Documentos secretos revelam os vínculos que Muamar Kadafi tinha com Reino Unido e Estados Unidos, até o ponto de autoridades britânicas facilitarem ao regime da Líbia informação sobre opositores.
As informações foram publicadas neste sábado (03/09) pelo jornal britânico The Independent, que diz ter tido acesso a arquivos que mostram que, em virtude dos chamados voos secretos da CIA, os EUA enviaram à Líbia prisioneiros para que fossem interrogados.
Os documentos também indicam que o serviço de espionagem britânico MI6 entregou ao ditador líbio detalhes de pessoas que se opunham a seu regime.
Além disso, autoridades britânicas ajudaram a redigir a minuta de um discurso para Kadafi quando este decidiu há alguns anos abandonar o apoio a grupo terroristas e colaborar com o Ocidente.
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Outros documentos revelam que EUA e Reino Unido atuaram em nome da Líbia nas negociações deste país com a AIEA (Agência Internacional da Energia Atômica).
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Segundo o The Independent, os arquivos foram encontrados nos escritórios privados de Moussa Koussa, braço direito de Kadafi e ex-ministro das Relações Exteriores que fugiu ao Reino Unido após a revolução iniciada há alguns meses na Líbia.
Os documentos fornecem detalhes da visita a Trípoli do então primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, cujo escritório solicitou que a entrevista com Kadafi acontecesse em uma tenda de campanha.
Após a chegada de Koussa ao Reino Unido, vários políticos pediram que este fosse interrogado com relação à participação do regime líbio em assassinatos perpetrados no exterior, como o da policial britânica Yvonne Fletcher, que morreu em frente à embaixada da Líbia em Londres em 1984 por disparos efetuados desde a legação diplomática.
Segundo a informação do The Independent, Moussa teria copiado vários documentos antes de deixar a Líbia.
Após conhecer estas revelações, o ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, disse à rede de televisão por satélite Sky News que a informação está relacionada com um governo prévio ao seu, portanto, "não tenho conhecimento disto", especificou.
"Além disso, nós não fazemos comentários sobre assuntos de inteligência relativos ao assunto", acrescentou Hague.
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