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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Repórter de tabloide implica altos executivos de Murdoch

Repórter diz que escutas telefônicas eram amplamente discutidas em reuniões de editores do News of the World



Escutas telefônicas ilegais eram amplamente discutidas em reuniões de editores do tabloide News of the World, de Rupert Murdoch, disse o repórter que foi acusado de ser o único a cometer o crime, em uma carta que ameaçava derrubar as repetidas negativas de altos executivos da News Corp.
Na carta escrita há quatro anos e publicada pelo jornal The Guardian na terça-feira, o ex-repórterClive Goodman, que cobria a realeza, dizia que a prática de escutas telefônicas era abertamente discutida até que o então diretor de redação Andy Coulson a proibiu.








Coulson, que negou várias vezes saber da prática, foi porta-voz do primeiro-ministroDavid Cameron depois de ter saído do jornal, o que levou o escândalo para a arena política e obrigou o governo britânico a se voltar contra Rupert Murdoch depois de anos cortejando seu favor.
Goodman, que foi preso em 2007, junto com o detetive particular Glenn Mulcaire, afirmou que lhe disseram que ele manteria o emprego se concordasse em não implicar o jornal - mas foi demitido após ter sido sentenciado à prisão.
A comissão que investiga o escândalo de escutas ilegais, que deve divulgar a carta mais tarde, disse na terça-feira que provavelmente iria chamar de novo James Murdoch para que ele desse mais evidências, após ter recebido a carta de Goodman e testemunhos de terceiros que contradizem seu depoimento anterior.
"Quando tivermos mais informações, acho que é bem provável que queiramos mostrar esses pontos a James Murdoch", disse o chefe da comissão, John Whittingdale, a repórteres.
As alegações de escuta ilegal generalizada no ramo de jornais britânicos da News Corp. obrigou a empresa a fechar o tabloide de 168 anos, desistir de sua mais importante aquisição em décadas - a compra da BSkyB, de 12 bilhões de dólares - e aceitar a renúncia de dois dos seus principais executivos.
Dois chefes policiais também pediram demissão porque não investigaram da forma apropriada o escândalo, e 12 pessoas foram presas até agora.
James e seu pai, Rupert, apareceram perante o comitê em 19 de julho e foram pressionados a explicar o que sabiam sobre as escutas ilegais e sobre as propinas dadas a policiais pelo tabloide. Está em questão o quanto James Murdoch sabia das escutas, principalmente a escala do problema, e se ele estava envolvido em acobertá-las.

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