizar mais servidores" a aderir à paralisação que, segundo o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências), já chega a 60% dos funcionários de dez agências reguladoras, além do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A categoria reivindica reajuste de 30,19%.
Esta terça-feira deve marcar, porém, o último dia de paralisação dos servidores do Tesouro Nacional e da Controladoria-Geral da União (CGU). O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) estima em 60% a adesão dos servidores da área. Até a tarde de amanhã os servidores decidirão se haverá nova paralisação de 48 horas na próxima semana.
O Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) espera que 80% dos 4.540 servidores da instituição deixem de trabalhar nesta quarta-feira para reivindicar aumento de 23% nos salários, o que corresponderia às perdas decorrentes da inflação nos últimos quatro anos, segundo o sindicato. Os servidores presentes na última assembleia do BC votaram também por marcar novo encontro para a semana do dia 20 de agosto, quando decidirão se entram em greve por tempo indeterminado.
Para a Receita, a expectativa do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal (Sindireceita) é que 5,5% dos auditores de zonas secundárias (ou seja, 500 de 9 mil servidores) viajem até Brasília para engrossar a manifestação dos servidores prevista para as 15h de amanhã. A "operação- padrão" nas aduanas continua e não tem prazo para terminar. A categoria pede reajuste salarial de 30,19%.
A paralisação dos delegados e peritos da PF deve prejudicar a emissão de passaportes e o controle em aeroportos. Mas atividades essenciais serão mantidas. A categoria pede realização de concurso e recomposição salarial para cobrir a inflação dos três últimos anos.