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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dono da Sasil é preso em aeroporto após chegar ao Brasil


Suposto dono da ilha confiscada em operação, empresário Paulo César Cavalcanti é apontado como cabeça de esquema de sonegação








Ilha confiscada na baia de Todos os Santos


O empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, apontado pela Polícia Federal e Receita Federal como líder de suposto esquema de sonegação fiscal, foi preso no final da manhã desta segunda-feira (22), em Salvador, ao desembarcar no aeroporto da capital baiana.

Dono da Sasil, uma das principais distribuidoras de produtos químicos do País, Cavalcanti foi alvo de um dos 31 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça Federal em Juiz de Fora (MG) na operação Alquimia, deflagrada na semana passada. 
Cavalcanti seria o dono da ilha confiscada durante a operação. Na propriedade na baía de Todos os Santos, estimada em R$ 15 milhões, policiais e auditores da Receita apreenderam bens como jet-skis, lanchas, motos e 2,5 quilos em barras de ouro e de prata. 
Em viagem de negócios à Espanha, o empresário era considerado foragido e foi preso por policiais federais ao desembarcar em Salvador. Foi levado à superintendência da PF na capital baiana e, após ser ouvido, deveria ser encaminhado a um presídio na cidade. Sócio e irmão de Cavalcanti, Ismael César Cavalcanti Neto também foi preso na operação. 






O grupo Sasil, que presta serviços para grandes empresas petroquímicas, como Braskem e Petrobras, é suspeito de montar uma engenharia empresarial, com empresas de fachada e outras sediadas em paraísos fiscais, para burlar o pagamento de impostos. O prejuízo ao erário, segundo a Receita e a PF, pode chegar a R$ 1 bilhão. 
O advogado Gamil Foppel, que diz representar Cavalcanti, em contato com o iG na semana passada, negou suspeitas contra seu cliente e criticou a operação. Afirmou que ainda não há acusação formal contra o empresário e criticou o fato de as “medidas de força”, como prisões, terem sido realizadas nove anos após o início da investigação, que começou em 2002. 
“Alguém vendeu informação sobre sonegação de R$ 1 bilhão. Nos autos (do inquérito) e na decisão (que decretou prisão de Cavalcanti) ela não está. A sociedade cria uma imagem de realidade não-fundamentada e depois ninguém consegue reverter isso”, disse Foppel, para quem Cavalcanti está sendo alvo de “escárnio” público. 
O advogado não negou nem confirmou se Cavalcanti é o dono da ilha na baía de Todos os Santos confiscada na operação. “Sou advogado dele como pessoa física, não conheço o patrimônio dele.” 
Secretário de Wagner critica operação da PF 
A operação Alquimia também foi alvo de críticas do secretário de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. Em entrevista a um site local, o secretário do governo Jaques Wagner (PT) teria dito que a Sasil “é uma das maiores empresas do Brasil e não deve nada a ninguém”. “É preciso colocar nariz de palhaço para acreditar que uma empresa que fatura R$ 500 milhões por ano vá sonegar impostos no montante de R$ 1 bilhão”, teria ainda afirmado o secretário. 
Procurado pelo iG nesta segunda-feira (22), o secretário afirmou, por meio de sua assessoria, que não iria mais comentar o caso, pois já havia dito “tudo a respeito”.


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