O governo quer criar um "super abono" salarial para garantir a renda da classe C (também chamada de a nova classe média). O objetivo é tentar evitar que essas pessoas percam o padrão de consumo obtido com a melhoria nos rendimentos nos últimos anos, sobretudo diante dos desdobramentos do cenário internacional.
Na prática, a exemplo do que foi feito com o Bolsa Família, a medida empacotará sob uma mesma marca benefícios que já são pagos aos trabalhadores de baixa renda, como o salário-família e o abono do PIS/Pasep. Para o governo, a medida será um estímulo à formalização do emprego.
'Nova classe média' obriga governo a se adaptar, diz subsecretário
Segundo o ministro Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos), as ideias serão debatidas com os ministérios da Fazenda, Trabalho e Previdência. Ontem, foram tema de um seminário organizado pela SAE em Brasília.
Segundo o secretário de Ações Estratégicas da SAE, Ricardo Paes de Barros, a base dessa nova rede de proteção social é aumentar o número de trabalhadores na faixa entre um e dois salários mínimos (R$ 545 a R$ 1.090), melhorar as relações deles com os empregadores e reduzir a rotatividade no emprego.
"Temos uma série de pagamentos que são feitos aos trabalhadores de baixa renda e que são um incentivo ao trabalho formal. Mas eles estão dispersos em diferentes datas e são pagas por fontes diferentes", explicou.
A ideia é juntar tudo isso para mostrar ao trabalhador o ganho que esses benefícios representam no fim do mês. "Dependendo do salário, há um aumento de até 20%, o que significa muito para essas pessoas", disse o secretário, explicando que o abono, seria um estímulo à formalização e à manutenção do emprego.
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