A noite de quarta-feira foi tranquila na Grã-Bretanha, a primeira desde o início dos distúrbios no fim de semana no país, onde um importante dispositivo policial e a chuva em várias cidades parecem ter dissuadido os vândalos a tomar as ruas pela quinta noite consecutiva.
Mas a tensão ainda era grande em Londres, onde a polícia teve que dispersar, sem violência, um grupo de 150 homens em Eltham, zona sul da capital britânica.
Em Birmingham (centro), centenas de pessoas se reuniram sem violência para homenagear os três jovens mortos na terça-feira à noite, atropelados por um carro quando tentavam proteger seu bairro dos saques.
O primeiro-ministro David Cameron praticamente triplicou, a 16.000, o número de policiais nas ruas de Londres e autorizou as forças de segurança a utilizar "a tática considerada necessária", incluindo os jatos d'água, até agora reservados aos distúrbios na Irlanda do Norte.
O chefe de Governo deve discursar nesta quinta-feira no Parlamento, em sessão extraordinária, durante um debate sobre os distúrbios, os mais graves em 20 anos na Inglaterra.
A violência explodiu no sábado em Londres, após a morte, dois dias antes, de um homem de 29 anos em uma ação policial. Os distúrbios afetaram várias cidades do país, onde os saques e os edifícios incendiados transformaram por completo o aspecto de alguns bairros.
Mais de mil pessoas foram detidas no país desde sábado. Apenas em Londres, 888 foram detidas e 371 indiciadas, segundo a Scotland Yard.
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, realizada pela agência YouGov para o jornal The Sun, mostra que apenas 8% dos britânicos acreditam que a política de austeridade do governo é responsável pelos distúrbios e a maioria aponta a criminalidade como a culpada.
Segundo a pesquisa, 42% dos britânicos atribuem os distúrbios a comportamentos criminosos e 26% ao surgimento de uma cultura de gangues.
Apenas 5% dos entrevistados atribuíram o problema ao desemprego e a mesma proporção às tensões raciais.
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