O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse em entrevista publicada nesta sexta-feira que somente renunciará se seus principais rivais não assumirem em seu lugar, posição que pode prorrogar o impasse no país.
"Porque se transferirmos o poder e eles estiveram lá, isso vai significar que cedemos a um golpe", disse Saleh ao jornal "The Washington Post" e à revista "Time".
Saleh tem se mantido no poder apesar de oito meses de protestos maciços exigindo o fim de seus 33 anos no poder. Uma tentativa de assassiná-lo em junho o fez ir à Arábia Saudita para três meses de tratamento de queimaduras graves.
A surpreendente volta de Saleh ao Iêmen na semana passada suspendeu as negociações sobre um plano de transição mediada por países do golfo.
Mais de cem pessoas foram mortas em duas semanas de violência na capital Sanaa. Tropas leais a Saleh têm combatido as forças lideradas pelo general rebelde Ali Mohsen e os combatentes do líder tribal Sadeq al Ahmar, que aderiram à oposição.
Saleh quer que Mohsen, cuja deserção em março foi um duro golpe no presidente, seja excluído do poder juntamente com Ahmar e seu irmão Hamid. Isso pode se provar difícil, já que Hamid al Ahmar já expressou interesse em se tornar presidente e Mohsen comanda uma grande força ao redor do país.
MORTE DE LÍDER DA AL QAEDA
Também nesta sexta-feira, o ministério da Defesa do Iêmen anunciou a morte do imã radical nascido nos Estados Unidos Anwar al Awlaqi --vinculado à rede terrorista Al Qaeda e procurado pelos Estados Unidos.
O governo não divulgou as circunstâncias da morte de Al Awlaqi, mas fontes tribais afirmaram à France Presse que ele morreu em um bombardeio aéreo dos EUA executado na manhã desta sexta-feira contra dois veículos que circulavam entre Maarib (ao este de Sanaa) e Juf, Província desértica na fronteira com a Arábia Saudita.
"O ataque foi executado por aviões americanos", afirmou uma fonte tribal, que também revelou que a região era sobrevoada há alguns dias por aeronaves não identificadas.
Al Awlaqi havia escapado de um bombardeio americano no Iêmen no início de maio, poucos dias depois de um comando especial dos Estados Unidos ter matado no Paquistão o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
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