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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Absolvição de Jackeline foi derrota do Brasil, diz presidente do Conselho de Ética

A decisão da Câmara dos Deputados de absolver nesta terça-feira (30) a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do pivô do mensalão do Democratas, é “uma derrota do povo brasileiro”. É essa a avaliação do presidente do Conselho de Ética da Casa, José Carlos Araújo (PDT-BA).

Por 265 contra, 166 a favor e 20 abstenções, a Câmara rejeitou o pedido de cassação da deputada, apesar de o relatório do órgão presidido pelo pedetista sugerir o contrário. “O Conselho de Ética fez a sua parte, ali ela foi condenada. Agora no plenário aconteceu o que vocês viram aí. Era previsível”, afirmou Araújo.

Para ele, o voto secreto dos parlamentares influenciou na absolvição da filha do ex-governador Joaquim Roriz. Eram necessários 257 votos para que ela fosse cassada - faltaram 94 para que Jaqueline ficasse inelegível até 2022. Apesar de a deputada ter tido uma vitória expressiva,  Araújo disse que o resultado “não desanima”. “Se cada um fizer sua parte, a situação vai mudar”, disse.

Principal adversário de Jaqueline na Câmara Distrital durante a crise que causou a derrocada do governador José Roberto Arruda, o deputado José Antonio Reguffe (PDT-DF) afirmou que a decisão do plenário “só aprofunda o enorme fosso já existente que separa a sociedade do Parlamento”. Ele também criticou o sistema de votação da Casa. “O cidadão tem direito de saber como vota seu representante. Isso foi negado”, disse.

Autor da representação contra Jaqueline no Conselho de Ética, Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que o resultado referenda “uma eleição na qual o povo votou iludido, porque não conhecia o vídeo” que mostra a deputada recebendo os recursos. “A Câmara chancelou uma ilusão, uma fantasia”, disse.

A maioria dos parlamentares adotou a tese de que a colega somente poderia ser julgada por atos cometidos durante seu mandato na Casa, iniciado em fevereiro deste ano.

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