Cairo, 21 set (EFE).- A queda de Hosni Mubarak e a atual transição do regime puseram a democracia no primeiro plano da imprensa egípcia, que aproveita o interesse dos leitores para explicar os fundamentos do sistema democrático.
"Agora temos que preparar o povo para que entenda a democracia, nós egípcios temos distintas ideologias, mas devemos aprender a aceitar uns aos outros", disse à Agência Efe o diretor do jornal "Al Tahrir", Ibrahim Mansur.
Desde "Al Tahrir", criado no calor da revolução de 25 de janeiro, até "Al-Ahram", o antigo diário oficial do regime, a imprensa egípcia vive sua própria primavera graças à liberdade de expressão adquirida após a renúncia de Mubarak, em 11 de fevereiro.
Em uma sala de reuniões junto à movimentada redação do "Al Tahrir", onde dezenas de jornalistas muito jovens se empenham para dar forma a seus artigos, Mansur defendeu a aposta pela democracia que fez seu jornal.
"O papel do jornalismo é guiar o povo em direção ao que é bom para eles e para o Egito", disse o diretor da publicação, e lembrou que "o novo Egito tem novos princípios e todos giram ao redor da ideia de liberdade".
Mansur fundou "Al Tahrir", junto com outros jornalistas, após a revolução. O cabeçalho do jornal exibe com orgulho a efígie de um dos leões da ponte de Qasr al Nil, no Cairo, em alusão aos enfrentamentos que aconteceram ali durante a revolução entre manifestantes e policiais para conquistar a praça Tahrir.
Já o chefe de redação do "Al-Ahram", Gamal Zeida, explicou que seu jornal informa ao público sobre as eleições parlamentares, publica entrevistas com candidatos presidenciais e artigos sobre os novos partidos políticos.
No seu escritório localizado em um gigantesco edifício onde estão as redações empoeiradas de "Al-Ahram", Zeida afirmou satisfeito que as vendas subiram e seus leitores "estão expostos a toneladas de histórias sobre o novo período de transição".
"Há uma nova demanda por democracia, justiça social e direitos humanos", afirmou Zeida, acrescentando que "a imprensa tem que refletir isto em sua cobertura e é isso o que tenta fazer 'Al- Ahram'".
Para a diretora de comunicação do Centro de Análises Políticas Ibn Jaldun, Soheir Sabri, a liberdade de imprensa e o fato de que existam periódicos de diferentes tendências "é bom para a democracia".
Mesmo assim, Sabri alertou que "ainda existem tabus" no Egito pós-revolucionário. Ela lamentou que o Exército continue sendo sagrado e que a Lei de Emergência, que a Junta Militar decidiu não abolir após os ataques à embaixada de Israel no Cairo em setembro, ameaça a liberdade de expressão.
"Os jornais ainda têm medo do poder", disse a analista. Ela afirmou que a imprensa "não pode irritar o Exército, assim como antes não poderia irrita o regime de Mubarak".
O diretor de "Al Tahrir" também reconheceu que no Egito "não se pode falar do Exército, do dinheiro que ele possui e nem de como funciona internamente". Mas Mansur se mostrou convencido que o processo de transição não tem volta e que a redação de seu jornal "está com a democracia".
Por sua parte, Zeida afirmou que "a imprensa tem que educar o povo para que entenda a democracia e encorajar os leitores para que participem do processo político".
Os dois jornalistas dizem estar convencidos de que a imprensa egípcia está desempenhando um papel essencial no processo de transição do país. Eles desejam que o jornalismo egípcio seja, nas palavras de Mansur, "como na América ou Europa".
"Agora temos que preparar o povo para que entenda a democracia, nós egípcios temos distintas ideologias, mas devemos aprender a aceitar uns aos outros", disse à Agência Efe o diretor do jornal "Al Tahrir", Ibrahim Mansur.
Desde "Al Tahrir", criado no calor da revolução de 25 de janeiro, até "Al-Ahram", o antigo diário oficial do regime, a imprensa egípcia vive sua própria primavera graças à liberdade de expressão adquirida após a renúncia de Mubarak, em 11 de fevereiro.
Em uma sala de reuniões junto à movimentada redação do "Al Tahrir", onde dezenas de jornalistas muito jovens se empenham para dar forma a seus artigos, Mansur defendeu a aposta pela democracia que fez seu jornal.
"O papel do jornalismo é guiar o povo em direção ao que é bom para eles e para o Egito", disse o diretor da publicação, e lembrou que "o novo Egito tem novos princípios e todos giram ao redor da ideia de liberdade".
Mansur fundou "Al Tahrir", junto com outros jornalistas, após a revolução. O cabeçalho do jornal exibe com orgulho a efígie de um dos leões da ponte de Qasr al Nil, no Cairo, em alusão aos enfrentamentos que aconteceram ali durante a revolução entre manifestantes e policiais para conquistar a praça Tahrir.
Já o chefe de redação do "Al-Ahram", Gamal Zeida, explicou que seu jornal informa ao público sobre as eleições parlamentares, publica entrevistas com candidatos presidenciais e artigos sobre os novos partidos políticos.
No seu escritório localizado em um gigantesco edifício onde estão as redações empoeiradas de "Al-Ahram", Zeida afirmou satisfeito que as vendas subiram e seus leitores "estão expostos a toneladas de histórias sobre o novo período de transição".
"Há uma nova demanda por democracia, justiça social e direitos humanos", afirmou Zeida, acrescentando que "a imprensa tem que refletir isto em sua cobertura e é isso o que tenta fazer 'Al- Ahram'".
Para a diretora de comunicação do Centro de Análises Políticas Ibn Jaldun, Soheir Sabri, a liberdade de imprensa e o fato de que existam periódicos de diferentes tendências "é bom para a democracia".
Mesmo assim, Sabri alertou que "ainda existem tabus" no Egito pós-revolucionário. Ela lamentou que o Exército continue sendo sagrado e que a Lei de Emergência, que a Junta Militar decidiu não abolir após os ataques à embaixada de Israel no Cairo em setembro, ameaça a liberdade de expressão.
"Os jornais ainda têm medo do poder", disse a analista. Ela afirmou que a imprensa "não pode irritar o Exército, assim como antes não poderia irrita o regime de Mubarak".
O diretor de "Al Tahrir" também reconheceu que no Egito "não se pode falar do Exército, do dinheiro que ele possui e nem de como funciona internamente". Mas Mansur se mostrou convencido que o processo de transição não tem volta e que a redação de seu jornal "está com a democracia".
Por sua parte, Zeida afirmou que "a imprensa tem que educar o povo para que entenda a democracia e encorajar os leitores para que participem do processo político".
Os dois jornalistas dizem estar convencidos de que a imprensa egípcia está desempenhando um papel essencial no processo de transição do país. Eles desejam que o jornalismo egípcio seja, nas palavras de Mansur, "como na América ou Europa".
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