Ex-presidente critica uso de algemas em ação no Ministério do Turismo, mas diz que quem não quer ser preso deve ‘andar na linha’
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira a maneira como a Polícia Federal conduziu a Operação Voucher, deflagrada nesta semana para desmantelar um esquema de desvios no Ministério do Turismo. Lula, que esteve na região do ABC Paulista para visitar uma feira literária, considerou “inaceitável” o tratamento dado aos suspeitos.
“É inaceitável que uma pessoa que tem endereço fixo, RG, CIC, seja presa como se fosse um bandido qualquer e algemada, quase como se estivesse participando de uma exposição pública”, afirmou Lula, que cobrou um pedido de desculpas por parte das autoridades envolvidas na operação. “Na medida em que se coloca a cara de uma pessoa no jornal, presa e algemada, é preciso que tenha uma pessoa com coragem para pedir desculpas. Estamos cansados de ver injustiças acontecerem neste País.”
Apesar das críticas à operação, Lula empenhou-se em preservar a Polícia Federal como instituição. De acordo com ele, o órgão como um todo não pode ser julgado pela má conduta de um ou outro agente.
O ex-presidente também minimizou o impacto da operação na relação da presidenta Dilma Rousseff com a base aliada. “Os partidos já sabiam antes da eleição que ninguém pode ser colocado no governo para se apropriar do dinheiro público”, declarou Lula. “Só tem um jeito de não ser preso no Brasil. É andar na linha.”
Ele afirmou que vem se reunindo frequentemente com partidos da base, nas viagens que tem feito pelo pelo País e disse que as queixas são as mesmas que enfrentava em seu próprio governo. “As pessoas se queixam como se queixavam de mim, como se queixavam do Fernando Henrique Cardoso”, disse Lula. De acordo com ele, é preciso lembrar que Dilma tem só seis meses no Planalto e que, até agora, o “conjunto” do governo ainda não está totalmente montado.
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