O trânsito de bicicletas nas grandes cidades vem sido incentivado, seja pelos benefícios para o tráfego, seja pela diminuição da poluição nas metrópoles ou mesmo para a melhoria da qualidade de vida da população, por ser um tipo de transporte que é também uma forma de exercício físico. As administrações municipais tem um papel importante na criação e manutenção da infra estrutura necessária para a locomoção por bicicletas, mas dificilmente as cidades conseguirão implantar vias específicas para as bicicletas em toda a cidade, forçando as bicicletas a circular entre os carros.
Para a arquiteta e urbanista Lucimar Cardone, da TTC Engenharia de tráfego e de transportes, cada vez mais vai ser preciso fazer um uso democrático do espaço das cidades, com espaço para os veículos automotores, para as bicicletas e para os pedestres. Ela comenta que o ideal é que a bicicleta tenha o seu espaço reservado, segregado do resto do trânsito, especialmente em vias com limite de velocidade mais alto, com mais risco ao ciclista.
A arquiteta Eli Vazzolla, também da TCC, lembra que todos, pedestres, motoristas, motociclistas e ciclistas devem ter a consciência de que as ruas são feitas para o trânsito de pessoas, estejam em veículos ou não, e todos devem ter seu espaço no trânsito. Para isso devem ser feitas campanhas de educação no trânsito, incentivando o respeito aos diferentes tipos de veículos. A arquiteta também comenta que o motorista deve respeitar a distância de um metro e meio para ultrapassar o ciclista, pois se ele se desequilibrar há uma distância do carro para que não seja atropelado.
Cardone comenta que hoje as ruas das cidades como São Paulo estão voltadas para o Automóvel e há vias nas quais o ciclista não consegue circular com um mínimo de segurança. Para ela os motoristas devem respeitar o diteiro do ciclista de transitar na rua. Mas Vazzolla comenta que em vias onde existem ciclovias ou ciclofaixas (sinalizadas adequadamente) o ciclista deve usar estas faixas. Quando está no trânsito, a bicicleta deve trafegar pela faixa da direita.
As calçadas só podem ser utilizadas pelos ciclistas quando há sinalização específica indicando que é uma calçada compartilhada. As ciclovias devem estar sinalizadas para que pedestres, ciclistas e motoristas saibam que se trata de uma via para bicicletas. Na Av. Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, por exemplo, apesar da CET considerar que a pista no canteiro central da avenida é uma ciclovia, não há sinalização indicativa. Neste caso, alguns ciclistas preferem trafegar pela rua, já que trafegar pela calçada em São Paulo é passível de multa e apreensão da bicicleta até o pagamento da multa.
Vazzolla ainda comenta que a presença de bicicletas no trânsito traz um caráter mais humano para a cidade, já que é possível ver o ciclista, fazer contato humano, pois são pessoas no trânsito, o mesmo não acontece com os veículos fechados, como o carro.
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