Realizou-se na noite passada, na cidade de Lima, uma reunião dos chefes de Estado da Unasul (União Sul-Americana de Nações).
Em discurso, Dilma Rousseff criticou o que chamou de “insensatez” e “incapacidade política” dos EUA e da União Europeia.
Afirmou que a demora das nações desenvolvidas em resolver os seus problemas econômicos constitui uma “ameaça global”.
Valeu-se de metáfora aquosa para se queixar da encrenca cambial que sobrevaloriza moedas como o real.
Disse que o “mar extraordinário de liquidez” que leva dólares à praia dos emergentes produz “desequilíbrio cambial.”
Esquivando-se de mencionar a China, afirmou que produtos industriais fabricados além-oceanos “alagam” os mercados latino-americanos.
Dilma instou os colegas da região a reagir:
"Temos de nos defender da imensa, do fantastico, do extraordinário mar de liquidez que se dirige às nossas economias buscando a rentabilidade que não tem nas suas."
Acrescentou: "Não podemos incorrer no erro de comprometer tudo que conquistamos…”
“…Não porque quiséssemos ou pelos erros que cometêssemos, mas pelos efeitos da conjuntura internacional desequilibrada."
O encontro da Unasul ocorreu nas pegadas da cerimônia de posse do novo presidente do Peru, Ollanta Humala.
Vencida a fase do palanfrório, nada de concreto foi decidido. Marcou-se para a semana que vem uma nova reunião.
Dessa vez, vão à mesa os ministros da Fazenda e os presidentes dos Bancos Centrais da região. Nos dias 10 e 11 de agosto, novo encontro, em Buenos Aires.
Embora não integre a Unasul, o México será convidado. É para dar mais peso às decisões, disse o presidente da Colômbia, Juan Manuel dos Santos.
Enquanto Dilma falava de “insensatez” na capital peruana, os deputados americanos a exercitavam em Washington.
Terminou em novo impasse a penúltima tentativa da Câmara dos EUA de votar um projeto que autorize o governo americano a elevar o teto de sua dívida.
Se o nó não for desatado até a próxima terça-feira (2), o Tesouro do ex-império vai à breca.
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