Trípoli, 21 set (EFE).- A Irmandade Muçulmana da Líbia, que viveu em um exílio forçado de quatro décadas durante a vigência do regime de Muammar Kadafi, quer recuperar sua atuação política e fundar um partido sobre bases islâmicas para auxiliar na reconstrução do país, após a derrocada do ditador.
"Com certeza desejamos entrar na política e participar das primeiras eleições legislativas que serão realizadas na Líbia", disse em entrevista à Agência Efe um dos dirigentes do grupo e membro do Conselho Nacional de Transição (CNT), Amin Belhach.
Ainda não estão definidas quais serão as características do novo partido, já que o primeiro pleito depois da redemocratização só vai ocorrer daqui a dois anos e meio.
A prioridade é acostumar-se à nova realidade, após um longo hiato marcado por um regime personalista e pelo enfraquecimento das instituições. O nome da nova sigla ainda não foi definido, apenas que ela será independente da atual cúpula da organização, dirigida por Suleiman Kader Batus.
"Não tínhamos partido e democracia na Líbia. A primeira coisa que queremos fazer é praticar. Ainda estamos discutindo se a sigla estará restrita aos membros da Irmandade", afirmou Belhach, ex-professor da Faculdade de Engenharia da Universidade de Trípoli e que viveu exilado em Londres durante dez anos.
Embora não contem com a importante contribuição da Irmandade Muçulmana do Egito, o líder garantiu que o grupo tem uma forte presença por toda a faixa norte do país e que desempenharão um papel importante na futura Líbia.
Ao mesmo tempo que revela uma concepção política reformista, a Irmandade é moralmente conservadora. Belhach frisou que sua organização aposta na consolidação de um estado civil democrático e transparente, mas diz que a Líbia é um país muçulmano, por isso essa nova nação deve ser construída sobre as bases do islamismo.
A organização, apontou o ex-professor, defende uma imprensa livre, separação dos poderes e alternância do poder. Em relação aos direitos das mulheres, o líder afirmou que ela deve existir observando as leis islâmicas.
"A visão da Irmandade é de que a política é parte do islã e o islã é parte da política. Para nós, nossa religião é um modo de vida, não apenas algo que expressamos nas mesquitas", explicou o integrante do CNT na recepção de um hotel de luxo em Trípoli, onde se hospedam muitos políticos.
Segudo Belhach, os líderes ocidentais sofrem uma crise de valores e perderam credibilidade junto aos eleitores. O dirigente acredita que a Irmandade, baseada nas leis do islã, não terá esse problema.
"Muita gente critica os políticos ocidentais dizendo que eles não são honestos. A democracia islâmica atuará com o coração e não se limitará aos discursos", considerou.
Além disso, disse Belhach, as supostas divergências existentes no seio do CNT, entre liberais e islamitas, não devem ser levadas em conta, pois o liberalismo não tem força dentro de seu país.
A Irmandade Muçulmana foi criada no Egito em 1928 e se expandiu pelo mundo árabe a partir da década de 1950. Na Líbia, foram duramente perseguidos pelo regime de Muammar Kadafi.
"Antes, não podíamos dizer que pertencíamos à Irmandade, pois nos cortavam as cabeças", finalizou Belhach.
"Com certeza desejamos entrar na política e participar das primeiras eleições legislativas que serão realizadas na Líbia", disse em entrevista à Agência Efe um dos dirigentes do grupo e membro do Conselho Nacional de Transição (CNT), Amin Belhach.
Ainda não estão definidas quais serão as características do novo partido, já que o primeiro pleito depois da redemocratização só vai ocorrer daqui a dois anos e meio.
A prioridade é acostumar-se à nova realidade, após um longo hiato marcado por um regime personalista e pelo enfraquecimento das instituições. O nome da nova sigla ainda não foi definido, apenas que ela será independente da atual cúpula da organização, dirigida por Suleiman Kader Batus.
"Não tínhamos partido e democracia na Líbia. A primeira coisa que queremos fazer é praticar. Ainda estamos discutindo se a sigla estará restrita aos membros da Irmandade", afirmou Belhach, ex-professor da Faculdade de Engenharia da Universidade de Trípoli e que viveu exilado em Londres durante dez anos.
Embora não contem com a importante contribuição da Irmandade Muçulmana do Egito, o líder garantiu que o grupo tem uma forte presença por toda a faixa norte do país e que desempenharão um papel importante na futura Líbia.
Ao mesmo tempo que revela uma concepção política reformista, a Irmandade é moralmente conservadora. Belhach frisou que sua organização aposta na consolidação de um estado civil democrático e transparente, mas diz que a Líbia é um país muçulmano, por isso essa nova nação deve ser construída sobre as bases do islamismo.
A organização, apontou o ex-professor, defende uma imprensa livre, separação dos poderes e alternância do poder. Em relação aos direitos das mulheres, o líder afirmou que ela deve existir observando as leis islâmicas.
"A visão da Irmandade é de que a política é parte do islã e o islã é parte da política. Para nós, nossa religião é um modo de vida, não apenas algo que expressamos nas mesquitas", explicou o integrante do CNT na recepção de um hotel de luxo em Trípoli, onde se hospedam muitos políticos.
Segudo Belhach, os líderes ocidentais sofrem uma crise de valores e perderam credibilidade junto aos eleitores. O dirigente acredita que a Irmandade, baseada nas leis do islã, não terá esse problema.
"Muita gente critica os políticos ocidentais dizendo que eles não são honestos. A democracia islâmica atuará com o coração e não se limitará aos discursos", considerou.
Além disso, disse Belhach, as supostas divergências existentes no seio do CNT, entre liberais e islamitas, não devem ser levadas em conta, pois o liberalismo não tem força dentro de seu país.
A Irmandade Muçulmana foi criada no Egito em 1928 e se expandiu pelo mundo árabe a partir da década de 1950. Na Líbia, foram duramente perseguidos pelo regime de Muammar Kadafi.
"Antes, não podíamos dizer que pertencíamos à Irmandade, pois nos cortavam as cabeças", finalizou Belhach.
Nenhum comentário:
Postar um comentário