Filha do lobista que levou à demissão do braço direito do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, Nayara Paiva trabalha na pasta desde 17 de fevereiro. Ela é secretária-executiva da Ouvidoria do ministério, contratada por uma empresa que oferece mão de obra terceirizada, informa reportagem de Catia Seabra, Matheus Leitão e Andreza Matais, publicada na Folhadesta terça-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Seu pai, o lobista Júlio Fróes, é suspeito de distribuir propina para intermediação de contratos do Ministério da Agricultura, segundo a revista "Veja". Após a publicação da reportagem, o secretário-executivo da pasta, Milton Ortolan, pediu exoneração. Ortolan é homem de confiança do ministro.
Procurada pela Folha, Nayara admitiu já ter se encontrado com o pai dentro do ministério, mas afirmou que, em nenhuma das vezes, foi ela quem deu autorização de acesso de Fróes ao prédio.
O ministério afirmou que não houve indicação política.
DEMISSÃO
Ortolan decidiu deixar o cargo após a revelação, pela "Veja", de que o lobista Júlio Fróes teria uma gravação em que ele exigia propina de 10% sobre contrato com o ministério.
Ainda segundo a reportagem, Ortolan foi responsável por levar Fróes à primeira reunião na comissão de licitação do ministério, onde o lobista teria até sala própria. Lá, segundo a revista, ele elabora editais e escolhe as empresas prestadoras de serviço da Agricultura.
Na carta de despedida, Ortolan negou as acusações e disse que terá como provar inocência.
"Repudio as informações publicadas de que sou conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério da Agricultura", disse, em nota.
O demissionário afirmou que conheceu Fróes somente quando ocorreu o processo de contratação da Fundação São Paulo (PUC-SP) pelo ministério. "Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP", afirmou.
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