Estudantes chilenos rejeitaram nesta quinta-feira (08/09) proposta do presidente Sebastián Piñera e decidiram apresentar, na próxima segunda-feira (12/09), uma alternativa ao cronograma do governo. A Confech (Confederação de Estudantes do Chile) exigiu, entre outros pontos, a suspensão da tramitação dos projetos de lei sobre a educação que estão sendo debatidos no Congresso.
Após reunião com Piñera no sábado (03/09), estudantes e professores receberam na segunda-feira (05/09) um plano do ministro da Educação chileno, Felipe Bulnes, que contemplava três mesas de trabalho e um calendário de reuniões para este mês. Os eixos das mesas de diálogo são o financiamento estudantil e institucional, o fortalecimento da educação pública e as mudanças constitucionais, mas antes estudantes e docentes tinham de submeter esta proposta a suas bases.
Leia mais:
Líder de manifestações estudantis pede nova Constituição no Chile PERFIL: Camila Vallejo: quem é esta garota? Chile define cronograma para discutir reforma educacional com estudantes Estudantes chilenos cancelam marcha após acidente aéreo
Na primeira semana, eles discutiriam bolsas de estudo e linhas de crédito para os estudantes; na segunda, maior fiscalização de escolas e universidades; por último, uma reforma constitucional, garantindo educação mais acessível e de melhor qualidade para todos. Os estudantes e professores acham que a reforma constitucional deveria estar em primeiro lugar. Eles temem que o governo conceda algumas regalias sem modificar o principal ponto: um sistema que deixa a educação nas mãos da iniciativa privada.
Em entrevista à imprensa, o porta-voz do governo, Andres Chadwick, reconheceu que houve abusos por parte dos empresários que vivem da Educação. No Chile, as universidades públicas e privadas são pagas, mas a lei proíbe que lucrem com a educação. Chadwick admitiu que muitos donos de universidades particulares são também donos de imobiliárias para burlar a lei: dizem que não têm lucro porque gastam o dinheiro no aluguel de imóveis que lhes pertencem. "Isso, no Chile, não foi fiscalizado e foi tolerados por todos os governos. Todos se orgulhavam do fato de, com as universidades privadas, o número de alunos universitários ter passado de 350 mil para 1,1 milhão", disse ele. "Por isso, vamos criar um órgão para fiscalizar o ensino superior".
Leia mais:
Estudantes 'independentes' invadem Ministério da Educação no Chile Galeria de imagens: Camila Vallejo participa de marcha estudantil em Brasília Presidente do Chile defendeu educação superior gratuita quando liderava oposição
Para os estudantes, não basta. Mesmo que as universidades deixem de lucrar, elas continuam sendo pagas e são caras. Estudantes sem recursos têm que pedir financiamento aos bancos e começam a carreira profissional endividados. O governo propôs baixar os juros, mas alunos, pais e professores querem universidades públicas e gratuitas, como existem na Argentina e em países europeus.
Os estudantes contam hoje com o apoio de oito em cada dez chilenos, mas sofrem pressões do governo. Se não voltarem às aulas, o governo diz que cortará as bolsas de estudo e os créditos estudantis daqueles que não terminarem o ano letivo. Se não chegarem a um acordo para dialogar com o governo, terão que discutir seus problemas no Congresso. Mas eles desconfiam dos parlamentares, já que muitos têm interesses na indústria da educação.
Após reunião com Piñera no sábado (03/09), estudantes e professores receberam na segunda-feira (05/09) um plano do ministro da Educação chileno, Felipe Bulnes, que contemplava três mesas de trabalho e um calendário de reuniões para este mês. Os eixos das mesas de diálogo são o financiamento estudantil e institucional, o fortalecimento da educação pública e as mudanças constitucionais, mas antes estudantes e docentes tinham de submeter esta proposta a suas bases.
Leia mais:
Líder de manifestações estudantis pede nova Constituição no Chile PERFIL: Camila Vallejo: quem é esta garota? Chile define cronograma para discutir reforma educacional com estudantes Estudantes chilenos cancelam marcha após acidente aéreo
Na primeira semana, eles discutiriam bolsas de estudo e linhas de crédito para os estudantes; na segunda, maior fiscalização de escolas e universidades; por último, uma reforma constitucional, garantindo educação mais acessível e de melhor qualidade para todos. Os estudantes e professores acham que a reforma constitucional deveria estar em primeiro lugar. Eles temem que o governo conceda algumas regalias sem modificar o principal ponto: um sistema que deixa a educação nas mãos da iniciativa privada.
Em entrevista à imprensa, o porta-voz do governo, Andres Chadwick, reconheceu que houve abusos por parte dos empresários que vivem da Educação. No Chile, as universidades públicas e privadas são pagas, mas a lei proíbe que lucrem com a educação. Chadwick admitiu que muitos donos de universidades particulares são também donos de imobiliárias para burlar a lei: dizem que não têm lucro porque gastam o dinheiro no aluguel de imóveis que lhes pertencem. "Isso, no Chile, não foi fiscalizado e foi tolerados por todos os governos. Todos se orgulhavam do fato de, com as universidades privadas, o número de alunos universitários ter passado de 350 mil para 1,1 milhão", disse ele. "Por isso, vamos criar um órgão para fiscalizar o ensino superior".
Leia mais:
Estudantes 'independentes' invadem Ministério da Educação no Chile Galeria de imagens: Camila Vallejo participa de marcha estudantil em Brasília Presidente do Chile defendeu educação superior gratuita quando liderava oposição
Para os estudantes, não basta. Mesmo que as universidades deixem de lucrar, elas continuam sendo pagas e são caras. Estudantes sem recursos têm que pedir financiamento aos bancos e começam a carreira profissional endividados. O governo propôs baixar os juros, mas alunos, pais e professores querem universidades públicas e gratuitas, como existem na Argentina e em países europeus.
Os estudantes contam hoje com o apoio de oito em cada dez chilenos, mas sofrem pressões do governo. Se não voltarem às aulas, o governo diz que cortará as bolsas de estudo e os créditos estudantis daqueles que não terminarem o ano letivo. Se não chegarem a um acordo para dialogar com o governo, terão que discutir seus problemas no Congresso. Mas eles desconfiam dos parlamentares, já que muitos têm interesses na indústria da educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário