A Otan declarou na quinta-feira como "área militar restrita" dois postos fronteiriços de Kosovo com a Sérvia, e ameaçou usar a força letal no local depois que um grupo de pessoas da etnia sérvia queimou um dos postos e fez disparos contra tropas da aliança ocidental.
"Ambos os portões são declarados áreas militares restritas, e as regras de abordagem são muito claras", disse o general alemão Erhard Buehler, comandante da Otan em Kosovo, por telefone à Reuters.
A onda de violência em Kosovo, onde mais de 90% da população pertence à etnia albanesa, começou na segunda-feira, quando o governo mobilizou uma unidade policial especial para controlar postos de fronteira e fiscalizar a proibição de importação de produtos da Sérvia, numa retaliação a Belgrado por proibir a importação de produtos kosovares devido a divergências alfandegárias.
Membros da minoria sérvia repeliram a presença policial, e um agente da etnia albanesa foi morto com um tiro na cabeça, enquanto outro ficou ferido por uma granada.
Na quarta-feira, os sérvios atacaram o posto fronteiriço de Jarinje, lançando bombas caseiras e fazendo disparos contra forças de paz e um helicóptero da Otan. Não houve feridos.
Na quinta-feira, soldados dos EUA controlavam o posto, buscando armas nos veículos que passavam.
Buehler, que ao ser entrevistado estava rodeado por soldados em uma ponte que separa as áreas sérvia e albanesa de Mitrovica, disse que seus soldados "podem empregar a força letal, podem empregar suas armas para se defenderem, defenderem toda a gente, defenderem a propriedade, a área militar restrita."
Antes, a polícia sérvia e as tropas da Otan haviam reforçado sua presença em ambos os lados da fronteira a fim de evitar mais incidentes.
Kosovo, uma antiga província da Sérvia, declarou independência em 2008, o que Belgrado não reconheceu. Os 60 mil membros da etnia sérvia que vivem no norte de Kosovo ainda consideram pertencer à Sérvia.
A polícia de Kosovo recuou depois do ataque de segunda-feira, mas o primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaci, disse na quinta-feira que irá mobilizá-la novamente em todos os postos de fronteira. EUA e União Europeia criticaram Thaci por agir sem consultá-los.
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