A edição desta sexta-feira (02/09) do jornal britânico Daily Telegraph denuncia o governo de David Cameron de intermediar secretamente negociações comerciais exclusivas entre os rebeldes líbios e a petrolífera Vitol.
O acordo, além de prever a compra do produto pela empresa de nacionalidade suíça, a liberava para negociar sua venda. Tudo nas áreas controladas pelos opositores do coronel Muamar Kadafi. Outro fator que chamou a atenção é que o chefe-executivo da Vitol, Ian Taylor, foi um importante financiador da campanha que levou o Partido Conservador à vitória na última eleição geral no Reino Unido, em 2010.
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Segundo o jornal, sempre citando fontes anônimas, Kadafi ainda mantinha o controle de Trípoli quando a Vitol começou a participar das negociações secretas e exclusivas com os rebeldes. Elas sempre eram acompanhadas por funcionários do Reino Unido. Esses acordos serviram, entre outras razões, para impulsionar financeiramente a ofensiva militar dos rebeldes.
O acordo teria sido mediado na ocasião pelo secretário de Estado para o Desenvolvimento Internacional, Alan Duncan, que já foi diretor de uma das subsidiárias da empresa. De acordo com a rede de notícias BBC, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi convencido por Duncan de que "a solução do conflito estaria no acesso ao combustível dado aos rebeldes e o corte às forças do regime [de Kadafi]".
Pensando nisso, Duncan,sempre segundo o jornal, teria montado uma célula secreta formada por funcionários públicos, militares e membros do governo nas instalações do ministério de Assuntos Exteriores e com o apoio do ministro William Hague.
Favores de campanha
O Daily Telegraph afirma ainda que um escritório privado de Duncan foi financiado pela Vitol em 2008, antes das eleições gerais. Taylor, chefe-executivo da Vitol e amigo de Ducan, teria dado mais de 200 mil libras ao Partido Conservador, ao qual pertence o secretário Duncan.
O partido ainda não se pronunciou sobre as acusações. Já o governo britânico, por meio de um porta-voz, disse que não houve nenhuma violação por sua parte, mas confirmou que Duncan se reuniu com membros da Vitol com o objetivo de "evitar uma crise humanitária caso os rebeldes ficassem sem o controle de combustível".
"O governo não fez lobby em defesa da Vitol. A companhia já tinha uma relação comercial com o CNT (Conselho Nacional de Transição) líbio. Temos certeza que o melhor procedimento foi tomado", disse o porta-voz do governo ao Daily Telegraph.
A Vitol recusou-se a comentar o assunto. Porém, fontes anônimas relacionadas à empresa afirmaram que, embora o governo britânico tivesse "grandes intenções" de facilitar o acordo, o governo norte-americano e de outros países também se envolveram nas negociações. "Muitas companhias foram cogitadas para se envolver no acordo, mas nenhuma outra estava preparada para efetivá-lo", disse a fonte, que confirmou o pagamento e o risco de segurança.
Desde que se intensificaram os conflitos na Líbia, as multinacionais estão competindo por novos contratos petrolíferos no país, já que a região é uma dos principais produtores. Há menos de dois meses, uma empresa italiana enviou um petroleiro para Benghazi, mas teve que retira-lo em razão da tomada do porto da cidade pelos rebeldes.
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O acordo teria sido mediado na ocasião pelo secretário de Estado para o Desenvolvimento Internacional, Alan Duncan, que já foi diretor de uma das subsidiárias da empresa. De acordo com a rede de notícias BBC, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi convencido por Duncan de que "a solução do conflito estaria no acesso ao combustível dado aos rebeldes e o corte às forças do regime [de Kadafi]".
Pensando nisso, Duncan,sempre segundo o jornal, teria montado uma célula secreta formada por funcionários públicos, militares e membros do governo nas instalações do ministério de Assuntos Exteriores e com o apoio do ministro William Hague.
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O Daily Telegraph afirma ainda que um escritório privado de Duncan foi financiado pela Vitol em 2008, antes das eleições gerais. Taylor, chefe-executivo da Vitol e amigo de Ducan, teria dado mais de 200 mil libras ao Partido Conservador, ao qual pertence o secretário Duncan.
O partido ainda não se pronunciou sobre as acusações. Já o governo britânico, por meio de um porta-voz, disse que não houve nenhuma violação por sua parte, mas confirmou que Duncan se reuniu com membros da Vitol com o objetivo de "evitar uma crise humanitária caso os rebeldes ficassem sem o controle de combustível".
"O governo não fez lobby em defesa da Vitol. A companhia já tinha uma relação comercial com o CNT (Conselho Nacional de Transição) líbio. Temos certeza que o melhor procedimento foi tomado", disse o porta-voz do governo ao Daily Telegraph.
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