Cerca de dez tanques das Forças Armadas da Síria chegaram neste sábado à cidade de Homs, no centro do país, para reforçar a presença militar na região, em uma nova jornada de confrontos contra os opositores, informou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Um comboio de veículos blindados irrompeu no bairro de Al Khalediah, onde, desde sexta-feira, podem ser ouvidos disparos e explosões, afirmaram moradores de Homs ao Observatório.
Aos bairros de Baba Amro e Al Inshaat, chegaram também agentes de segurança armados, que se deslocaram em caminhões e outros veículos.
Segundo os últimos dados da ONG, 21 pessoas morreram nas últimas 24 horas na província de Homs, 11 delas na cidade de mesmo nome, cinco na cidade de Tadmor, quatro em Al Hula e uma em El Quseir.
O ativista do grupo opositor Comitês de Coordenação Local Hozam Ibrahim explicou à agência Efe em conversa por telefone que os militares nunca se retiraram das cidades pequenas, mas costumam deixar um pequeno contingente de tropas, que depois podem pedir reforços se necessário.
Enquanto isso, segundo Ibrahim, os postos de controle e as forças de segurança continuam presentes na região, onde as comunicações e o serviço de energia elétrica foram cortados como medida de punição à população.
Além disso, as lojas permanecem fechadas em Homs, enquanto as Forças Armadas se desdobraram em Elheraq, uma cidade na província meridional de Deraa, onde se ouvem fortes disparos.
Na cidade litorânea de Latakia, situada no norte da Síria, os agentes de segurança e os "shabiha" - milícias do regime --prenderam cerca de 300 pessoas, segundo os Comitês.
No bairro de Al Raml, bombardeado há poucos dias por mar e terra, os membros de segurança trabalham para limpar os restos dos ataques no campo de refugiados palestinos situado na região antes que funcionários das Nações Unidas visitem o local, ao passo que os ativistas alertaram sobre o retorno das tropas.
Esses novos movimentos das Forças Armadas sírias ocorrem depois de, nesta sexta-feira, os manifestantes voltarem a sair às ruas em massa, apesar do amplo desdobramento das forças de segurança.
Os choques entre as duas partes deixaram dezenas de mortos, a maioria em Deraa, que se somam aos 1.859 civis e 422 membros de segurança que perderam a vida desde o início dos protestos em março passado, segundo números do Observatório de Direitos Humanos.
Os opositores pedem a saída do presidente Bashar al Assad, que, apesar de anunciar o fim das operações contra civis, continua reprimindo-os com extrema violência, enquanto a comunidade internacional segue pedindo que o regime detenha as ações.
As informações sobre os protestos e a violência na Síria são restritas e, por vezes, divergentes devido à censura imposta pelo regime de Assad aos jornalistas estrangeiros.
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