Israel anunciou nesta segunda-feira a aprovação da construção de 277 casas em um assentamento na Cisjordânia, apesar da pressão dos Estados Unidos e de outros países para conter a expansão em terras ocupadas.
O anúncio vem num momento em que os palestinos se preparam para pedir reconhecimento de seu Estado na Organização das Nações Unidas (ONU).
Quatro dias após a aprovação do plano para construir 1.600 casas em uma colônia judaica em Jerusalém Oriental, que provocou condenação dos EUA e da Europa, o gabinete do ministro da Defesa, Ehud Barak, informou que ele autorizou a construção das novas moradias no grande assentamento de Ariel.
O prefeito de Ariel, Ron Nachman, contou à Reuters que o projeto é o maior já aprovado pelo governo no assentamento em anos. "Não mais do que 50 apartamentos foram construídos aqui nos últimos sete anos", disse Nachman.
Ariel, que possui cerca de 18 mil habitantes, é um dos maiores assentamentos construídos por Israel na Cisjordânia, território capturado na guerra de 1967 e que os palestinos querem de volta junto com a Faixa de Gaza para formar seu futuro Estado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, citou Ariel como um dos maiores assentamentos que Israel pretende manter em qualquer acordo de paz com os palestinos.
Os Estados Unidos fizeram críticas à iniciativa de Israel, dizendo que ela prejudica os esforços pela paz.
"Vimos informações desta aprovação para os apartamentos na Cisjordânia. Consideramos isso profundamente preocupante", disse a porta-voz do Departamento de Estado Victoria Nuland.
"Estes tipos de ações são contraproducentes para a retomada das negociações diretas. Levantamos este assunto com o governo de Israel. Continuaremos a deixar nossa posição conhecida."
As negociações de paz coordenadas pelos EUA estão interrompidas desde que os palestinos abandonaram as conversações em setembro por conta de divergências sobre os assentamentos.
Na ausência de negociações, eles disseram que entrarão com um pedido na ONU no mês que vem para se tornarem Estado-membro, como parte da campanha para obter reconhecimento internacional de soberania na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Israel e EUA são contra a ação unilateral e já pediram que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, retorne à mesa de negociações.
"Seguiremos comprometidos em levar as partes de volta à mesa (de negociações)", declarou Nuland.
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