Governo de Khadafi critica Grã-Bretanha por reconhecer Conselho de Transição, que passará a controlar embaixada em Londres.
O regime líbio de Muamar Khadafi chamou de "ilegal" e "irresponsável" o reconhecimento britânico dos rebeldes do país, que passam a ser tratados por Londres como governo legítimo da Líbia.
Medida semelhante já foi tomada por países como EUA, França e Itália, em tentativa de pressionar o governo de Khadafi.
Nesta quarta, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que a Grã-Bretanha reconheceu o Conselho Nacional de Transição, formado por rebeldes, como representantes legítimos do poder líbio. Com isso, serão expulsos todos os diplomatas designados por Khadafi que ainda permanecem em solo britânico.
O vice-chanceler líbio, Khaled Kaaim, disse que o reconhecimento consiste em "violação das leis britânicas e internacionais".
Os rebeldes também passarão a controlar a embaixada líbia em Londres, o que desencadeou um pedido, por parte do Conselho de Transição, para ocupar também a representação diplomática líbia em Washington. Autoridades americanas dizem estar estudando a solicitação.
A Grã-Bretanha, que tem papel de liderança na campanha militar aérea da Otan contra as forças de Khadafi, disse também que pretende liberar US$ 150 milhões de dólares em ativos líbios aos rebeldes, que vêm pedindo mais dinheiro ao Ocidente para combater as tropas governamentais.
Rebeldes líbios e forças pró-Khadafi continuam um combate aguerrido, cinco meses após o início de uma revolta popular contra o regime de 42 anos de Khadafi. A Otan continua a implementar uma zona de exclusão aérea imposta pela ONU no país.
Khadafi, por sua vez, disse que manterá a luta contra as tropas estrangeiras, mesmo que pagando o preço disso com "nossas vidas, as vidas de nossas mulheres e crianças. Estamos prontos para (nos) sacrificarmos para derrotar o inimigo", segundo mensagem de áudio transmitida a simpatizantes (e noticiada pela agência AFP) em região próxima à fronteira com a Tunísia.
Permanência na Líbia
Ainda no campo diplomático, o homem designado pelos rebeldes como novo embaixador em Londres, Mahmoud al-Nakou, disse à BBC que, caso seja destituído, Khadafi não poderá permanecer na Líbia.
A declaração se segue a mudanças de tom por parte de países ocidentais, que indicaram que aceitariam que Khadafi ficasse na Líbia mesmo que seja derrubado do poder.
Nesta semana, o chanceler Hague afirmou que Khadafi não necessariamente teria de ser exilado e que o tema é "uma questão (que deve ser decidida) pelos líbios".
França, EUA e Itália também deram indícios de que defendem posição semelhante, mas o TPI (Tribunal Penal Internacional) exige que Khadafi deixe a Líbia. O tribunal emitiu em junho um mandado de prisão contra o líder líbio, acusando-o de crimes contra a humanidade. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário