As empresas multinacionais que operam no Zimbábue têm duas semanas para apresentar seus planos para transferir o controle majoritário de suas operações locais ao governo ou aos funcionários. Várias empresas confirmaram que receberam cartas do ministro da Indigenização, Saviour Kasukuwere, dando a elas 14 dias para detalhar como vão transferir participações de 51% em suas operações para entidades ligadas ao governo ou estabelecer programas de controle compartilhado com seus funcionários. Caso contrário, elas perderão essas unidades.
Os bancos britânicos Barclays e Standard Chartered, a indústria de alimentos suíça Nestlé, a British American Tobacco e várias mineradoras, entre elas a Zimplats, subsidiária da Impala Platinum Holdings, confirmaram que receberam a carta.
A lei de indigenização foi adotada pelo regime do presidente Robert Mugabe em 2008, e desde então as empresas estrangeiras que operam no Zimbábue têm vivido uma situação de incerteza quanto à sua implementação, pois não está claro como serão indenizadas. "Essas empresas estrangeiras terão de cumprir a lei, senão nós vamos pedir que elas deixem o país", afirmou Kasukuwere.
O ultimato causou pânico no setor bancário. O presidente do Banco Central do Zimbábue, Gideon Gono, propôs que o governo faça mais consultas e disse que as declarações do ministro Kasukuwere foram "precipitadas" e trazem o risco de "minar a recuperação da economia". Um porta-voz do primeiro-ministro Morgan Tsvangirai disse que há temores de que a ofensiva contra as empresas estrangeiras seja uma manobra populista. As informações são da Dow Jones.
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