BEIRUTE (Reuters) - O diretor de uma emissora síria de TV que se tornou o último palanque de Muammar Gaddafi disse ter o dever de transmitir as declarações do deposto líder líbio, e prometeu para breve um novo vídeo.
O ex-deputado iraquiano Mishaan al Jabouri afirmou manter contato diário com parentes ou assessores de Gaddafi. Ele acrescentou que Gaddafi está na Líbia, bem disposto, mas não revelou seu paradeiro exato.
O diretor negou ser simpatizante de Gaddafi, mas disse que a emissora se opõe à "ocupação" líbia, e que as pessoas têm o "direito sagrado" de ouvir os dois lados numa notícia.
"Hoje, a mídia está toda noticiando o ponto de vista da Otan", declarou Jabouri à Reuters, referindo-se à ajuda militar da aliança ocidental dos rebeldes que derrubaram Gaddafi no mês passado. "O outro lado não tem voz (...). É nosso dever moral e profissional transmitir essa mensagem, concordemos ou não", afirmou ele na noite de quinta-feira, falando da Síria por telefone.
Gaddafi já falou várias vezes pela TV Arrai desde que perdeu o controle sobre Trípoli, em 23 de agosto. Sempre em tom desafiador, ele tem conclamado seus partidários a resistirem ao novo governo.
"Temos em mãos (na Líbia) a gravação de um discurso de Gaddafi", disse Jabouri, acrescentando que ela foi feita nas últimas 48 horas e será transmitida em breve, assim que forem superados problemas técnicos na Líbia.
A operadora francesa de TV por satélite Eutelsat disse na semana passada que não pode tirar a Arrai do ar, embora a distribuidora local Noorsat tenha tirado do ar outro canal de Jabouri, o Al Oruba, após contatos feitos pela Eutelsat.
Jabouri disse que a filosofia da Arrai é "ficar ao lado de qualquer povo que esteja se defendendo, que queira liberar sua terra, que seja objeto de agressão (...), onde quer que ele esteja, na América Latina ou no Oriente Médio".
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