Washington, 16 ago (EFE).- Os Estados Unidos verão enfraquecida sua capacidade de responder às ameaças externas e sua presença no Pacífico caso o Congresso aprove novos cortes do orçamento atribuído ao Departamento de Defesa, advertiram nesta terça-feira a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o chefe do Pentágono, Leon Panetta.
Uma eventual nova redução orçamentária, que "dobraria" o corte já aprovado de US$ 350 bilhões, "teria efeitos devastadores em nossa segurança nacional", advertiu Panetta durante uma conferência conjunta com Hillary na Universidade Nacional de Defesa, em Washington.
Segundo eles, um novo corte "debilitaria terrivelmente" a capacidade dos Estados Unidos de responder às atuais ameaças mundiais e "cortaria nossa capacidade para ter o nível de defesa nacional que temos hoje".
O acordo obtido no Congresso no último dia 2 para aumentar o teto da dívida americana - que evitou a moratória dos EUA - inclui cortes dos gastos públicos em dez anos, entre US$ 2,1 trilhões e US$ 2,4 trilhões, dos quais US$ 350 bilhões corresponderão ao Departamento de Defesa.
No entanto, um "supercomitê" de 12 legisladores democratas e republicanos das duas câmaras do Congresso deve recomendar mais cortes antes do fim de ano. Caso não se chegue a um acordo, o Pentágono poderia sofrer uma redução automática de outros US$ 500 bilhões em seu orçamento.
"Reconhecemos que há uma limitação de recursos (...), mas não acho que seja uma questão de escolher entre nossa segurança nacional e a responsabilidade fiscal", argumentou Panetta, que assinalou também que não é aconselhável "quebrar a confiança" das tropas com frentes abertas no Afeganistão, Iraque e Líbia.
Já segundo Hillary, o debate sobre a redução do déficit dos EUA esconde a capacidade do país de projetar seus interesses em matéria de segurança em áreas como no Pacífico.
"Estamos reafirmando nossa presença no Pacífico (...) E não podemos nos retirar abruptamente quando sabemos que enfrentamos algumas mudanças de longo alcance, como lidar com o crescimento da China", explicou a secretária de Estado. EFE
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