MONRÓVIA (Reuters) - Uma das ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz este ano, a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, afirmou nesta sexta-feira que a premiação é um reconhecimento dos "muitos anos de luta pela justiça, paz e promoção do desenvolvimento" no país do Oeste da África desde uma brutal guerra civil.
Johnson-Sirleaf dividiu o prêmio com a liberiana Leymah Gbowee, uma ativista da paz, e com a ativista iemenita Tawakul Karman.
"Eu acredito que nós (Gbowee e eu) aceitamos isso em nome do povo liberiano, e o crédito vai para o povo liberiano", disse Johnson-Sirleaf a repórteres do lado de fora de sua residência, na capital da Libéria.
Gbowee estava em uma turnê literária nos Estados Unidos, informou seu escritório sediado em Acra, Gana.
A premiação foi dada quatro dias antes de uma tensa eleição presidencial na qual Johnson-Sirleaf espera vencer uma disputa acirrada contra a principal figura da oposição, Winston Tubman, e o ex-líder rebelde Prince Johnson.
Será a segunda eleição na Libéria desde o término da guerra civil de 14 anos, em 2003, que deixou mais de 200 mil mortos. Se ocorrer bem, poderá abrir caminho para bilhões de dólares em investimento em petróleo e mineração.
"O Prêmio Nobel da Paz para Johnson-Sirleaf vai dar força à tentativa dela de ser reeleita, mas também pode reforçar as críticas de partidos da oposição e da sociedade civil sobre a falta de um ambiente nivelado na corrida para as eleições," afirmou Hannah Koep, chefe de análise da África da Control Risks.
Embora Johnson-Sirleaf tenha conquistado fama internacional como a primeira mulher eleita chefe-de-Estado da África e aplausos por manter a estabilidade, ela enfrenta críticas em casa pelo ritmo lento de reconstrução da infra-estrutura e por fracassar em eliminar a corrupção dentro do seu governo.
O comitê eleitoral da Libéria disse nesta sexta-feira que a eleição de 11 de outubro vai prosseguir conforme previsto. "Vamos continuar conforme planejado, tudo está em seu curso. O Prêmio Nobel da Paz para a presidente de forma nenhuma impacta a corrida eleitoral," disse Nathan Mulbah, relações públicas do Comitê Nacional Eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário