As autoridades indianas emitiram a ordem de libertação do ativista anticorrupção Anna Hazare, cuja detenção tinha provocado uma onda de protestos nas principais cidades do país, informou nesta terça-feira à Agência Efe um porta-voz policial.
"Já demos a instrução de libertar Hazare. O momento concreto de sua libertação depende da direção do centro no qual esta detido, mas será, no mais tardar, amanhã (quarta-feira)", explicou um porta-voz policial de Nova Délhi, Rajan Bagat, no início da manhã.
O ativista foi detido por não aceitar a proibição policial de realizar um ato de protesto e greve de fome em um parque da capital indiana.
Milhares de pessoas foram detidas pela Polícia em algum desses protestos perante o temor que houvesse maiores distúrbios. Pelo menos 1,3 mil pessoas foram detidas em Nova Délhi "de maneira preventiva", de acordo com o porta-voz policial - e, segundo informou a emissora local "NDTV", a Polícia deteve cerca de 3 mil pessoas na capital financeira do país, Mumbai.
As autoridades afirmaram em um primeiro momento que Hazare permaneceria na prisão por uma semana por ignorar a proibição das autoridades.
Bagat não precisou os motivos da mudança de postura das autoridades, só afirmou que "relaxaram as condições" impostas a Hazare para seu protesto. "Já veremos o que acontecerá amanhã, não sabemos nem quando será libertado nem o que fará após sair da prisão", afirmou o porta-voz da Polícia .
Uma das principais seguidoras de Hazare, Kiran Bedi, que também passou horas detida nesta terça-feira, adiantou que o líder do protesto seguirá adiante com seus planos. "Anna Hazare continua pensando igual, portanto continuará com seu plano de realizar a greve de fome no mesmo lugar no qual estava previsto", afirmou Bedi, conhecida ativista que adquiriu notoriedade por ser a primeira mulher policial do país.
Hazare queria começar nesta terça-feira um jejum indefinido após a falta de acordo entre um grupo de representantes da sociedade civil liderados por ele e um comitê governamental para redigir uma lei contra a corrupção.
"Não deixem que minha detenção pare o movimento. Esta é a segunda luta da nação pela liberdade. O mundo inteiro sabe como as raízes da corrupção são profundas" na Índia, disse nesta terça-feira à imprensa momentos antes de sua detenção.
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