Para salvar Petrobras, governo sinaliza que pode aumentar gasolina na bomba
De acordo com o ministro Edison Lobão, o que está dividindo a decisão do governo é a preocupação com a inflação
Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta-feira que não “vê nenhum outro instrumento que não seja o reajuste” do preço da gasolina para salvar a Petrobras, após o prejuízo de R$ 1,3 bilhão da petrolífera no segundo trimestre.
De acordo com Lobão, o que está dividindo a decisão do governo é a preocupação com a inflação. “O reajuste é necessário, há nove anos que não se faz um reajuste na bomba.” O que o governo tem feito é reduzir a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), imposto cobrado na operação de venda da gasolina nas refinarias e distribuidores e que foi zerado.
O aumento é uma avaliação que vem sendo feita entre o Ministério da Fazenda e Minas e Energia, mas é algo que não está decidido”, ressaltou. Um reajuste na gasolina, na opinião do ministro, também seria bom para ajudar um aumento na produção de etanol, o que futuramente compensaria o preço da gasolina maior. "Precisamos ajudar o etanol porque temos a necessidade de produzir cada vez mais e os produtores se queixam dos preços baixos, exatamente em razão do preço da gasolina, que também é baixo", disse.
O ministro disse ainda que o governo gostaria de esperar mais para realizar novo reajuste nos combustíveis, mas que isso pode não ser possível, já que a elevação autorizada em 22 de junho (de 7,83% na gasolina e de 3,94% no diesel) não foi suficiente para cobrir as necessidades da petroleira.
"A orientação para esperar mais um pouco sempre existe, mas a orientação às vezes se choca com a necessidade. O governo gostaria de esperar mais um pouco, mas a necessidade é tão grande que o governo pode ter que ceder", afirmou.