Tóquio, 2 ago (EFE).- O Governo do Japão proibiu nesta terça-feira a comercialização de carne da província de Tochigi, ao sul de Fukushima, após detectar amostras com altos níveis de césio radioativo, o que eleva a quatro as províncias afetadas pela contaminação.
O ministro porta-voz, Yukio Edano, informou a decisão de ampliar o veto a Tochigi menos de 24 horas após anunciar que fora proibida a comercialização da carne bovina da zona de Iwate (nordeste) devido à radioatividade.
O escândalo da carne contaminada teve início em meados de julho, quando foi detectado que haviam chegado ao mercado carregamentos com altas quantidades de césio radioativo procedentes do povoado de Minamisoma, próximo à danificada usina nuclear de Fukushima.
O Governo proibiu então distribuir carne dessa província e se comprometeu a efetuar análise em outras zonas, o que o levou a estender o veto à região de Miyagi (nordeste) no final desse mês e a Iwate nesta segunda-feira.
As autoridades acreditam que a contaminação da carne pode dever-se ao fato de os animais terem sido alimentados com ração cultivada ou armazenada ao ar livre que recebeu altas doses de radioatividade no início da crise nuclear.
Segundo as análises, algumas mostras de forragem continham até 690 mil becquerels de césio radioativo por quilo, frente ao limite oficial de 300 becquerels.
A carne contaminada, por sua parte, apresentou até 2.300 becquerels de césio por quilo, muito acima do limite de 500 becquerels estabelecido pelo Governo.
Além da carne, 15 províncias do país planejam efetuar testes em amostras de arroz para comprovar se este alimento apresenta contaminação pela radioatividade emitida pela danificada usina.
O Governo japonês deve dar compensações de 50 mil ienes (453 euros) aos criadores de gado por cada uma das cabeças de gado contaminadas devido à crise, em um programa de ajudas que terá um custo de até 2 bilhões de ienes (18 milhões de euros).
Nenhum comentário:
Postar um comentário