Ataques aéreos tentam auxiliar rebeldes a conseguir controle da cidade natal de Kadafi, último grande foco de resistência
Foto: AP
Em Trípoli, rebeldes queimam pôster com imagem de Kadafi quando jovem
Aeronaves da Otan fizeram ataques aéreos durante a noite de sexta-feira e a madrugada deste sábado em Trípoli e em Sirte, no sul da Líbia. O avanço das forças rebeldes para Sirte foi paralisado perto do porto petrolífero de Ras Lanuf, apesar da chegada de mais reforços.
Cidade natal do líder Muamar Kadafi, Sirte é vista como o último grande foco de resistência do antigo regime do país. As forças de Kadafi ainda estão ativas na cidade, enquanto o paradeiro do líder líbio é desconhecido.
Um porta-voz da Otan afirmou que instalações militares, veículos e uma plataforma de lançamento de mísseis ainda foram detectados em Trípoli, apesar de as forças leais a Kadafi agora estarem concentradas no sul do país.
A situação humanitária está piorando em Trípoli e a maior parte da capital líbia está sem água, eletricidade e saneamento básico. De acordo com jornalistas, os hospitais já não têm suprimentos e está cada vez mais difícil encontrar alimentos e combustíveis.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu o envio urgente de ajuda humanitária para o país e também para a comunidade internacional ajudar a restaurar a ordem na Líbia. Ban Ki-moon afirmou que milhões de pessoas dentro e fora de Trípoli estão ameaçadas devido à falta de água.
Neste sábado, o Reino Unido informou que está enviando remédios e alimentos para a Líbia. O governo britânico vai fornecer equipes médicas para tratar os cinco mil feridos e alimentos para quase 700 mil pessoas.
Corpos em hospitais
Mais de 200 corpos em decomposição foram encontrados nesta sexta-feira em um hospital em Abu Salim, um distrito na capital da Líbia, Trípoli.
De acordo com um repórter da BBC que foi ao local, corpos de homens, mulheres e crianças estão espalhados em camas e corredores.
Médicos e enfermeiras abandonaram o hospital após intensos confrontos entre rebeldes e forças leais ao líder líbio Muamar Kadafi.
A oposição lançou uma ofensiva no distrito na sexta-feira, acreditando que Kadafi pudesse estar escondido no local. Moradores acusaram o regime pelas mortes, mas não está claro como elas aconteceram. Segundo o repórter da BBC, os mortos parecem ser civis, combatentes e mercenários africanos.
Alguns moradores disseram que muitas vítimas foram levadas com ferimentos ao hospital, e acabaram morrendo após a fuga dos profissionais em meio aos combates. "Esses corpos estão no hospital há cinco dias. Ninguém tomou conta deles, ninguém identificou, enterrou", afirmou um morador à BBC.
Na quinta-feira, a ONU exortou os dois lados do conflito na Líbia a adotar medidas para evitar atos de violência ou vingança.
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Com BBC
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