PEQUIM (Reuters) - A China convidou outros governos nesta segunda-feira a retomarem as negociações de desarmamento nuclear com a Coreia do Norte, e o chanceler chinês, Yang Jiechi, disse que seu país seria um mediador honesto.
Yang fez a proposta durante um fórum em Pequim que marca o sexto aniversário das negociações multilaterais que visam a oferecer benefícios políticos e econômicos à Coreia do Norte em troca do desmantelamento do seu arsenal atômico. Esse processo - que envolvia China, EUA, Rússia, Japão e as duas Coreias - foi um marco para o envolvimento diplomático do governo chinês no cenário internacional.
Mas a Coreia do Norte abandonou a negociação há mais de dois anos, depois de a ONU impor novas sanções ao país devido a testes nucleares e com mísseis.
Yang disse a diplomatas e acadêmicos que é hora de deixar as controvérsias de lado e focar na retomada das negociações. "Ficamos satisfeitos por vermos que várias partes têm adotado contatos positivos pela retomada das negociações com as seis partes, e todos os lados deveriam aproveitar as oportunidades para manter o impulso do diálogo", disse Yang.
"Precisamos levar a sério os interesses de segurança dos nossos países, e também levar em conta as legítimas preocupações de segurança de outros países."
Durante uma visita à Rússia no mês passado, o líder norte-coreano, Kim Jong-il, disse que admitiria suspender a produção e os testes de armas nucleares se o processo multilateral fosse retomado.
Mas as muitas divergências da Coreia do Norte com a Coreia do Sul e os EUA tornam improvável que haja avanços em caso de retomada do processo, segundo o influente analista chinês Zhang Liangui.
"Parece provável que as negociações possam ser retomadas, porque a Coreia do Sul e os Estados Unidos têm estado mais maleáveis, e temos visto movimentos de todos os lados", disse Zhang, especialista em Coreia do Norte na Escola Central do Partido Comunista, em Pequim.
"Mas a perspectiva de que as negociações obtenham progressos na solução da questão nuclear é menor do que antes", acrescentou. "A Coreia do Norte não vai abrir mão das suas armas nucleares, e não podemos ignorar esse ponto básico."
A China é a maior aliada diplomática e econômica da Coreia do Norte, mas também deseja atenuar as tensões regionais e ser respeitada por suas iniciativas diplomáticas, segundo Yang.
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