Cientistas dos EUA disseram na quarta-feira que pretendem definir até setembro se existe ou não a partícula chamada bóson de Higgs, que supostamente foi crucial na criação do universo.
O físico Eric James, do Fermilab, nos arredores de Chicago, disse em entrevista coletiva na cidade francesa de Grenoble que sua equipe -- que trabalha nos EUA em paralelo a colegas europeus perto de Genebra -- está rapidamente reduzindo o espectro de massa onde a partícula pode estar escondida.
O bóson de Higgs é a última peça que falta no chamado Modelo Padrão da física. Acredita-se que essa seja a partícula que conferiu massa à enorme quantidade de "entulho" deixado pela explosão primordial do universo, o Big Bang, há 13,7 bilhões de anos, dando assim origem às galáxias, estrelas e planetas.
Tanto a equipe do Cern (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares) no Grande Colisor de Hádrons (LHC, gigantesca máquina oval existente sob a fronteira franco-suíça) quanto o grupo do Fermilab, que usa o acelerador de partículas Tevatron, procuram o minúsculo bóson de Higgs no material resultante de trilhões de colisões de partículas a enormes velocidades, o que na prática recria o Big Bang em pequena escala.
Na segunda-feira, o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer, disse na conferência científica de Grenoble que o bóson de Higgs poderia ser encontrado no ano que vem.
Já os físicos norte-americanos preveem um prazo muito mais curto.
De acordo com o Fermilab Today, boletim diário do laboratório, James contou aos seus colegas que o Tevatron está intensificando suas atividades, deixando os cientistas "extremamente próximos da sensibilidade necessária para ver um excesso substancial de eventos similares ao Higgs, ou então descartar a existência dessa partícula".
Segundo essa nota, o Tevatron deve "coletar dados suficientes até setembro de 2011", quando o colisor norte-americanos de partículas será desativado.
O bóson "misterioso" teve sua existência proposta há 40 anos pelo cientista britânico Peter Higgs. O próprio cientista -- candidato ao Nobel caso sua teoria seja comprovada -- sempre deixou em aberto a possibilidade de que a partícula não exista. "Se ela não existir, deve haver outra coisa parecida", disse certa vez.
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