TRÍPOLI - Após a tomada do complexo de Muamar Kadafi, outro símbolo sombrio do regime do ditador ruiu na capital líbia. Não está claro se a prisão de Abu Salim - que já foi comparada à iraquiana Abu Ghraib por seu lamentável histórico de violações de direitos humanos, e até mesmo à Bastilha - foi libertada pelos próprios rebeldes ou por algum guarda que passou para o lado dos insurgentes. Mas é certo que centenas de presos - em sua maior parte, políticos -- conseguiram fugir do local. Entre eles, estava o jornalista americano independente Matthew VanDyke, preso em Brega pelas forças de Kadafi no início de março, e mantido numa solitária de Abu Salim desde então.
Antes de fugirem, os prisioneiros fizeram um filme de 11 minutos mostrando as péssimas condições de vida. A prisão, no entanto, já era alvo de investigações internacionais, depois que a Human Rights Watch afirmou que ao menos 1.200 prisioneiros foram massacrados no local durante uma rebelião, em 1996. As famílias dos mortos só foram informadas do que ocorreu em 2002 e, no ano passado, lançaram uma campanha de protesto contra o governo, que foi reprimida. Quando o levante popular começou no país, em fevereiro deste ano, muitos manifestantes citavam a detenção dos familiares de prisioneiros mortos como um dos principais motivos de revolta contra o ditador.
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