WASHINGTON - O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira que vai rever 300 mil casos de deportação pendentes nas cortes federais para determinar que pessoas se enquadram nos quadros específicos de remoção do país. A medida significa uma grande mudança na política de imigração, em que os casos passarão a ser avaliados um a um, e deve beneficiar principalmente os jovens. Num momento em que os americanos se preparam para as eleições presidenciais de 2012, o anúncio deve esquentar o debate sobre imigração.
De acordo com as medidas apresentadas, o governo levará mais tempo na deportação de imigrantes ilegais que não tenham antecedentes penais, oferecendo-lhes a oportunidade de solicitar a permissão de trabalho. Assim, poderá se concentrar na deportação de delinquentes condenados e dos que possam ser considerados ameaça à segurança nacional.
- Os juízes terão mais condições de se concentrar em casos de alta prioridade - explicou a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, garantindo que a revisão não colocaria em risco os americanos.
Em abril, os senadores democrata Dick Durbin e o republicano Richard Lugar enviaram uma carta a Janet Napolitano pedindo que fossem suspensas as deportações de estudantes ilegais no país, que poderiam ser beneficiados pelo chamado Dream Act - proposta que abriria caminho para filhos de imigrantes ilegais conseguirem a cidadania por meio do serviço militar ou da educação universitária.
Funcionários do governo dizem que os tribunais atualmente estão sobrecarregados. Segundo uma fonte no governo, 79% dos casos de deportação envolvem pessoas sem ficha criminosa.
A medida deve melhorar a popularidade do presidente Barack Obama com imigrantes latinos, mas despertou também críticas. A Federação por uma Reforma na Imigração, que defende uma política mais rígida, afirmou que a medida era praticamente uma anistia.
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