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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Planalto dá ultimato a Negromonte por envolvimento em conflito no PP

O ministro das Cidades ao lado do secretário executivo da pasta em foto de Aílton de Freitas



BRASÍLIA - Diante da briga de facções na bancada do PP na Câmara, emissários da presidente Dilma Rousseff mandaram um recado ao ministro das Cidades, Mário Negromonte: se ele insistir em se meter na disputa da bancada, poderá perder o cargo. E, se comprovada a denúncia de que ofereceu uma mesada de R$ 30 mil para deputados do PP , estará fora do governo. O tom do recado, de acordo com o núcleo palaciano, foi de ultimato.
Existe consenso no Planalto sobre a necessidade de substituir Negromonte na primeira reforma ministerial. Mas, entre auxiliares de Dilma, já há quem defenda uma mudança imediata nas Cidades, apesar do desgaste de mais uma troca. Desde a transição, a presidente queria ter mantido no cargo o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes. Mas teve que aceitar a indicação da bancada.
Segundo interlocutores do ministro, ele tem dito que só está no governo por causa da indicação do PP e do convite de Dilma. Mas que não será um obstáculo para a mudança na pasta. Em nota divulgada nesta segunda-feira, Negromonte negou qualquer reunião partidária dentro das dependências do Ministério das Cidades e disse desconhecer "suposta oferta de dinheiro em troca de apoio ao líder do PP". Ele negou que tenha agido para interferir nas decisões da bancada do seu partido.
No governo, a avaliação é de que Negromonte perdeu a sustentação política da bancada. Independentemente da comprovação da denúncia da revista "Veja" sobre a oferta de uma mesada, o Planalto considera que a destituição do deputado Nelson Meurer (PP-PR) da liderança do partido e sua substituição pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deixou o ministro numa sua situação delicada. Dos 41 deputados da bancada, 28 já estavam rebelados até esta segunda-feira.
- O ministro Negromonte é um cara decente, ético, jamais faria isso. Os que deram o golpe, na calada da noite, é que estão com medo de reverter a situação. Naquela quarta-feira à noite (dia 18 de agosto), eu estava no ministério. Fui para uma audiência com o ministro, assuntos diversos. Sozinho. Falei da dificuldade de liberações e transmiti a ele a minha indignação por parte da bancada ter me derrubado sem me avisar - contou o ex-líder Nelson Meurer.
Na nota divulgada, Negromonte nega que tenha usado o ministério para reuniões partidárias. "Os parlamentares recebidos pelo ministro Mário Negromonte nas dependências do Ministério das Cidades agendam suas reuniões para tratar de questões afetas ao Ministério. Durante sua gestão, o ministro já recebeu mais de 200 parlamentares, entre deputados e senadores de diversos partidos", diz trecho do texto. Para deputados do PP, foi uma forma de Negromonte se proteger da declaração de que nunca fez reunião política no prédio do Ministério.
Deputados do PP destacaram que Negromonte deixou de atender aos pedidos da bancada. O principal problema, argumentam, é que o Ministério das Cidades agora é controlado pela ministra do Planejamento, Míriam Belchior.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/08/22/planalto-da-ultimato-negromonte-por-envolvimento-em-conflito-no-pp-925183711.asp#ixzz1Vqq8j81e 
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