LITTLE ROCK, Estados Unidos (Reuters) - Três homens presos em 1993 pelos assassinatos "satânicos" de três meninos de oito anos no Arkansas foram libertados na sexta-feira, após passarem quase duas décadas clamando sua inocência.
Damien Echols, Jason Baldwin e Jessie Misskelley Jr., que ficaram conhecidos como "os três de West Memphis", valeram-se do chamado "acordo de Alford", pelo qual eles podem continuar alegando sua inocência, mas aceitam a culpa em troca de uma pena de 18 anos e de crédito pelo tempo de prisão já cumprido.
A libertação deles foi concedida após a realização de exames de DNA incapazes de vinculá-los ao crime, que ocorreu quando os três eram adolescentes. Uma audiência judicial marcada para dezembro deve acolher essas provas no processo.
Dois deles haviam sido anteriormente condenados a prisão perpétua, e Echols estava no corredor da morte pelo assassinato dos três pequenos escoteiros.
"No que diz respeito ao Estado, este caso está encerrado", disse o promotor Scott Ellington após uma audiência judicial convocada às pressas em Jonesboro, Arkansas. Ele disse que o Estado continua acreditando que os três são culpados. "Acredito fortemente que o interesse da Justiça foi atendido hoje", afirmou.
Segundo ele, Echols, de 37 anos, e Baldwin, de 34, declararam-se culpados em três acusações de homicídio doloso, enquanto Misskelley, de 36 anos, assumiu uma acusação de homicídio doloso, e duas de homicídio culposo.
Mas, numa entrevista coletiva após a audiência, o trio insistiu na sua inocência, dizendo que continuará buscando justiça para as vítimas e para a sua própria honra.
O acordo "não foi perfeito, de forma alguma", disse Echols. "Pelo menos ela traz alguma superação em algumas áreas, em alguns aspectos", disse ele ao lado da esposa, Lorri.
"Ainda podemos apresentar novas provas. Vamos continuar as investigações que temos feito. Ainda podemos continuar a limpar nossos nomes. A única diferença é que agora estamos fazendo isso do lado de fora."
Echols disse que o tempo na prisão foi um "inferno em vida".
Na época dos assassinatos de Steven Branch, Christopher Byers e James Michael Moore, a polícia disse que os crimes haviam sido "satânicos", porque os corpos dos meninos haviam sido encontrados amarrados e mutilados.
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