Líder da Síria, Bashar Al-Assad, enfrenta protestos e pressão internacional (20/06) Forças de segurança da Síria abriram fogo contra milhares de manifestantes que lotaram as ruas de várias cidades nesta sexta-feira para exigir a queda do presidente Bashar Al-Assad. Os enormes protestos desafiaram o Exército, que desde domingo promove uma violenta ação militar que deixou dezenas de mortos, a maioria em Hama. As manifestações e confrontos desta sexta-feira aconteceram na capital, Damasco, e em cidades como Deraa, Deir el-Zour, Qamishli e Homs. Em Hama, tanques foram posicionados em várias áreas da cidade durante a madrugada, na tentativa de impedir a realização de protestos. Moradores também disseram que a cidade foi bombardeada na noite de quinta-feira e que a ação militar deixou 250 mortos desde domingo. Com base em relatos de residentes que fogem de Hama, Hozan Ibrahim, dos Comitês Locais de Coordenação - que monitoram a repressão contra os manifestantes -, disse que até 30 morreram só na quarta-feira. Mas nenhum dos números pôde ser confirmado com fontes independentes. Nesta sexta-feira, a TV estatal síria mostrou imagens de prédios danificados e ruas cheias de destroços em Hama, mas disse que o Exército sírio colocou fim à uma “rebelião armada”. O governo de Al-Assad culpa “gangues armadas” pela onda de violência no país. Pessoas que conseguiram fugir de Hama disseram que a situação é pior do que nos anos 1980, quando o então presidente Hafez Assad, pai de Bashar, deixou pelo menos 10 mil mortos na repressão a protestos. Pressão internacional A ação militar em Hama provocou uma nova onda de pressão internacional sobre o governo da Síria. Nesta quinta-feira, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que Assad arrisca ter um "triste destino" se não implementar reformas e se reconciliar com seus opositores. "Ele (Assad) precisa urgentemente executar as reformas, reconciliar-se com a oposição, restaurar a paz e estabelecer um Estado moderno", disse Medvedev à rádio russa Ekho Moskvy, à televisão Russia Today e à PIK-TV, da Geórgia. Leia também:
Na tentativa de conter os protesto, Assad assinou um decreto autorizando o multipartidarismoum dia depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado uma declaração que condena o governo Assad pela violenta repressão às manifestações pró-democracia no país. Mas os ativistas sírios rejeitaram o decreto, dizendo se tratar de uma tentativa de desviar a atenção da violenta repressão aos protestos, iniciados em 15 de março. Consenso na ONU A declaração referendada na quarta-feira pelo Conselho de Segurança, formado por 15 países-membros da ONU, incluindo o Brasil, condena a "violação generalizada dos direitos humanos e o uso da força contra civis pelas autoridades sírias". O Líbano, que está na esfera de influência da Síria, decidiu se desassociar do texto final, lançando mão de um procedimento que não era usado no órgão havia décadas. A ONU também pede "o fim imediato de toda violência" na Síria e chama as partes a "agir com máxima moderação e se abster de represálias, incluindo ataques contra instituições do Estado". Essa foi a primeira declaração condenando a repressão dos protestos por parte do regime de Assad. Com AP, Reuters e BBC |
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Angela Alcantara
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Síria mantém repressão em Hama enquanto protestos se espalham
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