SIRTE, Líbia (Reuters) - As forças do governo provisório líbio lançaram nesta sexta-feira sua maior ofensiva até agora contra Sirte, cidade natal de Muammar Gaddafi, disparando sua artilharia pesada contra o último bastião importante do governante deposto.
Conquistar essa cidade litorânea deixaria o novo governo líbio mais próximo de finalmente controlar todo o país, quase dois meses depois da tomada de Trípoli, a capital. Por outro lado, as forças do governo provisório enfrentam pressão para poupar os civis retidos dentro da cidade.
As forças do Conselho Nacional de Transição (CNT, o governo de transição) há várias semanas aguardam nos arredores de Sirte, e agora dizem que a batalha está entrando na sua fase final e decisiva.
O comandante Mustafa al-Ameen, posicionado em um morro a leste da cidade, disse que há progressos, mas que os leais a Gaddafi continuam resistindo.
"As forças que entraram conseguiram avançar até dentro de Sirte, mas não conseguimos ir mais longe devido aos disparos dos francoatiradores", relatou.
A dificuldade do CNT em capturar os últimos redutos pró-Gaddafi acabou por colocar em segundo plano os esforços dos novos líderes para estabelecer um governo eficaz sobre todo o vasto território nacional e retomar a produção petrolífera, economicamente vital.
Colunas de fumaça escura se erguiam sobre Sirte enquanto forças do CNT faziam disparos com canhões e metralhadoras, a partir do leste, na direção do centro da cidade.
Dentro de Sirte, no seu canto nordeste, combatentes diziam ter tomado o chamado "Bairro Mauritano", depois de um intenso combate casa a casa.
Milhares de civis já fugiram dos combates em Sirte, descrevendo condições cada vez mais críticas dentro da cidade. Um morador reclamou do mal cheiro de cadáveres apodrecendo no hospital.
Refletindo a crescente preocupação internacional, um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos combatentes do CNT que não façam represálias contra os partidários de Gaddafi quando entrarem na cidade.
Os comandantes do CNT começaram o dia prevendo uma rápida conclusão dos combates, mas os "gaddafistas" usaram seus francoatiradores e suas granadas de propulsão para evitar o avanço governista.
Num vestiário para os combatentes nos arredores de Sirte, o cirurgião Nuri al-Naeri disse que 12 pessoas foram mortas na sexta-feira em combates no lado oeste da cidade, e que outras 139 ficaram feridas. "Muitos dos ferimentos foram por francoatiradores."
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