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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Nos EUA, condenado será executado apesar de vícios no processo


O governo da Geórgia (EUA) negou clemência a Troy Davis, condenado à morte nos Estados Unidos após um processo repleto de vícios jurídicos, segundo a CNN. O condenado sempre disse ser inocente.
A execução de Travis, que havia sido postergada três vezes, deve acontecer às 19h (horário local) de amanhã na prisão estadual em Jackson.
Davis foi condenado à morte na Georgia (sudeste dos Estados Unidos) quase 20 anos depois de ter sido considerado culpado de matar o policial Mark MacPhail durante uma briga em 1989 na cidade de Savannah.
Desde que foi sentenciado, sete das nove testemunhas não policiais voltaram atrás em suas declarações, alegando coerção e intimidação por parte da polícia durante seus depoimentos, não existindo provas materiais que vinculem Davis ao crime.
Algumas testemunhas eram analfabetas, estavam na prisão, ou eram adolescentes na época em que prestaram depoimentos, que serviram de base para a condenação de Davis pelo assassinado do policial Mark Allen McPhail.
Os procuradores do caso Davis utilizaram os depoimentos como base para condená-lo, sem apresentar provas físicas, como amostras de DNA ou impressões digitais.
O caso atraiu atenção internacional por conta de seu teor racial e as alegações de inocência por parte de Davis.
MANIFESTAÇÕES
Cerca de 300 manifestações foram convocadas em diferentes países na última sexta-feira (16) para pedir clemência para Troy Davis.
"Há muitas dúvidas nesse caso, esperamos que entendam a mensagem: temos certeza de que não estamos executando um inocente?" --questionou Laura Moye, diretora da campanha pela abolição da pena de morte da Anistia Internacional.
Uma petição com mais de 663 mil assinaturas foi entregue na quinta-feira ao comitê de indultos --que decide se altera ou não a pena de morte para prisão perpétua-- pedindo clemência a Davis, segundo seus defensores.
PROTESTOS AO REDOR DO MUNDO
Moye afirmou que as manifestações a favor do condenado começaram na madrugada de sexta-feira em Hong Kong e deveriam continuar durante todo o dia nos Estados Unidos, América Latina, Europa e particularmente na França, onde foi realizada uma dezena de eventos.
Em Paris, cerca de 150 pessoas, a maioria portando camisetas com um retrato de Davis, se reuniram à tarde atendendo ao chamado de várias organizações, entre elas a Anistia Internacional França, que arrecadou 20.000 assinaturas pedindo clemência.
Nos Estados Unidos, onde estão programadas treze concentrações em todo o país, o maior protesto estava previsto para ocorrer em Atlanta, a menos de uma hora de carro da prisão na qual Davis aguarda sua execução com injeção letal.
Esta manifestação foi complementada com uma oração em uma igreja batista que foi o centro do movimento pelos direitos civis de Martin Luther King nos anos 1960.
Troy Davis, que passou quase a metade de seus 42 anos no corredor da morte na Geórgia, é apresentado por diversas personalidades como um negro inocente injustamente condenado à morte por matar um policial branco.
Foi apoiado por pessoas como o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, o papa Bento 16 e a atriz norte-americana Susan Sarandon.

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