Ontem, Veneza assistiu ao último filme da competição oficial pelo Leão de Ouro.
"Texas Killing Fields", uma investigação e caçada a um assassino de mulheres, termina como gosta Hollywood: bandidos mortos e uma cena de amor.
E o festival, como termina? Hoje, a partir das 19h (14h, no horário de Brasília), o júri presidido por Darren Aronofsky ("Cisne Negro") anuncia seus premiados, depois de 11 dias de exibição e 23 filmes concorrentes.
Num ano marcado pela multiplicação de títulos americanos e ingleses na seleção, o preferido da crítica foi "Carnage" (carnificina), de Roman Polanski, ovacionado em sua exibição.
A eleição leva em conta a avaliação feita por 21 críticos de diferentes jornais da Itália e do mundo ("La Repubblica", "The Times", "Herald Tribune", "Le Monde", entre outros), compilada por uma publicação diária que é distribuída no festival.
Logo atrás no ranking estão "Killer Joe", uma comédia de ação e humor negro, "Tudo pelo Poder", drama político de George Clooney, e "Shame", explosão visual dirigida por Steve McQueen.
A opinião da imprensa especializada, entretanto, não é garantia nenhuma da escolha do júri, que pode ser mais ou menos ousado.
Há bons candidatos orientais, europeus e americanos. Parece improvável, no entanto, que o Leão venha morder um diretor italiano --"Terraferma", o favorito entre os "da casa", é bastante polêmico em torno da questão da imigração e divide opiniões.
Em compensação, o veterano Marco Bellocchio ("Vincere") receberá um Leão de Ouro honorário por sua carreira. Ontem, ele apresentou em Veneza uma nova edição e montagem para seu clássico "Em Nome do Pai", de 1972. O prêmio será entregue por Bernardo Bertolucci.
Baseado numa peça de Yasmina Reza, o roteiro de "Carnage" foi escrito por Polanski durante sua prisão domiciliar na Suíça, acusado de ter feito sexo com uma menor em 1977.
Se levar o prêmio, o diretor de 78 anos dificilmente poderá recebê-lo pessoalmente. Atualmente na França, Polanski não veio ao festival por medo de ser preso.
No ano passado, o júri presidido por Quentin Tarantino premiou "Um Lugar Qualquer", de Sofia Coppola. Entre Faustos, vergonhas e carnificinas, esperamos o veredito de Aronofsky.
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