A maioria dos franceses não quer o retorno do ex-diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn à política, revelou uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, depois que a Justiça dos Estados Unidos arquivou esta semana as acusações de tentativa de estupro feitas contra ele por uma camareira.
A sondagem, realizada pelo instituto CSA, indica que 53% dos consultados prefeririam que Strauss-Khan --político socialista que já foi ministro das Finanças do país-- não tomasse parte do debate político nas próximas semanas, período em que a França começa a se preparar para as eleições presidenciais de abril de 2012.
Antes de ser preso em 14 de maio em Nova York por acusações feitas pela camareira, uma guineana de 32 anos, Strauss-Khan era o favorito para vencer a eleição.
Um juiz de Nova York derrubou na terça-feira todas as acusações criminais contra ele, com base em informações da promotoria sobre contradições na história contada pela camareira.
Strauss-Khan perdeu o prazo de registro de sua candidatura às primárias dos socialistas para escolher seu candidato à Presidência e precisaria de uma autorização especial do partido para entrar na disputa. Mas somente 23% dos consultados pela pesquisa disseram ser a favor da participação nas primárias, e 19% afirmaram que deveria apoiar um dos seis atuais candidatos.
Depois que sua reputação foi manchada pela publicação de vários relatos sobre seu comportamento sexual agressivo, analistas políticos dizem ser improvável que um Strauss-Khan esgotado procure desempenhar papel de destaque na campanha da esquerda ou busque uma posição no governo.
Seu retorno à França poderia complicar as coisas para os socialistas, que tentam pôr fim a 16 anos da direita na Presidência. O partido iniciou nesta quinta-feira um congresso na estância turística de La Rochelle, oeste do país.
Strauss-Kahn ainda reponde a uma ação civil apresentada pela camareira Nafissatou Diallo em Nova York e é alvo de uma investigação na França sobre uma acusação de assédio sexual durante uma entrevista, em 2003, feita por uma escritora francesa.
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