Premiê diz que vai deixar 'país de merda' em breve durante conversa com diretor de jornal obtida por investigações
Foto: APAmpliar
Berlusconi participa de sessão no Parlamento em Roma (15/07)
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, usou um palavrão para se referir ao país durante uma ligação telefônica interceptada em 13 de julho e usada em investigações da Procuradoria de Nápoles. "Em alguns meses me vou. Vou embora desse país de merda, do qual estou nauseado. Ponto e basta", disse o premiê em conversa com Valter Lavitola, diretor e editor do jornal Avanti!.
Na ligação, que dura 13 minutos, os dois discutem principalmente os processos judiciais contra Berlusconi, que nega as acusações.
"Sou assim, transparente, limpo nas minhas coisas. Não há nada que possa me incomodar, entendeu? Sou uma pessoa que não faz nada que possa ser assunto de notícias criminais. Estou absolutamente tranquilo", disse o premiê no telefonema.
Nesta quinta-feira, a polícia italiana deteve o empresário Giampaolo Tarantini e sua esposa, Angela Vevenuto, por supostamente chantagear Berlusconi para prestarem depoimento a seu favor sobre as festas privadas do líder, algumas delas envolvendo prostitutas.
Segundo a imprensa italiana, mais três nomes estão sendo investigados, entre eles o de Valter Lavitola. De acordo com autoridades locais, o áudio divulgado é "relevante" por provar a "especial proximidade" entre o premiê e o editor.
Os promotores de Nápoles encarregados do caso acreditam que Tarantini exigiu do premiê o pagamento de dinheiro para testemunhar que o líder não tinha conhecimento de que as jovens em suas festas eram prostitutas.
Segundo a imprensa italiana, mais três nomes estão sendo investigados, entre eles o de Valter Lavitola. De acordo com autoridades locais, o áudio divulgado é "relevante" por provar a "especial proximidade" entre o premiê e o editor.
Os promotores de Nápoles encarregados do caso acreditam que Tarantini exigiu do premiê o pagamento de dinheiro para testemunhar que o líder não tinha conhecimento de que as jovens em suas festas eram prostitutas.
O escândalo sobre as festas em companhia de prostitutas realizadas em residências de Berlusconi veio à tona quando, em 22 de junho de 2009, o jornal La Repubblica informou que a promotoria de Bari investigava esses encontros privados por incitação à prostituição.
Entre os envolvidos nessa trama estava Tarantini, que supostamente recrutava as jovens que participavam das festas de Berlusconi em suas residências de Roma e Sardenha, entre elas a prostituta de luxo Patrizia D'Addario.
Depois que o escândalo veio à tona, Berlusconi sempre alegou que desconhecia que algumas das jovens em sua casa eram prostitutas. A investigação da promotoria de Nápoles sobre chantagem ao líder foi revelada em 24 de agosto pela revista Panorama, propriedade do grupo Mondadori, pertencente a Berlusconi.
A revista explicou que os promotores baseavam sua investigação em um suposto pagamento de 500 mil euros a Tarantini e outras quantias mensais de que se tem registro somente por meio de escutas telefônicas.
Os investigadores, também segundo a Panorama, sustentam que os 500 mil euros poderiam ter servido para "convencer" Tarantini a pactuar com Berlusconi e evitar a divulgação de escutas telefônicas com detalhes comprometedores sobre as festas.
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