Parentes e amigos da juíza afirmaram que Poder Judiciário falhou na responsabilidade de garantir a segurança da vítima
Em clima de consternação, foi realizada na noite desta quarta-feira (17) a missa de sétimo dia em homenagem a juíza Patrícia Acioli. Parentes e amigos da juíza, assassinada na última quinta-feira (11), vestiam roupas pretas em sinal de luto e exibiam uma foto de formanda da magistrada junto com a oração de São Francisco, que seria a preferida dela. A cerimônia foi realizada na capela do Colégio São Vicente, em Icaraí, Niterói.
Uma filha da juíza, de 12 anos, disse que a mãe foi uma "heroína". O tio da menina, o defensor público José Augusto Garcia, ex-cunhado de Patrícia, cobrou do Poder Judiciário "coragem" para pedir perdão à sua família e à sociedade.
O enteado de Patrícia, um estudante de Direito de 20 anos, também lamentou a perda. Ele disse que a madrasta era um exemplo.
Bastante emocionada, a mãe da juíza chorou durante toda a cerimônia religiosa. Ela preferiu não falar com jornalistas sobre a morte da filha. Visivelmente abalada, ela recebeu apoio do Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do do Rio.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, participou da missa e declarou que o Poder Judiciário falhou na missão de proteger a juíza. Ele afirmou que a entidade que preside vai garantir todo apoio para que a família de Patrícia permaneça em segurança.
Autos de um processo de homicídio aberto pela 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em 2009, revelam que havia um plano para matar a juíza Patrícia Acioli. De acordo com o texto, as ameaças foram captadas em interceptações telefônicas do bicheiro Luís Anderson Azeredo Coutinho, um dos réus da ação.
Os autos informam que, diante das ameaças, Patrícia Acioli teve que retirar os seus filhos de Niterói.
Segurança para magistrados
Após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, oito juízes fluminenses passaram a receber segurança compulsória por determinação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio. A partir de segunda-feira, os magistrados irão se locomover em carros blindados do TJ e são acompanhados em tempo integral por policiais militares.
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