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domingo, 4 de setembro de 2011

Pelo menos 12 pessoas morrem na Síria nas últimas horas


Pelo menos 12 pessoas morreram nas últimas 24 horas em diferentes regiões da Síria enquanto as forças do regime do ditador Bashar al Assad continuam perseguindo os manifestantes, informou neste domingo à Agência Efe o ativista opositor Omar Edelbe.
Edelbe, porta-voz dos chamados Comitês de Coordenação Local, disse que caças do Exército sírio estão sobrevoando a província de Homs, no centro do país, onde também foram registradas amplas campanhas de detenções e batidas em casas dos opositores.

No entanto, está previsto que os manifestantes voltem a sair durante o dia de hoje às ruas para reivindicar a queda do presidente sírio.
Os distúrbios são notados especialmente em Homs, onde apesar das ameaças os manifestantes voltaram a pedir a queda de Assad nos bairros de Al Hamediya e Al Qusur.
Enquanto isso, na localidade de Al Zabadani, junto à capital síria, os opositores queimaram bandeiras do partido governante Baath e do grupo xiita libanês Hisbolá, que apoia o regime sírio.
EMBARGO AO PETRÓLEO
A UE impôs um boicote às compras de petróleo da Síria, que entrou em vigor no sábado, e avisou que outras medidas poderão ser tomadas.
As sanções marcam a primeira vez que a Europa se volta para a indústria Síria, numa tentativa de deter a violência no país. Até agora, as forças do regime já mataram mais de 2.000 pessoas, de acordo com a Organização das Nações Unidas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que três pessoas morreram no sábado depois que as forças de segurança foram à aldeia de Haysh, perto da segunda maior cidade síria, Aleppo, procurando pelo procurador-geral Adnan Bakkour, que renunciou no mês passado em um vídeo postado no YouTube.
A renúncia de Bakkour, se confirmada, seria a primeira deserção de uma pessoa importante durante a recente revolta.
Em vez de confirmá-la, as autoridades disseram que Bakkour foi sequestrado, numa estrada rural, enquanto se dirigia ao trabalho, no Palácio da Justiça, em Hama.
O Observatório também disse que outro civil foi morto na manhã de sábado, durante um ataque à terceira maior cidade da Síria, Homs, e o número de mortos devido a ataques aos manifestantes nos últimos dias no local subiu de 14 para 21.
SANÇÕES
Apesar de a maioria das exportações de óleo da Síria ter como destino a Europa, as sanções impostas pela UE neste sábado não se estendem à proibição de investimentos imposta pelos EUA no mês passado, e analistas dizem que elas poderão ter apenas um impacto limitado aos recursos financeiros de Assad.
Os governos da UE devem se reunir para discutir novas sanções, mas especialistas da indústria afirmam que o bloco de 27 países terá a relutância de alguns deles, uma vez que empresas europeias como a anglo-holandesa Royal Dutch Shell e a francesa Total têm grandes investimentos na Síria.
Em conversas informais da UE em Sopot, na Polônia, o Ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, e seu colega britânico, William Hague disseram que mais sanções em relação ao petróleo poderiam ser necessárias, mas não disseram no que isso implicaria.
Hague disse que a sanção atingia cerca de 95% das exportações da Síria e 25% da receita do governo sírio.
"Se Bashar al-Assad não nos ouvir e não houver nenhuma mudança no regime, as sanções terão que ser intensificadas", disse Juppé a repórteres.
Hague não deixou claro ao ser perguntado em uma entrevista se a Grã-Bretanha apoiaria o aumento das sanções da UE de uma proibição de investimentos pelas empresas da UE na Síria, mas ele disse que a nova reação da UE era séria.
"Gostaríamos de pedir aos outros países do mundo, que se juntem a nós", disse ele à Reuters.
Tanto Hague quanto Juppé disseram que a UE continuará a pressionar para que haja uma resposta mais dura nas Nações Unidas, onde algumas potências mundiais, incluindo a Rússia e a China, foram contra a pressão liderada pelos EUA e Europa para que o Conselho de Segurança da ONU estabeleça novas medidas.
"Estamos tentando convencer Índia, Brasil e África do Sul... e também estamos tentando convencer os russos a não impor o seu veto", disse Juppé.

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