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sábado, 30 de julho de 2011

Obama e democratas correm contra o tempo para evitar default

WASHINGTON, EUA, 30 Jul 2011 (AFP) -Os líderes democratas do Congresso reuniram-se neste sábado com o presidente Barack Obama, em uma tentativa desesperada de conseguir um acordo com os republicanos para evitar que os Estados Unidos entrem em default, o que teria consequências mundiais.
O senador Harry Reid, que lidera o partido de Obama no Senado, onde tem maioria, e a líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, reuniram-se durante uma hora e meia na Casa Branca, afirmaram as fontes.
Nenhum dos dois líderes fez comentários até o momento. Um responsável da Casa Branca havia dito mais cedo que Obama queria "receber uma atualização da situação na Câmara e no Senado" por parte dos dois mais altos líderes legislativos de seu partido.
A Câmara Baixa, dominada pelos republicanos, rejeitou neste sábado por 173 votos contra 246 o projeto de Reid para evitar um default da dívida americana. A rejeição ocorreu depois que na sexta-feira o Senado - onde os democratas dominam - barrou um texto republicano.
Sem o acordo, o governo dos Estados Unidos ficará sem dinheiro para pagar suas contas na terça-feira, com consequências potencialmente devastadoras para a economia global.
"Há muitas formas de sair desse impasse. Mas nos resta pouco tempo", advertiu Obama em sua mensagem semanal neste sábado, enquanto o Congresso mantinha uma agitada sessão de fim de semana, antes do vencimento do prazo, em 2 de agosto.
A representante republicana aspirante a candidata presidencial, Michele Bachmann, acusou Obama de não ter respeito pelas negociações e de manter "os níveis de gasto mais insensatos jamais vistos na história do país".
Paralelamente, Pelosi disse que o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, "escolheu passar para o lado escuro", em uma referência ao personagem Darth Vader, vilão de "Guerra nas Estrelas".
Mas Boehner e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, se disseram "confiantes" de que se chegará a um acordo com a Casa Branca antes de terça-feira. "Apesar de nossas diferenças, acredito que tratamos com gente razoável, responsável e que quer colocar fim a esta crise", disse Boehner em coletiva de imprensa.
Obama declarou que cair em default poderá fazer com que as agências de classificação de risco rebaixem a nota da dívida americana, o que aumentará os juros e afetará a já frágil recuperação econômica.
A agência de avaliação financeira Moody''s disse na sexta-feira que dava aos Estados Unidos mais de uma chance de conservar a nota "Aaa" associada a sua dívida pública.
"Os partidos não estão tão longe" de um acordo, afirmou Obama em seu programa de rádio e internet semanal.
"Estamos diante de um acordo difícil sobre quantos gastos precisamos cortar para reduzir nosso déficit. Estamos de acordo com um processo para encarar uma reforma fiscal e uma reforma da ajuda social. Há muitas saídas para este problema. Mas há pouco tempo", alertou.
Se antes de 2 de agosto não for enviado à Casa Branca um projeto de lei para elevar o teto da dívida, a maior economia do mundo perderá sua capacidade de endividar-se e correrá o risco de um catastrófico default.
Caso não consiga aumentar esse limite legal de endividamento antes desse prazo, o governo americano esgotará suas reservas e não poderá pagar suas contas, explicam analistas.
A economia americana alcançou seu teto legal da dívida de 14,3 trilhões de dólares (ou seja, quase 100% do PIB) em 16 de maio, e utilizou gastos e ajustes de contabilidade para continuar operando, mas apenas poderá fazê-lo até a próxima terça-feira

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