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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Rebeldes alertam sobre risco para civis em reduto de Kadhafi

SHISHAN, Líbia, 5 Set 2011 (AFP) -Rebeldes alertaram nesta segunda-feira para o risco que civis estão correndo na cidade de Bani Walid, enquanto fontes nigerinas afirmam que funcionários do regime atravessaram a fronteira.

Entre os funcionários estaria o chefe da segurança interna de Muamar Kadhafi, Mansur Daw, que estava na cidade de Bani Wali com ao menos dois dos filhos do ditador, informou uma fonte do governo nigerino.

Nesta quinta-feira, a China negou uma notícia da imprensa canadense segundo a qual o país teria fornecido armas ao regime de Kadhafi durante os últimos meses e que teria enviado esses armamentos em navios por meio da Argélia e da África do Sul.

Kamal Hodeisa, ministro da Defesa, disse à AFP em Trípoli que rebeldes "se moverão caso haja um ato de agressão por parte das forças de Kadhafi dentro de Bani Walid ou se eles atacarem civis".

"Há um debate entre rebeldes sobre se devemos ir adiante, mas acho que no final das contas eles respeitarão o prazo", disse, referindo-se a uma trégua até 10 de setembro para tentar negociar a rendição dos últimos baluartes pró-Kadhafi.

Abdullah Kenshil, negociador do novo governo líbio, disse que civis estavam sendo feitos reféns no centro da cidade, em prédios administrativos e em cinco ou seis vilarejos.

"Os soldados de Kadhafi também fecharam os portões da cidade e não estão deixando as famílias saírem", disse. "Isso nos preocupa, nós não queremos matar civis nos ataques".

Negociações para a rendição de Bani Walid, sudeste de Trípoli, terminam no domingo, mas ainda havia algum movimento no frente nesta segunda-feira, apesar das preocupações de que famílias locais poderiam ser usadas como escudos humanos.

O comandante operacional Abdulrazzak Naduri disse a jornalistas em Shishan, norte de Bani Walid, que o Conselho Nacional de Transição (CNT) "não quer mais derramamento de sangue".

Funcionários locais afirmaram que figuras importantes do regime voaram com Seif al-Islam, filho mais proeminente de Kadhafi, que, de acordo com Naduri, foi alguns dias atrás para a cidade de Sabha, extremo sul do país, ainda nas mãos dos fiéis ao regime.

Dois outros filhos de Kadhafi, Saadi e Mutassim, também estariam em Bani Wali, e há relatos de que o próprio ditador tenha atravessado a cidade, mas ainda não está claro quando isso teria ocorrido.

Mas Daw e dez outros funcionários do regime estavam nesta segunda-feira no nordeste da cidade de Agadez, no Níger, tendo sido levados pela fronteira por um líder da tribo nômade tuaregue, aliado de Kadhafi, informaram fontes tuaregues.

Nenhum confronto foi reportado nesta segunda-feira na cidade de Kadhafi, Sirte, ou nas cidades do sudeste do país, Sabha e Al-Khufra.

Em Pequim, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu que funcionários líbios visitaram a China em julho para conversas sobre "interesses comerciais", mas insistiu que não houve assinatura de contratos para envio de armas ou para exportações diretas ou indiretas de armamentos.

Citando documentos secretos, jornais canadenses informaram que empresas estatais chinesas teriam vendido armas e munições para o regime de Kadhafi em julho.

O Reino Unido reinstalou uma missão diplomática em Trípoli, anunciou nesta segunda-feira o Ministério britânico das Relações Exteriores, que havia suspendido em fevereiro as atividades de sua embaixada na capital líbia em razão do conflito.

O Conselho de Segurança da ONU discutirá na sexta-feira o lançamento de uma missão para a Líbia com o objetivo de ajudar nas reformas políticas e jurídicas e nas preparações para eleições, informou à AFP um diplomata nesta segunda-feira.

Furacão Katia sobe para categoria três

MIAMI, EUA, 5 Set 2011 (AFP) -O furacão Katia ganhou força nesta segunda-feira sobre o Atlântico e passou à categoria três na escala Saffir-Simpson (1 a 5), mas permanece distante da costa dos Estados Unidos, informaram funcionários americanos.

Katia, com ventos de quase 185 km/h, é monitorado no Atlântico diante de uma possível passagem sobre a costa leste dos Estados Unidos nos próximos dias.

Às 21H00 GMT (18H00 Brasília), o centro de Katia estava a 795 km ao sul das Bermudas, e seguia ganhando força, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami.

Minas confirma primeiro caso de dengue tipo 4

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) confirmou o primeiro caso de dengue pelo vírus tipo 4 no Estado. Trata-se de uma moradora de Frutal, no Triângulo Mineiro, município próximo à divisa com o estado de São Paulo.
A paciente, de 62 anos, foi infectada em maio. Investigações mostram que não houve deslocamentos que mostrassem que a infecção tenha se dado fora dos limites do município. A informação foi divulgada hoje, mas a paciente já está recuperada. No total, foram notificados 54.588 casos de dengue no estado.
De acordo com autoridades do setor, o vírus tipo 4 não é mais perigoso do que os sorotipos 1, 2 e 3. Ele apresenta os mesmos sintomas que os demais, como dores de cabeça e no corpo, febre, diarreia e vômito. O tratamento também é igual. O mais preocupante em relação ao tipo 4 é que ele não circulava há vários anos no País e a população não tem imunidade contra ele.

Reino Unido precisa encarar ecos da Líbia


Na esteira do destronamento de Muammar Gaddafi vieram à tona documentos que, se sua legitimidade for comprovada, podem incriminar os serviços de inteligência britânicos por cumplicidade no abuso e tortura, cometidos por líbios, de suspeitos de terrorismo. Tanto para o povo britânico quanto para os serviços de inteligência é crucial determinar a verdade sobre o que foi ou não foi feito e cobrar a responsabilidade política plena por isso.
O relacionamento de inteligência entre Reino Unido e Líbia desenvolvido sob o entendimento mantido pelo ex-primeiro-ministro Tony Blair com o coronel Gaddafi é amplamente conhecido. Mas os documentos deixam subentendido um grau de conivência que contradiz a defesa feita pelos serviços de inteligência de suas táticas de combate ao terrorismo.
Um dos documentos indica que o MI6 saudou a oportunidade de interrogar Abdul Hakim Belhadj, ex-integrante de um grupo jihadista e atual chefe da milícia que controla Trípoli, depois de ele ter sido levado à Líbia ilegalmente pela Agência Central de Inteligência (CIA). Outro sugere que o Reino Unido teria feito a transferência ilegal ("rendition") de Hong Kong a Trípoli de um suposto conspirador na realização de ataques terroristas no Reino Unido, Abu Munthir.
Se qualquer uma das acusações for verdadeira, ela vai prejudicar as declarações do serviço de inteligência britânico de que, na pior das hipóteses, foi culpado de demorar para detectar práticas abusivas relacionadas às transferências ilegais de suspeitos feitas pelos EUA, mas que não praticou tais transferências, ele próprio.
É elogiável o fato de o inquérito Gibson, montado para investigar alegações de cumplicidade do Reino Unido na transferência ilegal ou tortura de prisioneiros de Guantánamo, ter anunciado prontamente que também vai investigar alegações relacionadas às informações que vieram à tona na Líbia. O inquérito Gibson vem sendo criticado por seu sigilo excessivo. Mas é compreensível que nem todas as informações possam ser levadas a público. Cabe aos participantes no inquérito aplicar o sigilo apenas nos casos em que a segurança nacional realmente o exige, e, também, nunca poupar figuras políticas de constrangimento. É preciso que a verdade seja finalmente dita por inteiro.
Dois princípios precisam nortear os julgamentos sobre os fatos que acabarem por ser verificados. Em primeiro lugar, nenhum serviço de inteligência pode fazer seu trabalho --especialmente nos anos logo seguintes ao 11 de setembro-- sem lidar com regimes indesejáveis. Mas é falsa a dicotomia entre nenhum contato com tais regimes ou a terceirização de interrogatórios para regimes cujas garantias de que não ocorrerá tortura só são críveis para quem ignora a verdade porque o quer.
Em segundo lugar, um estado de direito precisa ser protegido por meios legais. Se oficiais de inteligência satisfizeram a expectativas de que agiriam fora da lei, o fizeram para seu próprio descrédito. Se seus mestres políticos alimentaram essas expectativas --preferindo não saber como as informações são obtidas--, a vergonha maior é deles.

Milhares de cubanos festejam a Virgem, em Cuba, pela primeira vez em 52 anos

MADRUGA, Cuba, 5 Set 2011 (AFP) -Pela primeira vez, em 52 anos de governo comunista, milhares de fiéis puderam participar de romarias em homenagem à Virgem da Caridade do Cobre, a santa padroeira de Cuba.

Uma peregrinação autorizada começou em agosto em Santiago de Cuba, 970 km a leste de Havana, e será concluída no dia 30 de dezembro na capital, depois do que a imagem regressará a seu santuário, no povoado de El Cobre.

Domingo, sob um sol intenso, com rezas e cânticos, milhares de pessoas receberam a santa na aldeia de Madruga, 65 km a leste de Havana.

Sua única peregrinação ocorreu em 1951-52, durante os festejos do cinquentenário da República, sob a liderança do arcebispo de Santiago de Cuba, Enrique Pérez Serantes - o mesmo que intercedeu para salvar Fidel Castro e outros rebeldes do frustrado ataque ao quartel Moncada (1953), primeira ação armada da revolução.

A imagem da Virgem mulata apareceu, segundo a lenda, pela primeira vez em 1612, para três pescadores, na baía de Nipe, na ilha.

Em Cuba, 15% dos 11,2 milhões de habitantes praticam uma religião definida; 15% se dizem ateus e os demais professam um marcado sincretismo religioso, um amálgama do cristianismo com cultos de origem africana.

Os cubanos identificam a Virgem da Caridade com Oxum, um orixá feminino do panteão ioruba.

Na procissão em Madruga, concluída com missa no parque principal da aldeia, algumas pessoas, como Carmen Rodríguez, usavam colares de contas brancas e amarelas, as cores de Oxum. "Isso é o melhor que podia nos acontecer, vivemos tempos de mudanças e a Virgem nos dará um impulso especial", disse a mulher, de 62 anos.

"Chegou o momento de nossa Arquidiocese de Havana preparar-se para receber a Virgem da Caridade. É um momento de alegria", porque "nos traz saúde e esperança", disse o cardeal Jaime Ortega ante os fiéis, reunidos na entrada da aldeia, comovido com a chegada da padroeira.

Ortega, também arcebispo de Havana, elogiou as "mudanças" empreendidas pelo governo Raúl Castro e o clima de diálogo que permitiu a romaria, pedindo aos cubanos que "abram seus corações" para receber "mensagem de paz, fraternidade e reconciliação".

"Isto faz parte do novo ambiente de mudança que há em Cuba" e "que esperamos e pedimos à Virgem da Caridade que continuem", acrescentou, referindo-se ao diálogo que começou em 2010 com o presidente Raúl Castro, e que teve como principal fruto a libertação de 130 presos políticos.

Em uma urna de cristal sobre a carroceria de um caminhão, escoltada por policiais em motos que acionavam buzinas, a Virgem entrou em Madruga, uma aldeia de camponeses, em meio à euforia dos fiéis, que se apresentavam com flores e cartazes, agitando pequenas flâmulas, entoando cânticos.

"É a mãe de todos os cubanos, que veio nos abençoar. Tenho muita coisa para pedir a ela", declarou emocionada à AFP Maritsa Sánchez, uma cristã fervorosa de 59 anos, que se dedica a visitar e a levar alimentos aos enfermos, na paróquia de Madruga.

Para María Echizárraga, que vive numa aldeia vizinha, "foi uma boa oportunidade para pedir a Santa pelos jovens que ainda não puderam encontrar seu caminho" e, "principalmente, muita saúde e prosperidade" para Cuba.

As procissões, vetadas em Cuba nos anos 1960, foram restabelecidas durante a visita do Papa João Paulo II, em 1998, quando as difíceis relações entre o governo comunista de Fidel Castro e a hirarquia católica entraram numa fase de aproximação.

Forças sírias promovem mais ataques contra dissidentes

DAMASCO, 5 Set 2011 (AFP) -Forças de segurança sírias lançaram ataques contra dissidentes nesta segunda-feira, denunciaram ativistas, enquanto a Cruz Vermelha conseguiu acessar uma prisão de Damasco pela primeira vez desde o início das revoltas sírias.

Ativistas afirmaram que ao menos 13 pessoas morreram durante os recentes atos de violência: oito em ataques na província central de Homs, quatro quando um ônibus com trabalhadores do setor petroleiro foi atingido por tiros. Um homem foi morto quando tentava atravessar a fronteira com a Turquia.

O derramamento de sangue ocorreu enquanto o líder do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, encerrava uma visita à Síria, onde grupos de Direitos Humanos indicam que 10.000 pessoas foram presas desde que os protestos contra o regime começaram, em meados de março.

Um funcionário da Liga Árabe afirmou que o secretário-geral Nabil al-Arabi visitará Damasco na quarta-feira, levando uma iniciativa de paz árabe para solucionar a crise na Síria.

O CICV informou que Kellenberger se reuniu com o presidente Bashar al-Assad antes de divulgar sua visita e anunciou que delegados da Cruz Vermelha visitaram a prisão central de Damasco, no subúrbio de Adra, no domingo.

"Inicialmente, nós teremos acesso a pessoas detidas pelo Ministério do Interior, e esperamos que em breve possamos visitar todos os presos", disse Kellenberger em um comunicado.

"Este é um passo importante para nossas iniciativas humanitárias na Síria", disse.

O CICV afirmou que Kellenberger "saudou os progressos feitos em termos de acesso a áreas afetadas pela violência. Ele enfatizou que uma das suas principais preocupações atuais é garantir que os feridos e os doentes recebam atendimento médico".

Em sua reunião com Assad também foram abordadas "as regras para o uso da força pelas forças de segurança na situação atual e a obrigação de respeitar o bem-estar físico e psicológico e a dignidade humana dos detidos", disse.

No terreno, tropas e forças de segurança atacaram diversos distritos de Homs, matando oito civis, e também lançaram ataques na província central de Hama, outro reduto dos protestos contra o regime.

O Comitê Coordenador Local informou que um homem foi morto por um atirador na região de Idlib, nordeste da Síria, ao tentar atravessar a fronteira com a Turquia.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que um homem e seu filho estavam entre os mortos em Homs, acrescentando que eles aparentemente foram mortos por militantes pró-regime em motos.

O Observatório também informou que quatro pessoas morreram e 11 ficaram feridas quando atiradores fizeram uma emboscada contra um ônibus que transportava funcionários de uma petroleira síria.

O grupo sediado na Inglaterra informou também que ao menos 35 pessoas ficaram feridas em Homs, onde mais de 80 pessoas foram presas na cidade de Al-Khalidiyeh.

Uma vala comum contendo os restos mortais de sete pessoas foi descoberta perto do vilarejo de Rami, nordeste da Síria, informou o Comitê Coordenador Local, acrescentando que o Exército conseguiu evitar que os moradores recuperassem os corpos.

Mais de 2.200 pessoas foram mortas na Síria desde o início das marchas de protesto, quase diárias, segundo as Nações Unidas. O regime de Assad diz combater "gangues armadas terroristas" apoiadas por estrangeiros.

Segundo a Anistia Internacional, ao final de agosto, o número de mortos em prisões sírias disparou em 2011, e incluiu 10 crianças.

"Oitenta e oito dessas mortes foram reportadas à Anistia Internacional como tendo ocorrido no período de 1º de abril a 15 de agosto", destacou a Anistia, acrescentando que em pelo menos 52 delas havia evidências de que torturas causaram as mortes.

No campo diplomático, Arabi disse que Damasco concordou com uma visita que ele havia anunciado uma semana antes, depois que o bloco de 22 países se reuniu para discutir a crise síria. "Expressarei as preocupações árabes e ouvirei", afirmou.

Depois de uma reunião especial sobre a Síria, celebrada em 27 de agosto, a Liga Árabe anunciou que o chefe da organização iria a Damasco.

Um diplomata árabe no Cairo afirmou que vai reiterar os pedidos internacionais por uma "suspensão das operações militares, pela libertação de prisioneiros e pelo lançamento de reformas políticas" na Síria.

Depois do encontro de 27 de agosto, ministros árabes das Relações Exteriores pediram o "fim do derramamento de sangue e (que a Síria) siga o caminho da razão antes que seja tarde demais", pedindo reformas no país.

Damasco informou que o comunicado continha "linguagem inaceitável e preconceituosa", deixando Arabi à espera de um sinal verde para a visita proposta.

Protestos marcam último dia de julgamento de Mubarak

A violência tomou conta da multidão que aguardava do lado de fora de uma corte no Cairo, no último dia do julgamento do ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak.

Manifestantes a favor e contra Mubarak entraram em confronto e a polícia sofreu para controlá-los.

Uma testemunha disse que ele chegou à corte em um helicóptero vindo de um hospital no Cairo e que estava em uma cadeira de rodas.

O ex-presidente é acusado de mandar matar manifestantes durante as revoltas no início do ano, que culminaram com a sua saída do poder.

Mubarak nega todas as acusações.

Tufão deixa pelo menos 26 mortos e 50 desaparecidos no Japão

Pelo menos 26 pessoas morreram e mais de 50 estão desaparecidas depois da passagem do tufão Talas pelo oeste do Japão, no último sábado.

Milhares de pessoas ficaram isoladas depois que as fortes chuvas destruíram pontes, rodovias e estradas de ferro.

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, prometeu fazer de tudo para encontrar os desaparecidos e ajudar aos desabrigados.

Noda tomou posse apenas um dia antes do tufão chegar ao país. O primeiro-ministro passou seu primeiro fim de semana no cargo lidando com o desastre.

O Talas é considerado o pior tufão a atingir o japão desde 2004. Naquele ano, os números de mortos e de desaparecidos somaram 98 pessoas.

Segundo a mídia japonesa, as mortes foram registradas nos distritos de Nara e Wakayama, onde a chuva torrencial provocou deslizamentos de terra e fez os rios transbordarem.

Segundo a Agência Meteorológica do país, o tufão se deslocou para o Mar do Japão no domingo, mas ainda deixou um rastro de chuvas e fortes ventos no território nacional.

Boate pediu reforço policial para evitar briga de skinheads em SP


A casa noturna Carioca Club, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, pediu reforço policial com cerca de uma semana de antecedência antes do show de sábado (3). Uma briga entre skinheads e punks próximo ao local deixou uma pessoa morta e uma ferida em estado grave.
Briga entre skinheads em SP teve cerca de 200 envolvidos, diz PM
Briga de skinheads na zona oeste de SP deixa um morto
O produtor de eventos da Carioca Club, Ricardo Garcia, afirmou que ficou sabendo de boatos de que gangues estariam marcando uma briga perto do local do show pela internet.
Segundo Garcia, quatro carros da Polícia Militar foram enviados ao bairro no início do show.
O computador com imagens das câmeras de segurança da boate foi levado pela polícia. A delegada Margarette Barreto, da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) assumiu o caso.
"As imagens mostram um correria, não mostram a briga porque as agressões ocorreram na esquina e não exatamente em frente à casa noturna. E a câmera foca só a frente do local", afirmou Garcia.
A BATALHA DOS SKINHEADS
A briga aconteceu antes do show da banda de punk inglesa Cock Sparrer, que aconteceu no Carioca Club, na rua Cardeal Arcoverde.
Gangues de skinheads neonazistas, entre elas a Front 88 e a Impacto Hooligan, estavam na porta da boate. O número no nome da gangue Front 88 significa a saudação nazista "Heil, Hitler" --o H é a oitava letra do alfabeto.
Descendo a mesma rua em direção ao local, vinha outra facção de gangues skinheads contrárias ao neonazismo. Entre elas estava a Rash (Red and Anarchist Skinheads), que em sua página na internet se define como "um coletivo de Skinheads Antifascistas, composto por anarquistas e comunistas".
Quando as gangues se encontraram, deram início a um grande confronto com direito a tiros, facadas e explosões de coquetéis molotov. Cerca de 400 pessoas estavam na frente da boate no momento da briga. Segundo testemunhas, carros estacionados foram depredados. Spray de pimenta foi usado para conter o tumulto.
Oito pessoas foram detidas para averiguação e encaminhadas para o 14º DP (Pinheiros), mas ninguém foi preso. Os detidos negaram participação na briga e foram liberados. Com eles, a polícia apreendeu três facas, um skate e seis bolinhas de gude.
Duas pessoas foram levadas para o HC (Hospital das Clínicas) em estado grave. Johni Raoni Falcão Galanciak, de 25 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Fábio dos Santos, de 21 anos, teve um traumatismo crânio-encefálico e respira com a ajuda de aparelhos. Ele continua em estado grave, e passará por cirurgia nesta noite, segundo a assessoria de imprensa do hospital.
Johni Galanciak já tinha passagem pela polícia. Em 2006, ele tentou jogar ovos no então governador José Serra (PSDB) e no prefeito Gilberto Kassab (DEM) --acabou detido. Em 2007, ele foi detido após um protesto violento na avenida Paulista.
Também em 2007, ele foi acusado, junto com mais oito pessoas, de espancar o skinhead Guilherme Witiuk de Carvalho, que sofreu lesões na cabeça e fraturas na face.
Witiuk seria depois condenado a dois anos de prisão pela explosão de uma bomba caseira na Parada Gay de 2009. Conhecido como Chuck, ele é líder da gangue Impacto Hooligan, que participou da briga, e responde por tentativa de homicídio, suspeito de agredir quatro pessoas em julho deste ano.
"Meu filho gostava do som punk, foi influenciado pelo pai, que inclusive ia a shows com ele", disse a professora Patrícia Conceição, 48, mãe de Galanciak, o Jonhi Punk. Segundo ela, Galanciak não era ligado a gangues.
O movimento skinhead surgiu nos anos 60, através de jovens operários do Reino Unido ligados à cultura e estilos musicais jamaicanos, como reggae e ska. Nos anos 70 a política se tornou um fator determinante na identidade dos grupos skinheads, que se diferenciaram entre diversas facções dentro de um espectro político que vai da extrema-direita à extrema-esquerda.

MEC atrasa pela segunda vez divulgação do Enem por escola


Contrariando uma promessa do ministro Fernando Haddad, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) vai atrasar mais uma vez a divulgação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por escola. Haddad havia prometido no dia 19 de agosto que, em 15 dias, os resultados seriam publicados –prazo que se encerrou no dia 3 de setembro.
De acordo com a assessoria de imprensa do MEC (Ministério da Educação), "o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais] atrasou a divulgação por conta da apresentação de uma nova forma". A presidente do instituto, Malvina Tuttman, antecipou em agosto que haveria uma nova maneira de divulgar os dados, a fim de evitar o rankeamento das escolas.
No entanto, no dia 19, o próprio ministro afirmou que o "atraso" (nas palavras dele) não se devia a essa “nova forma”, mas sim ao “recálculo do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) por conta da reaplicação da Prova Brasil em 20 escolas brasileiras”, apesar de a Prova Brasil não ser aplicada a alunos do ensino médio.
Questionada pelo UOL Educação sobre os motivos do "atraso", a assessoria de imprensa do Inep afirmou que o Enem por escola "vai sair esta semana".

Paquistão financia atividades do Taleban


Membros do serviço secreto do Paquistão são os principais financiadores de atividades do Taleban no Afeganistão, pagando salários e bônus de quase R$ 1.300 para os comandantes locais em caso de ataques espetaculares bem-sucedidos.
A acusação é corrente entre políticos e analistas ocidentais e afegãos, e sempre negada de maneira não muito enfática em Islamabad. Mas a Folha a ouviu na fonte, entrevistando dois comandantes talebans que se entregaram no leste do Afeganistão no fim de julho.
"Recebi US$ 800 (R$ 1.280) após destruirmos quatro caminhões-tanque que levavam combustível para os americanos. O pagamento meu superior, o mulá Hazrat, pegou com o ISI em Peshawar", disse Ali Shawali, 40.
ISI é a sigla do principal serviço secreto paquistanês, e Peshawar é a principal cidade das áreas tribais do país vizinho.
Shawali e Yari Mohammad, 35, entregaram-se às forças do governo em Saroubi, vila estratégica que fica entre Cabul e Jalalabad, maior cidade do leste afegão. O local ganhou notoriedade em 2001, quando quatro jornalistas que viajavam para escrever sobre a queda do Taleban do poder foram mortos lá.
"Eu me uni ao Taleban há três anos porque era contra os americanos, e eles pagam bem. Mas, quando meu superior nos mandou destruir um hospital, achei que havia algo de errado", conta Mohammad, que tem os olhos azuis típicos de sua etnia, a pashai, da região de Langham.
REMUNERAÇÃO
De fato, o salário do Taleban é tentador para os padrões locais. Enquanto um governador de província ganha US$ 130 (R$ 208) mensais, cada insurgente leva US$ 320 (R$ 512).
"Era um agente que dava ao meu chefe, mas não sei se essa pessoa tinha ordens de Islamabad", conta, reforçando a visão de que o ISI não é monolítico, dificultando o indiciamento puro e simples de sua liderança, como fazem analistas ocidentais.
Mohammad entregou-se em Usbin com 23 de seus soldados ao chefe da shura (conselho) dos pashais, xeque Shahzad.
Cada um recebeu 9.000 afeganis (R$ 306) e eles estão hospedados em duas construções rudimentares de alvenaria em Saroubi, impregnadas de cheiro nauseante de lixo, mas com vista para um lago formado pelo rio Cabul.
O comandante Shawali, por sua vez, depôs armas com oito subordinados da sua tribo pashtun da região de Lakhman. "Há uns dois meses, o Exército paquistanês atacou posições nossas, aí desistimos."
Shawali não desconsidera tentar voltar ao Taleban ou a seu antigo grupo, o Hizb-i-Islami do "senhor da guerra" Gulbuddin Hekmatiar.
"Olhe à sua volta. Até a semana passada nem luz a gente tinha na casa. Isso aqui não é vida, o que essa gente vai fazer?", disse, apontando para alguns dos seus comandados no quarto.
Até aqui, o governo local não conseguiu cumprir sua promessa a esses ex-talebans de entregar um lote de terra, pagar compensação pelos fuzis entregues e arrumar um emprego que lhes pague US$ 220 (R$ 352) mensais.
"A segunda parcela de ajuda aos combatentes nós estamos pagando do nosso bolso, mas emprego? Não há emprego nem para as 22 mil pessoas que moram nessa cidade direito", resume o governador do distrito de Saroubi, Azrat Mohammad Hakim, 60.
Saroubi é o único dos 14 distritos da província de Cabul que não teve a segurança passada para mãos afegãs -franceses dão as ordens lá. "Somos uma das portas para chegar a Cabul", diz Hakim.
Shawali tem duas filhas, e Mohammad, uma tropa de dez crianças e duas mulheres. "Eles não estão seguros nas cidades, temos que trazê-los para cá", dizem.
"Posso tentar virar agricultor, mas a verdade é que desde os dez anos eu só sei mesmo é usar um [fuzil] Kalashnikov", diz Shawali. "Agora nem isso tenho."

No Reino Unido, loja de fantasias é obrigada a tirar da porta manequim vestido de Gaddafi

Loja de fantasias no Reino Unido usa manequim vestido de Gaddafi para atrair clientes
Loja de fantasias no Reino Unido usa manequim vestido de Gaddafi para atrair clientes



Uma loja de fantasias em South Yorkshire, no Reino Unido, colocou um manequim na porta de entrada imitando o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi. O manequim vestia uma calça pink e segurava um cartaz com os dizeres: “Vocês não estão me vendo, certo?”
A ideia era atrair clientes, mas a polícia não gostou da piada e pediu que o manequim fosse retirado da entrada porque poderia ser “ofensivo”.
Funcionários da loja disseram ter ficado surpresos com a reação da polícia – que consideraram exagerada – porque ninguém havia reclamado. O manequim foi retirado imediatamente depois da advertência de que a piada seria inadequada.
“Era para ser uma piada, mas talvez alguns não tenham senso de humor. Ele (manequim) estava na porta de entrada da loja, com óculos de sol e não era ofensivo”, disse Cath Jewitt, que trabalha na loja há nove anos. “Nós também colocamos roupas extravagantes para o Dia de São Patrício. Colocamos um homem usando um kilt com uma calcinha de babados por baixo e ninguém reclamou”.
Para ele, se o vendedor conseguir fazer as pessoas rirem, elas entrarão na loja, por isso a tentativa de fazer uma piada.
Segundo a polícia, houve o temor de que alguém achasse que o manequim inadequado. A advertência para que ele fosse retirado da porta de entrada teria sido uma tentativa de evitar uma possível “tensão” relacionada a um assunto delicado.
Depois da confusão, o manequim foi trocado por outro vestido de “Onde está Wally?”
Na Líbia, rebeldes tentam acabar com o regime do coronel Gaddafi, no poder há 42 anos.

'Nos EUA, se você se chama Muhammad, é uma fonte de terrorismo'


A situação dos imigrantes na Nova York após o 11 de Setembro tem piorado recentemente, mas ainda assim é melhor que no restante dos Estados Unidos, segundo especialistas que têm contato com diversas comunidades.
"Comparando com as cidades do meio-oeste [região que inclui Estados como Nebraska e Wisconsin], nós estamos muito mais confortáveis aqui", diz o palestino Ahmad Jaber, presidente da Associação Árabe-Americana de Nova York.
Por confortável, explica Jaber, entenda-se que há mais aceitação e entendimento na cidade e menos discriminação e violência.
Ainda que diga que Nova York, pela sua diversidade, não represente os EUA ("é como se fosse as Nações Unidas"), o dirigente ressalta que a situação para a comunidade muçulmana piorou na cidade nos últimos dois anos, depois de um período anterior de melhora nas relações.
Para ele, a explicação é política, com os republicanos usando o islã como "bode expiatório".
"Eles passaram a atacar o islã como inimigo para derrotar os democratas."
A consequência, diz Jaber, é que as pessoas não são mais tão próximas, tomam mais cuidado com o que dizem e fazem, se tornaram mais desconfiadas.
Segundo ele, dez anos depois dos ataques, o governo continua a considerar que, "se você se chama Muhammad ou Yusef, é uma fonte potencial de terrorismo".
A nova-iorquina Marcia Kannry, presidente do Dialogue Project (organização que visa auxiliar na integração do imigrante), também ressalta a diferença da cidade em relação ao resto dos EUA, mas diz que há um forte ressentimento contra o estrangeiro, especialmente o trabalhador ilegal.
De acordo com ela, uma das mudanças que houve após o 11 de Setembro é que muito do preconceito ficou mais escondido.
"Eu conheço uma mulher de um bairro que é tradicionalmente formado por italianos, noruegueses e irlandeses e que disse que saiu de lá porque o lugar decaiu depois que 'eles' chegaram. Eu perguntava quem eram 'eles', e ela confundia árabes com muçulmanos. Ela era claramente uma racista."
Já o rabino Serge Lippe, da sinagoga Brooklyn Heights (que tem um trabalho conjunto com a comunidade islâmica), acha que, nos últimos dez anos, os moradores de Nova York passaram a dar maior valor para a diversidade cultural.
Ele afirma que, ainda que o conhecimento delas não seja muito, as pessoas estão mais abertas a perguntar e mais interessadas em conhecer sobre diferentes culturas. "Estão menos indiferentes", afirma.
CENSO
O Censo americano não permite concluir se houve um crescimento da comunidade árabe em Nova York nos últimos anos, já que não faz essa distinção na pesquisa.
De acordo com o mais recente levantamento, feito no ano passado, as fatias hispânica e asiática aumentaram a sua presença na população nova-iorquina em relação a 2000 -representam, juntas, 42% do total. Já brancos e negros perderam participação no bolo.

Polícia prende um dos líderes do tráfico no Complexo do Alemão


A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu um homem apontado como um dos principais líderes do tráfico de drogas nos Complexos do Alemão e da Penha --ele teria fugido do local quando a região foi ocupada por militares, no fim do ano passado.
Sandro Batista Rodrigues, 41, conhecido como Naíba ou NB, foi preso no sábado (3), mas a detenção só foi divulgada nesta segunda-feira. Foragido da prisão desde 2002, Naíba tinha 18 mandados de prisão em aberto pelos crimes de homicídio, tráfico de drogas e roubo.
Ele foi preso na casa de familiares no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense). Segundo a polícia, atualmente ele seria responsável pelo tráfico de drogas em comunidades do local e também da Cidade de Deus, no Rio.
As investigações apontam que Naíba aliciava para o tráfico mototáxis e mulheres que moravam nas comunidades, movimentando cerca de R$ 400 mil por semana.
Antes da ocupação dos Complexos do Alemão e da Penha, diz a polícia, ele era um dos homens de confiança do traficante Paulo Roberto de Souza Paz, conhecido como Mica ou MK, que controlava pontos de tráfico na região.

Reintegração de radicais à sociedade afegã patina


Vendido ao Ocidente como uma solução para a questão da reintegração dos talebans à sociedade afegã, o Alto Conselho da Paz patina.
Formado em novembro de 2010, como resultado de uma jirga (assembleia) para a pacificação afegã, o conselho tem 1.600 membros e está instalado em 29 das 34 províncias do Afeganistão.
A ideia não parece disparatada: shuras (conselhos locais) entram em contato com talebans e oferecem compensações (emprego, terra e dinheiro) para depor armas.
"Mas, se há 35 mil talebans no país, quando você oferece dinheiro, eles viram 5 milhões", diz um dos principais membros do Conselho, Arsala Rahmani, 75, que foi ministro do Taleban.
Um dos idealizadores do conselho e seu consultor-chefe, Mohammed Ismail Qasemiar, 72, é mais otimista.
"Conseguimos que 2.000 talebans se entregassem. Mas é difícil explicar para os pobres por que estamos dando dinheiro aos violentos."
O desemprego afegão está na casa dos 35%, e o PIB per capita é de US$ 900 anuais, tornando os US$ 220 prometidos como emprego mensal aos ex-talebans um grande insulto para muitos.
O conselho teve uma dotação inicial de US$ 2,8 milhões, parte oriunda de recursos afegãos, parte de estrangeiros. "Em muitas províncias o governador colocou amigos no conselho local, ou gente corrupta, mas isso será revisado", diz Qasemiar.
Abdul Mobin Tawakalzai, líder da shura de Saroubi (leste afegão), é, por exemplo, acusado de desvio de dinheiro. "Isso não aconteceu. Temos gastos extraordinários, porque a shura toda tem 50 membros", justifica.
Mas o Taleban não parece animado com a iniciativa. Em um e-mail enviado à Folha por meio de um intermediário em Cabul, o comando do Taleban afirmou que só aceita negociar com o atual governo se não houver mais tropas estrangeiras no país.
O texto é idêntico a um comunicado do seu líder, o mulá Mohammed Omar, divulgado na semana passada. O grupo diz que "a guerra está ganha".

Briga de torcidas acaba com morte na Grécia


Um torcedor do Panatinaikos morreu e dois ficaram feridos em Heraclion durante um confronto com torcedores do rival Olympiakos, do OFI da cidade de Creta e de uma equipe regional do país, informou a polícia nesta segunda-feira.
Yannis Roussakis, 21, morreu ao ser esfaqueado na confusão.
O confronto havia sido marcado com antecedência. Dois torcedores ficaram feridos e foram hospitalizados, mas estão fora de perigo.
Os envolvidos na disputa utilizaram pedras, barras de ferro e facas na briga, segundo a polícia, que prendeu seis pessoas e abriu uma investigação.
Confrontos entre torcedores do Olympiakos e do Panatinaikos são frequentes, apesar das novas leis do país para evitar as disputas.

Década de guerra deixa legado turbulento


Em uma semana, feixes de luz irão recriar nos céus de Nova York dois espectros para finalizar as celebrações em memória da queda das Torres Gêmeas.
Será o fim simbólico também da década de guerra que sucedeu os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, ainda que, na prática, o conflito já tenha tido seu fim decretado -e, paradoxalmente, muito sangue ainda vá ser derramado por sua conta.
Explica-se. A crise econômica, iniciada em 2008 e com desenvolvimentos graves em curso, colocou o Ocidente todo em xeque sobre a conveniência de manter a prioridade no conflito.
Quem tentou fazer o balanço mais preciso dos custos, um grupo da Universidade Brown (EUA), chegou a US$ 4 trilhões nas guerras do 11 de Setembro, incluindo aí a invasão do Iraque, que de todo modo nunca teve nada a ver com a Al Qaeda.
Assim, não é casual a desconfiança de todo analista paquistanês sobre o "timing" da operação americana que matou Osama bin Laden, o pai do 11 de Setembro, em seu país no dia 1º de maio.
Com ou sem teorias conspiratórias, o governo de Barack Obama pôde completar seu movimento de desembarque da política militarista de George W. Bush.
Se você visita o bairro de Sadr City, em Bagdá, entende que a diminuição relativa da violência no Iraque tem mais a ver com ordens das milícias xiitas do que com o aumento temporário de tropas.
Isso importa pouco: a retirada foi anunciada, e os talvez 20 mil soldados que ficarão depois de dezembro serão chamados de "força de auxílio" ou algo assim.
O mesmo ocorreu no Afeganistão após a morte de Bin Laden. Obama decidiu acelerar a retirada dos 100 mil soldados, que deverão sair até 2014 -com uma força "auxiliar" encastelada em bases.
"O Taleban poderá cantar vitória", diz o analista afegão Hanoor Mir. Em uma mensagem por e-mail enviada à Folha, o Taleban afirma que "a guerra foi ganha" e que "não aceitarão bases americanas".
Mas para o público ocidental cansado, o que interessa é a noção de que "o terror foi derrotado" que a morte de Bin Laden gerou -e, de fato, os EUA não sofreram ataques grandes de 2001 até hoje, noção frágil, naturalmente.
Ficam no caminho os 225 mil mortos, entre civis e combatentes, apontados no mesmo estudo da Brown. Ou os 8 milhões de refugiados.
E um manancial de problemas. No Iraque e no Afeganistão, há dúvidas sérias sobre quem ficará no poder.
No primeiro caso, o premiê Nuri al Maliki está perdendo sustentação política. No segundo, o presidente Hamid Karzai é hoje refém de si próprio, fechado em seu palácio, sem apoio e vendo um Taleban crescentemente forte.
E há o Paquistão instável. E também toda a nova realidade geopolítica com a ascensão da China, a ameaça do Irã e outros fatores.
Esse é o legado daquilo que talvez seja chamado de "Guerra dos Dez Anos".

Saiba como cuidar da saúde durante o tempo seco


A umidade relativa do ar em São Paulo chegou a 12% nesta segunda-feira, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O tempo seco causa danos à saúde, desde ardência e ressecamento dos olhos, boca e nariz, até o agravamento de doenças respiratórios.
Síndrome do olho seco se agrava com baixa umidade; saiba como evitar
Ministério da Saúde faz alerta contra uso indiscriminado de colírios durante tempo seco
arte Folha de S.Paulo/arte Folha de S.Paulo
O índice é o mais baixo do ano. A cidade está em estado de alerta desde as 13h30, quando a umidade chegou a 18%.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), índices de umidade relativa do ar inferiores a 30% caracterizam estado de atenção; de 19% a 12%, estado de alerta; e abaixo de 12%, estado de emergência.
Enquanto durar o estado de alerta, a Defesa Civil recomenda que a população evite atividades ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e as 17h, não pratique exercícios das 10h às 16h e aconselha a ingestão de bastante líquidos para evitar desidratação.
Para evitar ou minimizar os problemas, a Secretaria de Estado da Saúde indica alguns cuidados importantes.
As crianças e os idosos precisam de atenção especial, pois são os mais afetados pela baixa umidade do ar.
O acúmulo de poeira pode desencadear problemas alérgicos, por isso é importante manter a higiene doméstica. Dormir em local arejado e umedecido ajuda a ter uma noite de sono tranquila. Os ambientes podem ser umidificados com toalhas molhadas, reservatórios com água ou umidificadores.
Para aliviar irritação das vias aéreas e dos olhos, eles podem ser lavados com soro fisiológico.
A pele também merece atenção especial. Banhos com água muito quente provocam ressecamento --o uso de hidratante ajuda a manter a pele saudável.
Também tiveram baixa umidade do ar Goiânia (GO) --com 12%--, Belo Horizonte (MG) --com 19%--, Campo Grande (MS) e Palmas (TO) --ambas com 22%--, Curitiba (PR) --com 24%-- e Cuiabá (MT) --com 28%.