O torcedor Lucas Alves Lezo, 21, deixou ontem o Hospital Regional de Presidente Prudente, onde estava internado desde domingo, após levar um tiro na perna em confusão com policiais militares antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians.
O outro palmeirense baleado, Roberto de Castro Filho, 21, continua internado na UTI em estado grave e não tem previsão de saída.
À Folha, Lezo, que é associado da Mancha Alviverde, contou que partiu de um policial o tiro que o acertou.
"Houve um princípio de tumulto e nós mesmos controlamos. Mas o tumulto aumentou. Vi os policiais com armas de calibre 12 e ponto 40. Não vi exatamente qual policial que atirou em mim, mas vi que foi um deles", contou.
Em meio à confusão, Lezo disse que tentou sair correndo, mas caiu imediatamente.
"Tentei correr, mas não tinha mais perna. Meus amigos me tiraram de lá e me levaram para o hospital."
As polícias militar e civil investigam o caso. Torcedores do Palmeiras ouvidos pela reportagem, e que preferiram não se identificar, disseram ter visto os policiais atirando contra a torcida com balas letais. No boletim de ocorrência, os policiais afirmam que não viram tal munição ser usada no episódio.
"Ficou claro para mim que o problema é a falta de preparo dos policiais. Em São Paulo há o Batalhão de Choque que sabe lidar com este tipo de situação", disse Lezo.
A mãe de Roberto Vieira de Castro, cujo estado é grave, contou que estava ao telefone com o filho quando ele foi baleado. "Ele me ligou e eu ouvi barulho, confusão. Então eu disse: 'Filho, saia daí, por favor!", contou a dona de casa Lúcia Helena Vieira.
Instantes depois, a ligação caiu. Quando ela ligou de volta, outra pessoa atendeu e informando que seu filho estava a caminho do hospital.
O estado de saúde de Roberto ainda é muito grave. Segundo a mãe dele, a bala entrou pelo glúteo e rompeu artérias. Um pedaço do intestino, segundo ela, foi retirado.
"Vou pedir para ele não ir nunca mais", disse a mãe.
Já Lezo, que prestou depoimento ontem após deixar o hospital, afirmou que não vai abandonar os estádios.
"Agora é que eu vou mesmo", disse.
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