O Copom, comitê do Banco Central que calibra os juros, divulga nesta quarta (31) sua decisão sobre a taxa Selic.
A taxa atual é de 12,5% ao ano. Todo mundo –Dilma Rousseff, os empresários e os trabalhadores— gostariam que caísse. Porém...
...Porém, a expectativa da maioria dos operadores do mercado financeiro é a de que o BC vai manter os juros no patamar atual.
Os mais otimistas apostam que, se houver queda, será miúda. No máximo, 0,5 ponto percentual.
Nesta terça, dia em que começou a reunião do Copom, as duas maiores centrais sindicais do país fizeram barulho.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, levou sua tropa para a frente da sede do BC em Brasília.
Armaram-se na frente do prédio duas churrasqueiras. Distribuiu-se a quem passava sardinha assada (5 quilos) com farofa.
Por que sardinha? Três razões, explicou, em timbre galhofeito, o deputado Paulinho. Primeiro, porque sardinha é “comida de pobre.”
Segundo, porque o pescado serve de alimento também para os “tubarões”, associados pelo deputado à turma do BC e aos beneficiários dos juros lunares.
Por último, o cheiro da sardinha seria forte o bastante para chegar às narinas reunidas na sala do Copom, no oitavo andar do prédio.
Comandada por Artur Henrique, presidente da CUT, os militantes do braço sindical do PT manifestaram-se na Avenida Paulista, defronte do prédio do BC em São Paulo.
Além de verberar contra os juros, a turma da CUT criticou a decisão de Dilma de elevar em R$ 10 bilhões o superávit fiscal, economia destinada à rolagem da dívida pública.
Sob Lula, o governo reagira à crise global de 2008 abrindo os cofres de Brasília. Dilma optou por lidar com a crise que se arma agora de modo diferente.
Em vez da política fiscal expansionista, Dilma acena com a promessa de fechar os cofres.
Imagina que, contendo os gastos, criará um ambiente propício à alteração da política monetária do BC, puxando os juros para baixo.
Submetido a juros menores, prevê Dilma, os empresários elevarão os investimentos, evitando que o PIB vá ao freezer.
Ao discursar na manifestação de São Paulo, o petista Henrique, comandante da CUT, soou como se preferisse a fórmula Lula.
Disse que, na contramão do que faz Dilma-2011 –“austeridade fiscal e redução de gastos”—, o Lula-2008 investiu no fortalecimento do mercado interno.
A saída, disse Henrique, continua sendo o mercado doméstico. Contra a crise, defende mais salário e reforço dos investimentos públicos e das políticas sociais.
A barulheira das centrais sindicais ocorre no rastro de uma reunião na qual Dilma pediu aos presidentes das entidades um voto de confiança.
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